sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Beira-Mar


Acabou o tempo das bocas.
Agora vamos ver quem tem coragem para avançar.
Nas próximas semanas isto promete aquecer.
Cá estarei, com um belo gin tónico na mão, para ajudar a arrefecer as ideias.
Conduta e Poesia

“Quando o tempo nos vai comendo com o seu relâmpago quotidiano decisivo, as atitudes fundadas, as confianças, a fé cega se precipitam e a elevação do poeta tende a cair como o mais triste nácar cuspido, perguntamo-nos se já chegou a hora de envelhecermos. A hora dolorosa de ver como o homem se sustém a puro dente, a puras unhas, a puros interesses. E como entram na casa da poesia os dentes e as unhas e os ramos da feroz árvore do ódio. É o poder da idade, ou porventura, a inércia que faz retroceder as frutas no próprio bordo do coração, ou talvez o «artístico» se apodere do poeta e, em vez do canto salobro que as ondas profundas devem fazer saltar, vemos cada dia o miserável ser humano defendendo o seu miserável tesouro de pessoa preferida?
Aí, o tempo avança com cinza, com ar e com água! A pedra que o lodo e a angústia morderam floresce com prontidão, com estrondo de mar e a pequena rosa regressa ao seu delicado túmulo de corola. O tempo lava e desenvolve, ordena e continua.
E que fica então das pequenas podridões, das pequenas conspirações do silêncio, dos pequenos frios sujos da hostilidade? Nada, e na casa da poesia não permanece nada além do que foi escrito com sangue para ser escutado pelo sangue.”

Pablo Neruda, in 'Nasci para Nascer'

Se houver alguém capaz de explicar isto, faz favor!


Confesso que já lá vai um par de dias e continuo com un nó na cabeça. Sigam-me, por favor, no meu raciocínio. O governo põe em cima da mesa a concessão de um novo canal. O grupo media de Balsemão, SIC e Expresso, proporciona a Sócrates a entrevista que todos viram. Em semana de grande aperto para Sócrates, o Expresso, por coincidência, lança o "caso casino" com a capa de que se lembrarão. Esta semana, Meneses é entrevistado na SIC e tira da cartola a cedência do bolo publicitário aos canais privados, rasgando o testamento do PSD na matéria, dir-se-ia, fazendo a corte a Balsemão e ao seu canal, onde, por acaso, decorria a entrevista. No dia seguinte, na SIC Notícias, canal de Balsemão, sem ninguém perceber muito bem porquê, o convidado do horário nobre é José Pedro Aguiar Branco. Aguiar Branco na entrevista, tem carta branca para zurzir em Meneses, desfazer a entrevista do dia anterior. A vida não podia correr pior a Meneses, mas é caso para perguntar: onde é que anda com a cabeça???

"O que mais me preocupa não é o grito dos violentos,
nem dos corruptos, nem dos desonestos,
nem dos sem carácter, nem dos sem ética.
O que mais me preocupa
É o silêncio dos bons!"
Martin Luther King (1964)

Uma vez mais, no seu melhor…


Anunciando que a Via do Infante não irá ter portagens, Sócrates cede a pressões de vários quadrantes, internos e externos ao PS.

As justificações que dá são pobres e são as possíveis, para justificar que assim é, por estarmos no seu ALLGARVE, no ALLGARVE do Sr. Pinho.

Pergunta-se: o que fará com a A17, A29, A23, A25, A24 (ainda nem sequer concluída)? O que fará com o mapa das célebres SCUTS, do Eng. Cravinho?
Nem vale a pena perguntar; não sabe, não saberá; fará o que tiver que fazer, para agradar e calar quem melhor pressionar.
E não me venham com critérios de desenvolvimento; se a Via do Infante serve Castro Marim, a A23 pode servir Idanha, a A25 leva até Lamego, Celorico, Trancoso, e por aí fora! E não se esqueçam que até há uma capital de distrito que não tem sequer um km de auto estrada até lá: Bragança.
Título do DN de hoje: "Monstro marinho 'dá à costa' em ilha de Svalbard"
Os mais apressados, aqueles que julgam com base nos títulos, lançaram logo suspeitas sobre Júdice. Que mundo este!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

É costume ceder á tentação ...

Decorre nas varas criminais do Porto o julgamento de 34 arguidos num mega-processo de alegadas fraudes cometidas na liquidação da massa falida em mais de 100 falências judiciais ocorridas na região Norte.
Em Tribunal, a defesa dos arguidos afirmou claramente que estava institucionalizada a oferta de comissões pelos donos das leiloeiras aos liquidatários judiciais para poderem ficar com a venda do património da massa falida:
“Era uma prática instituída darem uma retribuição aos liquidatários e seria preciso ter um estofo de Catão para não ceder á tentação. Estamos a julgar homens e não anjos”.
Muito bem.
Mas então, pergunto, o código penal foi feito para julgar a quem? Anjos e santos?

Assim é que se fala!!!


Com o rigor que sempre o caracterizou, o ex-Ministro e actual Autarca de Lisboa, António Costa, anuncia com pompa e circunstância, com a sempre preciosa ajuda e colaboração do 4º Poder(!), que, afinal e com rectificações orçamentais, vai pagar os clips já.

Deixa os juros e o resto para depois; no entanto, e porque de bom pai de família se trata, insiste e defende os filhos à exaustão.

Pois, a culpa é do outro...
Cada vez gostamos mais dele…e os credores agradecem.

Hoje, em Loures, acredita-se no Portugal de sucesso de que fala o primeiro-ministro.

O problema vai ser a ressaca amanhã.

Ilustrativo.....


WFB


Morreu há poucas horas William F. Buckley. Tinha 82 anos; qualquer conservador neste momento, mais que chorar a sua morte, celebra a sua vida. Buckley exigiria que fosse assim. 55 livros editados, a liderança do histórico da televisão americana "Firing Line" e a paternidade do bastião conservador da imprensa que é a National Review.

Graduado com distinção em Yale, desde cedo se notabilizou por um discurso acutilante e fracturante, onde o humor não raro pontuava, que viria, após anos de maturação, a encontrar a consumação com a chegada de Reagan e dos Bush à Casa Branca. Em 65 protagonizou uma quixotesca campanha de candidatura a mayor feita de moto pelas ruas de NY. Defendia a liberalização da marijuana. Afastou-se de Bush assumindo o trágico erro do Iraque. A sua carreira pública foi notável, consistente e sempre polémica; nunca conseguiu dissociar o pragmatismo do idealismo, o caminho mais árduo. Se se pudesse resumir, Buckley advogava a defesa intransigente do interesse nacional aliado aos mais elevados padrões morais de referência. Contemporânio de Mailer e Capote, foi mais um pensador que escreveu. Fundou o conservadorismo moderno. Não é pouco.


Do lado dos meus gostos pessoais, foi Buckley, admirador de Evelyn Waugh, que levou Brideshead Revisited ao público americano.


Para terminar, é interessante recordar as palavras que lhe dedicou um dia Reagan: “You didn’t just part the Red Sea — you rolled it back, dried it up and left exposed, for all the world to see, the naked desert that is statism. And then, as if that weren’t enough, you gave the world something different, something in its weariness it desperately needed, the sound of laughter and the sight of the rich, green uplands of freedom.”

Foi publicado, na semana passada, o relatório SEDES que fala de um “mal-estar difuso, que alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional.” Concordo totalmente. Como pior é impossível, ainda, esta semana, foi publicado um relatório da União Europeia que indica que o risco de pobreza entre crianças é muito elevado em Portugal. Ambos traçam um retrato negro da situação social e económica do país. Perante tal retrato, a sociedade civil reage; critica os sucessivos governos; culpam os partidos; culpam os políticos.
Desculpem, mas vou ser politicamente incorrecta. Onde fica a nossa quota-parte de responsabilidade? Acho que a culpa não morreu sozinha. Será que não temos o governo que merecemos? Não fomos nós que elegemos os sucessivos governos?
Analisando o relatório da União Europeia, o que mais impressiona é constatar que as transferências sociais, as políticas sociais (subsídios, rendimento mínimo, etç.) não têm quase nenhum efeito na diminuição do risco de pobreza. As famílias que recebem estas ajudas, em lugar de procurar formas de vida que as retirem da pobreza, habituam-se ao estatuto de dependência que os subsídios criam. Onde fica a responsabilidade dos cidadãos por melhorarem as suas condições de vida? O ciclo de pobreza não é quebrado porque estes cidadãos, não aproveitam esta oportunidade, não se responsabilizam pelo seu destino.
O problema não está só no governo, nos compadrios políticos, é também uma questão cultural, ou dito de outra forma, uma questão de falta de cultura: falta de cultura cívica e falta de cultura democrática. O próprio relatório SEDES alerta para esta situação: “Mas uma boa parte são questões internas à nossa sociedade e às nossas circunstâncias. Não podemos, por isso, ceder à resignação sem recusarmos a liberdade com que assumimos a responsabilidade pelo nosso destino.”
Somos pouco interventivos, ficamos á espera que alguém resolva os nossos problemas. Somos criativos, óptimos no improviso mas falta-nos rigor, objectividade, iniciativa, arrojo e vontade de mudar. Gostamos de ser guiados, como carneiros, é mais fácil, dá menos trabalho. Temos inveja de quem tem sucesso e adoramos a desgraça alheia. Somos um povo triste, desalentado, egoísta e invejoso.
Uma nação de sucesso não pressupõe um povo adulto na política?
Está na hora de sermos cidadãos cada vez mais activos e participantes.
Está na hora de velar para que a democracia seja vivida e participada.
Está na hora de não prescindir de contribuir para a resolução de problemas.
Está na hora de participar em grupos de intervenção cívica, políticos, religiosos, de protesto, ou em grupos de voluntariado.
Está na hora de usufruir com parcimónia dos bens colectivos, mas querer igualmente contribuir para o bem comum, com rigor e com empenhamento, olhando o bem pessoal em harmonia com interesse colectivo.

Concordo que o retrato social que aqui apresento é muito escuro. Reparem que nunca falo na terceira pessoa do plural mas na primeira pessoa do plural. O que digo é um exercício de autocrítica, não destrutivo mas construtivo. Se cada um de nós assumir a sua quota-parte de responsabilidade ainda vamos a tempo de construir uma nação com futuro.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

No Country For Children .....

O risco de pobreza das crianças portuguesas é dos mais elevados e mais duradouros.

Um relatório da Comissão Europeia sobre pobreza infantil coloca Portugal entre os oito países da União Europeia com níveis mais elevados de pobreza entre as crianças, e também entre aqueles com mais probabilidades de se manter nesta posição.
Na UE, Portugal está em penúltimo lugar e é apenas ultrapassado pela Polónia – mais de 20% de risco - numa uma tabela liderada pela Finlândia e Suécia - com 7% de risco.
Em Portugal há mais de 20 por cento de crianças (uma em cada cinco) expostas ao risco de pobreza. O risco abrange tanto crianças que vivem com adultos desempregados como as que vivem em lares onde não há desemprego. A análise da pobreza entre as crianças permitiu identificar factores que são potenciadores desta situação.
Entre os principais, segundo o relatório figuram a dimensão do agregado, bem como o nível de escolaridades e a situação profissional dos pais.Uma conclusão: quanto menor a escolaridade dos pais, maior o risco de pobreza das crianças. É, talvez, um dos dados mais chocantes presentes no relatório europeu:
- em Portugal, 68 por cento (contra 16 de média eu-ropeia) das crianças vivem com pais que não concluíram os estudos secundários.
- - 88% por cento das crianças portuguesas em risco de pobreza vivem em agregados com estas baixas qualificações.
É o patamar mais elevado de desqualificação na UE. Apenas Malta, com66 por cento, se aproxima. E há situações tão distantes da nacional como esta: a percentagem de crianças a viverem em agregados com níveis baixos de escolaridade é de dois por cento na Eslováquia, seis por cento na Polónia, sete por cento em França.
Amélia Bastos, do Instituto Superior de Economia e Gestão de Lisboa, com um doutoramento em pobreza infantil e um livro sobre o tema a ser publicado em breve, confirma Portugal "na cauda da UE". Tanto pela análise dos recursos monetários, como pela observação da "privação", em que a criança é olhada directamente: "O insucesso escolar é grande, encontramos uma dieta alimentar desequilibrada e muito frequentemente a ausência total de comida. Muitas crianças não têm qualquer vigilância médica. Muitas delas continuam a viver também numa situação de estigmatização auto-alimentada. Por fim, residem muito frequentemente em casas sobrelotadas, nas quais não dispõem de um quarto. Quem anda no terreno constata que existe uma grande fatia destas crianças condenadas a reproduzir a pobreza das famílias. A quebra do ciclo intergeracional não está a ser feita", afirma esta investigadora.

Em reacção oficial a este relatório, o Senhor Ministro do Trabalho e da Segurança Social prefere considerar que o cenário retratado neste Relatório não corresponderá "certamente" à situação de hoje: os abonos foram reforçados, criado o rendimento social de inserção, os subsídios de maternidade. Pois......
o Ministro fala de outro país certamente, que não este em que vivemos.

OLHA QUEM FALA !

Veio Belmiro de Azevedo afirmar que os bancos, para garantirem lucros, aumentam preços prejudicando o cliente, e que isso é o mesmo que o Estado faz quando não tem dinheiro e aumenta impostos.
Olha quem fala!!
E que faz Belmiro de Azevedo na gestão do Continente, Modelo, Optimus etc,.. senão aumentar os preços quando a margem aperta?
Como empresário que é, Belmiro bem sabe que também actua assim nos seus negócios, para assegurar os seus lucros.
Quando tem poder define o preço- e foi isso que conseguiu nas grandes superfícies comerciais, conquistando poder sobre alguns fornecedores. Quando não tem poder, sujeita-se ou luta para o ganhar, como tentou na Oferta Pública de Aquisição que lançou sobre a PT.
São estas as regras do jogo de um país que se quer a respeitar o mercado, numa economia de mercado.

No Country for Anxious Men

É já mais do que uma trilogia. Mas acho piada. Acho piada ao facto de uma expressão se tornar, subitamente, tão flexível e adaptável a realidades tão distintas.

Lazy men, Old men, Anxious men, o que mais virá por aí?

E pego nisto, em jeito de desabafo, simplesmente porque este é o meu estado de espírito relativamente a este País, a este estado das coisas, ao estado a que gente como aquela a que o R. se refere abaixo, nos trata todos os dias, todos os meses, todos os anos. Sem remorsos, sem sentimentos de culpa, sem qualquer tipo de consciência, sequer, do que estão a fazer a todos quantos, todos os dias, procuram e se esforçam ainda por acreditar que é possível acreditar.

Não neles, gente fraudulenta, mas no conjunto de forças e vontades que, desde Afonso Henriques decidiu que é Portugal que vale a pena, uno e inteiro.

Alguém me dizia ou escrevia, já nem me recordo, que talvez eu seja bastante ansioso e algo impulsivo; concordo. Em absoluto. E ainda bem que assim sou. Aliás, porque não somos todos assim, um pouco? Será que tudo não andaria um pouco melhor, agora?

Claro está que o contra argumento é sempre válido: a razão vencerá sempre o coração; a lógica e a frieza de raciocínio levarão a melhor sobre a forma apaixonada de viver e sentir um País, as pessoas, as causas, os efeitos que decisões, certas ou erradas, podem ter sobre aqueles que somos todos nós ou sobre os que nos estão perto.

Claro está também que nada nem ninguém me pode impedir de pensar; e pensar é a única arma que nos vai restando, limpa e livre, neste Portugal de hoje; “incomoda, como andar à chuva, quando o vento cresce e parece que chove mais”, como alguém escreveu, mas aí está, quem se resignar, acomodar, quem “engordar” e acumular calorias lá, onde o exercício deveria ser permanente, o máximo que poderá aspirar é vir a tornar-se um declarado oportunista, um triste e anódino ser amorfo, um pequenino rato de sacristia que, talvez em bicos de pés, seja notado; e muitos por aí saltitam…

É tão-somente por isto, e desculpem outra vez o desabafo, que vos digo, pegando na expressão de que passei a gostar: acho que para mim, este País deixou de ser. Nunca me resignarei, nunca me acomodarei, nunca deixarei de ir atrás daquilo em que acredito, como este nunca deixará de ser o meu País; mas vou tentar a minha sorte, talvez aqui, porque todos temos o direito de ser felizes.
So, this is No Country for Anxious Men, no more. At least for this one.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

No country for old men...


O mundo em que vivemos não se compadece com os velhos. Estes são esquecidos, são maltratados e olhados como um fardo pela sociedade. Não há tempo para olhar para trás, só olhamos em frente, só vemos o futuro, como se o nosso futuro não fosse o resultado do nosso passado. Quando olhamos para um idoso, vemos que não somos deuses; apercebemo-nos da nossa finitude; encaramos a inevitabilidade da morte. É por isso que fugimos, que os deixamos morrer, esquecidos, sem amor.
O Papa Bento XVI, contrariando os valores presentes na nossa sociedade veio, mais uma vez, condenar todas as formas de eutanásia directa e, numa atitude politicamente corajosa, veio defender que a sociedade tem de apoiar as famílias dos doentes terminais. "No domínio da regulamentação do trabalho, reconhecemos habitualmente os direitos específicos das famílias no momento do nascimento", afirmou. "Da mesma forma, direitos semelhantes devem ser reconhecidos aos parentes próximos no momento da doença em fase terminal do seu próximo." Quem não gostaria, na fase terminal da sua vida, de ter ao seu lado um ente querido? Aliviava-se o sofrimento do doente e o dos seus familiares. O doente teria verdadeiramente uma «boa morte», porque rodeado de amor.
Mas, hoje em dia, a “solução final”, apresentada aos idosos não é esta, mas sim, o abandono, o esquecimento, e, quando o fardo é insuportável: a eutanásia. Se bem que a eutanásia activa ainda não seja legal no nosso país, existem, no entanto muitas formas de eutanásia passiva (o “deixar morrer”).
Acredito que a vida tem dignidade desde o primeiro momento da sua concepção.
Acredito que a vida é um contínuo, por isso, é-se pessoa desde o primeiro momento.
Acredito que não se tem mais ou menos dignidade, conforme a idade, a condição física ou social.
Refuto a definição de pessoa em função da sua capacidade de tomar opções livres ou em função da sua produtividade.
A dignidade da pessoa não se pode graduar, medir ou quantificar.
Em suma, é pela forma como cuidamos dos nossos idosos que se avalia o progresso ou a decadência de uma civilização.

O menino é mesmo um malcriadão, tá a ver???


Jaime Silva é um nome muito simplório para uma figura tão pretensamente queque, talvez Jayme salvasse um pouco a coisa. Sim, é aquele ministro da agricultura que fala dos agricultores como quem fala das tias da Praia das Maçãs ou do grupo de S. Martinho do Porto. Acha-se o máximo e que vai lindamente à frente do ministério, pelo menos, garante-lho a tia Kateluxa que é dos Assis de Alpedrinha de Sintra, tá a ver?

O problema do Jaime, peço desculpa de o tratar assim, pois desconheço-lhe o petit-nom das Maçãs, é que sempre que o contrariam com alguma impertinência, tipo coisa séria, perde a pachorra, põe as mãos na cintura e aqui vai disto! Primeiro foi na lota de Matosinhos e respondeu tão bem que lhe iam oferecendo umas sardas, fresquissimas! Agora foi a vez de Portas. Não é que Portas resolveu importunar o ministro? Toma lá! Não se lembrou de mais nada, parecia o Tal & Qual! Foi sujo? Quer lá saber! Indesculpável? Não entre os "seus". É assim o super Jaime, cheio de caturreira e mão na cinta quando é preciso!

Para quem não o conhece, é o da esquerda na fotografia.

No country for lazy men...


Serei justo ao dizer que nenhum bairrismo tem contaminado os meus posts. Neste não será assim. Vivendo dividido entre Aveiro e o Porto, sendo um apaixonado do cinema, resolvi gitar o meu orgulho por duas grandes realizações artisticas das "minhas terras".

Avanca, a minha terra, o meu berço, uma das minhas paixões, oferece há anos a esta parte um festival de cinema de animação de referência a nível mundial. Não é exagero, no decorrer do último certame a imprensa americana referiu-se-lhe em termos elogiosos, pois é...

O Porto, em dia de Oscares, abre o Fantasporto com a estreia nacional de "No country for old man" o filme do ano da Academia. Para além da aposta certeira, o festival é do melhor que se realiza no género a nível mundial, a programação é de luxo, o único prblema é conseguir entrada para os melhores filmes...

O mais interessante: nenhum destes prestigiados festivais teve iniciativa pública, o apoio público é reduzido, nasceram e vivem da iniciativa de privados com bom gosto e dedicação à arte, da altissima qualidade que resulta deste trabalho e espirito empreendedor.

Há casos em que a distância da capital e dos circuitos subsidiodependentes aguçam o engenho e a criatividade. Parabéns!

Prós e Contras

Assisti ao programa da RTP1 de ontem, onde foram discutidos alguns dos problemas existentes na Educação em Portugal.
Ficam aqui algumas observações e comentários.
A moderadora e o programa
Não tenho por hábito assistir regularmente ao Prós e Contras. No entanto pude constatar a diferença na forma como são tratadas as diferentes audiências. No programa que passou há algumas semanas sobre a Saúde, qualquer reacção do público, nomeadamente através de aplausos era imediatamente seguida de uma ameaça de expulsão da sala. Ontem, sempre que a assistência se manifestava da mesma forma, era-lhes explicado, de uma forma didática, que não deveriam proceder dessa forma. Não compreendo a postura tão diferente. Será porque num caso era o "povo" que estava assistir e no outro eram os senhores professores?
Já quanto ao horário dos programas, não só do Prós e Contras mas também de muitos outros, continua a ser incompatível com quem trabalha no dia seguinte.
Por esse motivo, não assisti até ao fim e aquilo de falo pode eventualmente ter sido corrigido ou contestado durante o programa.
Passam as administrações e as direcções de programas e a pouca vergonha continua.
Os professores
Fiquei espantado com algumas coisas que ouvi. Compreendo que o sistema de avaliação que se pretende pôr em prática possa não ser o mais adequado e tenha (e sei que tem) situações que promovam alguma injustiça.
Curiosamente, não me apercebi que tivesse sido apresentada qualquer alternativa ou mesmo sugestão de melhoria ao que está a ser proposto. Parece que a vontade da classe é que tudo continue na mesma. Será que quem está dentro do sistema não concorda que o mérito e qualidade devem ser premiados?
Finalmente e quanto ao comportamento de alguns (bastantes, aparentemente, pelo barulho que faziam) dos que assistiam ao programa, confesso que fiquei preocupado. Como é que é possível que pessoas que não sabem ouvir, que interrompem com gargalhadas quem está a falar, como será possível que estas pessoas consigam manter um ambiente de trabalho numa sala de aula? Como conseguirão explicar aos seus alunos que eles podem ter comportamentos incorrectos e os alunos não?
A Ministra
Goste-se ou não da Senhora, das suas ideias e dos seus métodos, é um facto que ela está convencida que as suas ideias são as melhores e têm que ser postas em prática. E isto é meio caminho andado para que um decisor faça aquilo que tem que que fazer: decidir.
O Professor Arsélio
É com algum orgulho que vi que, das pessoas que intervieram no programa, sem dúvida que a mais esclarecida era o Professor Arsélio Martins. Reconheceu sem problemas que errou (quantos professores têm a coragem de o assumir de uma forma pública, em directo e sem rede?), e deu a entender que são necessárias mudanças e que o único caminho possível que a Educação tem é a mudança e a melhoria.
Fiquei orgulhoso porque Aveiro tem uma pessoa que sabe o que quer e o que faz, sabe ouvir e tem a sensatez necessária para procurar a melhor forma de atingir os resultados a que se propõe.
Apesar de politicamente estar no lado oposto ao meu, julgo que Aveiro só tem a ganhar se souber aproveitar ao máximo estas pessoas e estes contributos.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Dia Mundial da Vida com Tranquilidade


Hoje é o Dia Mundial da Vida com Tranquilidade.
Talvez seja de apontar nas nossas agendas e passar a comemorá-lo.
PS: isto não tem nada a ver com o Paulo Bento, é mesmo a sério.

Bingo

Só é pena não acertar assim ao jogo.
Tal como tinha previsto, o Dr. Arqueando Sobrancelhas respondeu a Manuel Ferreira Rodrigues no Diário de Aveiro de hoje.
Estranho apenas ter demorado tanto tempo.
Deve ter sido por causa do concurso da televisão digital terrestre.

No country for young men


Para desgraça do povo cubano, os meus receios confirmaram-se. A transição de Fidel é mais uma graça de mau gosto do tirano. Juro que, quando o ouvi falar em dar lugar aos jovens, pensei em Raúl Castro, nem sempre consigo evitar este cinismo intimo que os déspotas me inspiram. Tive razão, infelizmente.

NÃO É NOTÍCIA!



Ex-ministro diz que estava prevista não reversibilidade do edifício para o Estado

O ex-ministro do PSD José Luís Arnaut confirmou no sábado que a não reversibilidade para o Estado do edifício do casino de Lisboa constava do texto inicial da proposta de diploma de concessão à Estoril Sol.
«Nas negociações com a concessionária, esteve sempre presente a solução da não reversibilidade para o Estado do edifício no final da concessão, possibilidade legalmente admitida e que constava do texto do anteprojecto inicial de diploma», disse Arnaut numa nota de imprensa, citada pela «Lusa», emitida a propósito de «declarações publicadas na comunicação social».
O semanário Sol publicou uma entrevista com o ex-inspector-geral de jogos Joaquim Caldeira, que confirmou que a primeira minuta do diploma de concessão enviada à Inspecção-Geral de Jogos (IGJ) dizia expressamente que o edifício do casino não era reversível para o Estado e seria propriedade plena da Estoril Sol no final do período de concessão.
O ex-inspector assumiu que se esta versão não ficou no texto final isso deveu-se a um lapso seu. Adiantou ainda que José Luís Arnault, que era ministro adjunto na altura, tratou directamente deste processo, desde o seu início.
Concessionária ficou com responsabilidade das despesas de construção
Na nota de imprensa José Luís Arnaut esclarece que a não reversibilidade do casino para o Estado estava prevista porque «o Estado optou por não comparticipar nas despesas de construção, impondo antes que essa fosse uma responsabilidade exclusiva da concessionária».
Arnault diz ainda que apenas coordenou o processo na primeira fase, em que a negociação de contrapartidas para o Estado assumiu natureza transversal e envolvia vários departamentos governamentais.
«Estou seguro que neste processo defendemos, de forma adequada e intransigente, os interesses do Estado», afirma, lembrando as contrapartidas negociadas com a concessionária (30 milhões de euros iniciais, para investir em bens culturais e desportivos, e a entrega anual de 50 por cento da receita bruta do casino).
Na segunda fase do processo (depois de excluída a localização do casino no Parque Mayer)as negociações decorreram ao nível do Ministério da Economia, através do secretário de Estado do Turismo, assegurou o ex-ministro adjunto de Durão Barroso.

Não encontrei esta notícia em nenhum dos telejornais de domingo à noite. O Prof. Marcelo, sempre tão informado, não mencionou o assunto. O Público e o Expresso ignoram.
Como cidadão, tenho de concluir que o caso "Casino de Lisboa" teve o interesse do semanário de Balsemão quando permitiu uma impiedosa tentativa de assassinato político de Telmo Correia e do CDS em semana de aperto para Sócrates. Esclarecidas, embora tardiamente, as coisas por Arnaut, confirmadas na integra as explicações públicas de Telmo Correia, a imprensa volta costas. Depois do mal feito, nem, pelo menos, a reparação. Este comportamento abutre do quarto poder pesa na decisão de qualquer cidadão equacionar a sua dedicação ao serviço público. Esta impunidade que permite destruir na praça pública reputações de gente séria a troco de parangonas interessantes para alguns, cria o tal clima de descrédito e o lamaçal de que tantos se queixam. Fica tudo como dantes, o Expresso como semanário de referência, Telmo como o homem que ofereceu o casino e Balsemão e Sócrates a rirem.
Já agora, como fica Carlos Tavares no meio disto tudo???

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Worst Movie: Neverland


Em véspera de óscares, depois de um plágio piroso e mal conseguido de Obama, Joe Sócrates tenta a sua nova super-produção: Novas Fronteiras, traduzido para inglês com o titulo mais realista de Neverland. Perante uma plateia de figurantes, nenhum com aspirações legitimas a nomeação para melhor actor secundário, Joe, que está para Clooney como o Mokambo para o Nespresso, desenrolou o argumento de Neverland. Um argumento previsível, frouxo, sobre um país que não existe. O desempenho, repetitivo, sem densidade, não entusiasma ninguem. Falha completamente a nomeação para melhor argumento e para melhor actor principal. Não é desta que o cinema português descola...

And the winner is... US!


Em bom americano, I just don't give a shit about the oscars, bem, normalmente. Este ano é diferente. Continuo a borrifar-me para a atribuição especifica da estatueta. O importante este ano é a qualidade dos filmes nomeados. Sabendo como as nomeações influenciam a corrida às bilheteiras, é reconfortante saber que este ano haverá milhões de pessoas a ver bom cinema e que, desses milhões muita gente haverá que vai preferir continuar a ver bons filmes e não engolirá de novo os aneis dos senhores nem naufragará patéticamente no Titanic.

É interessante, por exemplo, ver o que se passou com Crash de Paul Haggis que passou e saíu anónimo do circuito português com meia duzia de espectadores e, depois de recebida a estatueta, regressou em glória tendo sido muito apreciado por todos os cinéfilos de pacotilha. Antes assim, apesar dos pesares, os filmes fazem-se para ser vistos.

Este ano, no Kodak Theatre o desfile é de luxo: In the Valley of Elah, para mim, o melhor, There will be blood, excelente, Michael Clayton, Atonement, No country for old men, o favorito, Sweeney Todd, mais um delirio estético de Tim Burton. Ficou de fora o excelente Lions for lambs de Robert Redford. Nada é perfeito.

Como optimista, e depois de muitos anos a desprezar os Oscares, acredito nesta redenção de Hollywood. Os tempos das grandes chachadas já lá vão, regressa-se definitivamente à credibilidade perdida nos idos de 70. Por outro lado, não creio que a crise que assola a América e o mundo seja irrelevante neste contexto; há um estímulo criativo urgente que faz ferver num só ano Paul Thomas Anderson, Paul Haggis, Tim Burton, Robert Redford, os irmãos Cohen. Muitos destes filmes são afirmações e manifestos, o mundo actual estimula-os.

Quem vai ganhar o quê daqui a pouco em L.A. pouco me interessa, o que realmente interessa é que, garantidamente, nós já ganhamos!

FUGAS II

On my way to!

"Last minute decision", apenas para relaxar, tranquilizar, pensar, saborear a magnífica vista, enfim, esquecer por instantes "os putos", como no fado, e preparar uma intensa semana de trabalho que se avizinha.

See you around. E obrigado, Caro R., pela "indução".

Fugas


Em dia de relatório da Sedes, esqueci a cara do primeiro ministro, do presidente, dos ministros e ministras e fiz boicote à crise e depressão instituidas. Sushi & sashimi freestyle pelo Stefan do Soho com Quinta do Cidrô Sauvignon Blanc, presunto de recebo, pão com azeite da cartuxa e Touriga Nacional da Herdade do Esporão, belo tinto; para finalizar queijo da serra a derreter-se sobre tostas finas integrais (por causa do colesterol!) acompanhado do fotografado LBV da Burmester. Bons amigos a acompanhar e nada de crises na conversa. Há fugas sem preço! Amanhã volto a falar do país real.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

E se fosse a Mãe dele???







"No Hospital de Aveiro não se matam pessoas, tratam-se pessoas"


"Pode haver falhas. É lamentável que as haja, mas podem haver. E se tiver de haver responsabilidades depois se assumirão" (itálico meu).


Dr. Luis Delgado, Presidente do Conselho de Administração do H.I.P., E.P.E., Aveiro, em entrevista a um jornal local, que pode ser lida na íntegra aqui. (Brilhante, por sinal...)


Já agora, depois de tudo o que tem vindo a acontecer e que NÃO COMENTA, NÃO INVESTIGA, NÃO ESCLARECE e sobre o qual NÃO RESPONDE, PORQUE NÃO ASSUME AS SUAS RESPONSABILIDADES JÁ?

E talvez aproveitar para umas pequenas férias na Venezuela! (Que me desculpem o humor negro, mas nesta altura e sobre este assunto, é o único disponível; e quem fala na Venezuela primeiro não sou eu...)



SOMAR OU DIVIDIR (sinergias, claro)?


A propósito de um post recente de um nosso "colaborador regular" acerca da instalada polémica da estação/paragem/apeadeiro do TGV (?) em Albergaria-a-Velha, aproveito uma ligeira insónia para ir preparando um linchamento; o meu, claro.
Ao contrário do que se diz abaixo, bastante abaixo, se quem ler se der ao trabalho de fazer scroll, sou daqueles que pensa, aliás sempre pensou, que 2+2=4, ou seja, que somar é sempre melhor que subtraír e infinitamente preferível a dividir.
Já aqui afirmei que não sou grandemente apologista do lobby instalado no "terreirinho do paço" que se auto intitula "Cidade do Conhecimento" e a que nos habituámos a chamar Coimbra; não sou, no entanto, daqueles que perde o sono por causa do que outros vão conseguindo, com lobby, sem ele, com mérito, sem ele, com mais ou menos esforço.
Já me causa algum transtorno, isso sim, aquilo que nós - e aqui aproveito para dizer que me situo a norte de Coimbra e a sul do Porto, no que deveria ser a Grande Área Metropolitana de Aveiro - não conseguimos ou mesmo vamos perdendo, por falta de lobby, peso político, visão estratégica, união e vontade de agir como um todo.
Tanta coisa para dizer que considero, talvez, que a localização da dita estação do TGV (?) na zona quase charneira Albergaria e Aveiro uma oportunidade fantástica (desculpem o entusiasmo...) para que os edis dos municícios em causa e outros circunvizinhos, como Estarreja e Ílhavo, no âmbito da GAMA, façam ouvir as suas vozes, juntem as suas energias e desenterrem um velhinho projecto, hoje mais do que nunca actual e factor essencial de desenvolvimento, evolução e aproximação ao padrão europeu.

Diz-vos alguma coisa? A mim sim. À parte a quimérica fotografia, um recuperado projecto do Metropolitano Ligeiro de Superfície deverá ser agora, na minha pequenina opinião, a grande meta e o grande objectivo pelo qual os Srs. Edis terão a responsabilidade de se bater, tão na moda estão os Investimentos Complementares do Estado; como simples, directa, eficaz e ambientalmente mais óbvia forma de ligar a dita estação a Aveiro, Estarreja, Ílhavo, etc.. Ou queremos uma estaçãozita isolada e servida por uma "central de camionagem"?
O Presidente da Câmara de Aveiro afirmou ontem a um órgão de comunicação social local que "ainda havia muito para dizer"; os outros ainda não se pronunciaram; estão certamente a combinar a estratégia.
E já entenderam, também, que só unidos poderão fazer frente ao poderoso e assustador lobby do "terreirinho do paço"...; acho eu, mas posso estar enganado. E de repente perder-se, por bairrismos bacocos, uma oportunidade única!
Sempre acharei que somar é a melhor solução. E eles? (como diz o outro, que em tempos foi Presidente do Porto de Aveiro e até podia ter começado a falar do assunto a tempo e horas, não fosse socialista, continua...)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Ufa!




Será que estes tipos não podem resolver as coisas de outra maneira?


Foi sofrer durante 89 minutos.


E, já agora, parabéns à lagartagem.

A tropa fandanga


Tenho as maiores dúvidas quanto aos efeitos práticos desta "retirada" de Castro. Obviamente, a comunidade internacional deve assumi-la como um caminho irreversível para a tardia democratização de Cuba, deve fazer sentir ao Castro Junior e a todos os Castros opressores que não há caminho de retorno. Espero sinceramente que não haja.

Contudo, a minha visão, calejada nesta coisa de aparentes boas acções da escumalha, é bem mais pessimista. A avaliar pela nublosa que cobre os efeitos práticos do suposto afastamento, pelas declarações dos apaniguados locais, que a seguir transcrevo, e pelas sonsas declarações da esquerdalha cá do burgo, não descortino nada de bom no horizonte. Algo me diz que o sacripanta e os apaniguados, espertinhos e ladinos, forjaram a manobra e a encenação com o intuito de, em periodo de mudança, criarem uma pressão internacional sobre os Estados Unidos para o levantamento do embargo. De facto, Castro já não está no poder há muito, é um símbolo e um símbolo continuará, independentemente do estatuto formal. Para a momenklatura de facto no poder, para Chavez e para Morales, o fim do embargo seria um balão de oxigénio fundamental para perpetuar as ditaduras na região.

Ah... como eu quero estar enganado!


A decisão de Fidel Castro "é uma lição para aqueles que o acusam de ser ter agarrado ao poder desesperadamente", disse Chávez, acrescentando "lamentar que Fidel não tenha recuperado totalmente a sua saúde". "Se fosse comigo teria feito o mesmo", afirmou Chávez, justificando que "na impossibilidade de por questões físicas andar a visitar os campos e as fábricas, Fidel decidiu e bem abrir caminho a outro companheiro". "Fidel não renuncia, nem abandona nada. Como ele mesmo disse, passa a ocupar o posto que tem que ocupar na revolução cubana e na revolução da América Latina. Homens como Fidel Castro nunca se retiram", concluiu o presidente venezuelano, um político apontado como sucessor político do líder cubano para a esquerda latino-americana. Por sua vez, o presidente da Bolívia, Evo Morales, expressou dor pela renúncia de "um líder histórico, revolucionário e anti-imperialista" que, "sobretudo, aposta no seu povo e nos povos do Mundo" e com o qual - disse - "aprendeu "muitíssimo".

Pérola

Não é novidade, nem sequer é brilhante. A vida também é feita de coisas simples e bonitas.

Berlusconi ..... ?????

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

E as leis servem para quê?

Do site da TSF, retirei esta notícia e também esta.
Sem comentários

Acordo ortográfico ou ignorância?


Será que isto já é reflexo do acordo ortográfico?
É que eu procurei em todos os mapas e atlas disponíveis e não encontrei nenhum Concelho chamado Administração.
De que cor política será a Câmara Municipal de Administração?
Terá dívidas como as outras?
Irá sujeitar-se ao visto do Tribunal de Contas?

MAIS PUBLICIDADE REALISTA...
















Tabu


Lembro-me que, criado numa casa de portas abertas, todos eram genuinamente bem vindos, bem, quase todos. Pairava um medo semi-oculto de certas visitas indesejáveis, pior que isso, dizia a minha Querida avó de nariz educado e sensível, só se vierem com Tabu. O Tabu era, de facto, insuportável, a afirmação mais eficaz de mau gosto; punha uma sala inteira em náusea mal se espalhava, deteriorando o ambiente. Sempre me habituei a ver o Tabu como a pior das piroseiras, a que não se restringe ao ridículo do portador, metendo-se pelas nossas narinas de forma impertinente.

Com o correr da vida, vi que, de facto, o apreciador do Tabu mantem sempre esta linha comum de perfil. Olho para estes apreciadores como a tal visita indesejada, pior, incharam em tamanho, imperinência e entram-nos em casa com a maior das naturalidades, até acham que gostamos.

Resta-nos o exigente exercicio da paciência.

RIGOR!?!


Eh eh eh! Não, a sério, importa-se de repetir???

YES WE CAN!


Wisconsin e Hawaii. Duas realidades territoriais e sociológicas muito diferentes. Barack Obama arrasa nas duas provando a sua capacidade de identificação com todas as faixas do eleitorado. Muito importante, no Wisconsin, entra fortemente no eleitorado feminino e nos "blue collar", trabalhadores indiferenciados e fortemente sindicalizados, até agora vistos como grupos cativos de Billary.

Change is coming!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

BOA PUBLICIDADE



Hoje em dia, quando compro um produto, gosto de saber se a empresa que o produz é socialmente responsável ou se tem preocupações ambientais. Felizmente, há um número crescente de empresas preocupadas com a sustentabilidade do planeta, em todas as suas vertentes; protecção da natureza; justiça social ; defesa dos direitos humanos.
Gosto da nova campanha da United Colours of Benetton. Agrada-me que esta empresa se tenha associado a uma das grandes ideias deste século: o Microcrédito.
Foi professor Muhammad Yunus, que desenvolveu e implantou esta ideia inovadora, em 1976, no Bangladesh. A atribuição de crédito a populações muito pobres, caracterizadas pela absoluta falta de acesso a crédito, permitiu-lhes desenvolver negócios próprios. O microcrédito é, hoje em dia, uma forma extremamente eficaz de combater a pobreza nos países do terceiro mundo.
A UCB , através desta campanha, associa-se ao Birima micro-credit programme, uma cooperativa de crédito fundada pela cantora senegalesa Youssou N’Dour. As fotografias exibem trabalhadores que graças aos empréstimos do microcrédito, conseguiram iniciar com sucesso negócios próprios: um pescador, um decorador, um músico, um agricultor... Estas pessoas comuns, tornam-se assim, símbolos de uma África que usa a dignidade do trabalho para combater a pobreza e assume a responsabilidade por criar o seu futuro.
Está associado, a esta campanha, o lançamento da revista COLORS 73, cujo tema é dinheiro: as diferentes formas que este assume, desde o mundo desenvolvido até ao “resto do mundo”.
Sou uma assídua seguidora desta revista porque tem temas actuais e muito interessantes, tem um grafismo revolucionário e uma fotografia fora de série.
Para quem vive no “Norte”, pode comprar esta revista na loja da Benetton, no Arrábida Shoping.

DISCRIMINAÇÃO DO CASAMENTO


Em Portugal, ter filhos no casamento é objecto de uma incrível discriminação fiscal e não só. O sistema está montado para favorecer aqueles que escolhem não casar e ter filhos fora do casamento.
Veja:
Os casados são obrigados a apresentar uma declaração conjunta de IRS, ao passo que aqueles que optam por viver em união de facto têm possibilidade de escolher entre apresentar declaração conjunta ou declarações separadas. O que faz toda a diferença, pelo seguinte:
Duas pessoas em união de facto com filhos podem apresentar declarações de IRS separadas, o que lhes permite abater pensões de alimentos que estejam obrigados a pagar por sentença judicial, ou acordo judicialmente homologado. E, o membro do “casal” que recebe a pensão pode inscrevê-la na rubrica rendimentos de pensões, ficando isento de imposto até um montante máximo de seis mil euros - valor para 2008.
Além disso, os não-casados com filhos beneficiam de uma dedução à colecta num montante equivalente a 80 por cento do salário mínimo nacional, ao passo que para os casados a dedução à colecta não passa dos 55 por cento do salário mínimo.
Acresce a recente decisão de Sócrates aumentar em 20 por cento os abonos de família para as famílias monoparentais – que são todas aquelas em que os pais não estão registados como casados, podendo, na prática, viver juntos, uma vez que o Governo nunca irá fiscalizar se isso acontece ou não.

São já inúmeros os exemplos dos casais que, casados e com filhos, deitaram “contas á vida” e resolveram separar-se judicialmente de pessoas e bens, apenas para poderem, na prática, beneficiar do regime fiscal concedido aos não casados. Claro que continuam juntos e a viver na mesma casa, apenas mudam o domicílio fiscal de um deles, e passam a declarar impostos em separado. Resultado ? Uma poupança fiscal de seis mil euros por cada filho que ajuda a pagar as despesas com a educação, e as férias, e tudo o mais. E, dizem eles, o facto de estar separados dá-lhes ainda outros privilégios: se quiserem que um dos miúdos mude de escola e houver limitação de vagas, tem prioridade.

Mais: Em Portugal, aqueles que contraem casamento (civil ou religioso com efeitos civis), seja qual for o regime de bens, passam automática e obrigatoriamente a ficar submetidos a um regime legal específico de comunicabilidade de dívidas, que responsabiliza ambos os cônjuges pelas dívidas contraídas por um deles, e atinge não só os bens comuns do casal, mas também os bens próprios de cada um.
Além disso, se os cônjuges não se derem ao trabalho de celebrar uma escritura pública antenupcial convencionando o regime da separação de bens, ficam automaticamente casados no regime da comunhão de adquiridos, passando a carecer sempre da autorização do cônjuge para vender até os seus bens imóveis próprios!
E os unidos de facto? Népia. Estes não são responsáveis pelas dívidas contraídas pelo companheiro, mesmo as destinadas aos encargos normais da vida familiar, e mantêm sempre as vantagens da total independência patrimonial.

Conclusão:
Sou a favor da abolição do casamento civil, e da atribuição de efeitos civis a casamentos religiosos. Proponho a revogação imediata e retroactiva dos artigos do Código Civil relativos ao casamento. Preconizo que passe a existir apenas uma forma de casar e celebrar a união entre homem e mulher: o casamento religioso (segundo a confissão religiosa de cada um), e reclamo que este careça totalmente de efeitos civis, de modo que perante o Estado as pessoas continuem no estado de solteiras.
Para efeitos de IRS, o montante a considerar deve passar ser o rendimento familiar a dividir pelo número de dependentes, independentemente de os progenitores viverem juntos ou não.
Só assim seremos verdadeiramente e justamente iguais perante a lei, sem prejudicar ninguém: nem os casados na Igreja, nem os unidos de facto, e nem os gays. Não há casamento civil para ninguém!

Probrêma Siô? Num é aqui naum!


Devo estar à beira de um esgotamento! Andava eu preocupado, quase deprimido, com o que julgava ser o estado da Nação e eis que ontem fui confrontado com a minha distorcida percepção da realidade. Em passagem pela sic(K) noticias, tenho a noticia, da boca do eng. Sócrates, que, afinal, tudo vai bem e ainda vai melhorar. Que alívio! Os entrevistadores bem se esforçaram para que percebessemos que o país está excelente; muito contido, Sócrates, foi mais pessimista e garantiu que o país está apenas optimo, contudo, assegura que no segundo mandato, aí sim, estará excelente!

A Sic(K) presta mais um bom serviço ao esclarecimento do povo. O Expresso tem sido o arauto da acusação dos detractores do eng. Sócrates. Não é de estranhar que o Dr. Balsemão tenha recebido o eng. pessoalmente... Soma e segue.

Hasta siempre comandante, y que no vuelvas jamas! Mira, porqué no llevas Chavez contigo??

Sondagens

A propósito das eleições espanholas, foi feita uma sondagem cujos resultados têm alguma piada.
Gostava de ver algo semelhante em Portugal.
De qualquer forma retenho os gostos dos votantes do PP pela sesta e pela tourada, e o dos socialistas pelos cosméticos (eu bem que desconfiava).

Tripé


Esta situação que ocorre em Lisboa não lembra a ninguém.
Mas cuidado.
Com a capacidade criativa que o Vereador Pierrot tem, ainda vamos apanhar com algo semelhante em Aveiro, quem sabe até, a necessidade de ter e pagar uma licença municipal para ocupar a via pública não com um tripé, mas talvez mesmo apenas com um pé!

Em busca da escola perdida


Não vale a pena fazer grandes comentários relativamente à entrevista que aparece no Caderno P2 do Público de hoje.
A entrevista ao reitor da Faculdade de Educação da Universidade de Boston, EUA, Charles Glenn, é por si propría esclarecedora.
Basta ler os excertos desta entrevista, que a seguir transcrevo, para perceber que o governo Português tem uma visão da educação diametralmente oposta à que Charles Glenn defende. Se olharmos para as últimas medidas educativas, relativas ao ensino especial e ao ensino musical, concluiremos que caminhamos no sentido contrário.
Charles Gleen veio a Portugal falar da autonomia e da experiência norte-americana, já com 20 anos, relativamente às "charter schools", ou seja, escolas privadas que têm contratos com o Estado.

Mas o que é uma "charter school"? “É uma escola privada financiada por dinheiros públicos. Ou uma escola pública que opera como uma privada. É fundada por pais, professores ou empresas, que apresentam um programa específico e dizem como querem que a escola opere e como deve produzir resultados, bem como medi-los.”

“Conhece o sistema português, considera que está preparado para uma experiência semelhante?" -"Primeiro é preciso que haja liberdade na diversidade das escolas do Estado. Sei que existem escolas privadas com contratos [para receberem os alunos de uma região onde não há oferta pública], mas é esperado que façam exactamente como as do Estado. Isso não pode ser porque se querem ser melhores têm de fazer coisas diferentes....”
“Porquê? A minha experiência... mostrou-me que as escolas públicas se tornavam melhores se fossem diferentes. E fizemos isso, sobretudo para integrar as minorias étnicas e não por questões de qualidade, mas a educação melhorou porque havia pais e professores empenhados ...”

“E Portugal está preparado para ter escolas privadas financiadas totalmente pelo Estado, para fazerem o que quiserem?" -"Uma sociedade livre como a portuguesa deve aceitar que os pais que tenham uma visão diferente, sejam respeitados e possam escolher. A sociedade deve perceber que as escolas são mais eficazes se forem diferentes, porque servem públicos distintos e que podem chegar aos mesmos resultados por caminhos diferentes....”
"... Não acredito que haja igualdade de educação nas escolas portuguesas. Nem mesmo nas escolas públicas. Portanto, isso não pode ser uma desculpa para não haver diversidade.”

“É verdade que nos EUA há estudos que indicam que os alunos mais desfavorecidos têm melhores resultados nas escolas católicas? Porquê?" -"Ninguém sabe porquê, mas a verdade é que tem sido feita muita investigação e que tem sido exaustiva. As conclusões a que têm chegado é que os alunos de origem afro-americana têm melhores resultados nas escolas católicas. Os brancos também têm melhores resultados, mas não se dão tão bem como os negros.”

“The advancement and diffusion of knowledge is the only guardian of true liberty.”
James Madison

RAZÃO VERSUS CORAÇÃO: GANHA O CORAÇÃO.




Estudos cientificos demonstram que quando se trata de escolher um candidato político, a inquietação, o entusiasmo e a identificação pesam mais do que a razão ou a lógica dos argumentos e dos programas eleitorais. No confronto entre a razão e o coração, ganha o coração.
É, dizem os entendidos, um principio assente da psicologia política: os eleitores conhecem mal, muito mal as opiniões dos candidatos sobre as questões políticas. As posições e os programas eleitorais dos candidatos não são o principal critério de decisão.
O facto de as pessoas padecerem de “limites cognitivos”, (assim eufemisticamente denominados), e não conseguirem reter as opiniões dos candidatos, significa que os eleitores substituem por qualquer coisa aquela falta de conhecimento, relata a Newsweek. E, essa “qualquer coisa” assume crucial importância na decisão de voto. Por isso, essa “qualquer coisa” tornou-se objecto ávido de análise por estrategas eleitorais e centros de sondagens, que estudam o processo da tomada de decisão.
Sabe-se que grande parte dos eleitores recorre ao critério do partido político como substituto para aquele desconhecimento: cerca de 60% do eleitorado escolhe o candidato somente ou largamente em função do partido político. O segundo critério mais utilizado é o posicionamento dos candidatos face a específicas questões: os eleitores que escolhem em função de uma determinada matéria, não votarão nunca num candidato com o qual não estejam de acordo nesse ponto.
Mas, sempre que não se trate de votar num partido, e/ou não exista uma óbvia diferença entre as posições políticas dos candidatos, então a escolha é feita sobre outras motivações. Dizem os politólogos que é nesse momento que as pessoas votam por heurística (recurso cognitivo) e, indo atrás de motivações instintivas, seleccionam o candidato com que mais se identificam. Segundo esta teoria, tal é que sucede actualmente nestas primárias americanas voláteis e imprevisíveis: não são as posições analíticas que determinam a escolha, sobretudo entre os Democratas em que são mínimas as diferenças de opinião entre Hillary e Obama.
Os candidatos vencedores serão aqueles que lograrem causar nos eleitores sentimentos de entusiasmo, empatia, e paradoxalmente, mesmo ansiedade ou inquietação. Porque os eleitores baseiam-se na chamada “racionalidade instintiva”.
Durante um debate com Bill Clinton na campanha de 1992, quando George H W Bush olhou para o relógio de pulso, a mensagem que a “racionalidade instintiva” recebeu foi que Bush não tinha vontade de estar ali, e os eleitores sentiram que ele já não compreendia o país, o que gerou desconfiança. Inversamente, durante o debate, Bill Clinton dirigiu-se a alguém do público que lhe tinha colocado uma questão. Enquanto Clinton respondia, olhando-a nos olhos, a pessoa anuía com a cabeça, acenando afirmativamente uma e outra vez. Ninguém se lembra do que é que Clinton disse, mas toda a gente recorda aquela expressão de concordância. Estes aspectos aparentemente de pormenor provocaram mudanças de sentido de voto em centenas de pessoas, a favor de Clinton. Como este exemplo, há muitos outros que indicam que os eleitores seguem o seu instinto. “Saber o que as pessoas sentem é mais importante do que saber o que pensam” dizem os peritos.
Ao avaliar as posições dos candidatos, os eleitores são sobretudo atraídos por aquele que apazigue a inquietação, e transmita segurança e esperança.
No âmbito do poder da emoção, os sentimentos mais fortes são o medo e a inquietação – essenciais á sobrevivência - e gerados nas regiões mais primitivas do cérebro. Segundo a investigação desenvolvida, a inquietação leva as pessoas a procurar novas informações. Se, p.ex. estiverem preocupados e inquietos com o estado do País e com as suas finanças pessoais, os eleitores tendem a querer saber mais sobre a personalidade dos candidados, e prestam maior atenção ás informações e debates. Isto pode ajudar a explicar certos falhanços das sondagens: o estado de inquietação sobre o futuro pode levar os eleitores a procurar saber mais sobre os candidatos, a re-avaliar cada um deles, e, portanto, conduzir a uma alteração da escolha inicial.
Mesmo quando a preocupação emerge de uma questão específica, p.ex. o receio de uma recessão iminente, o efeito é de incitar os eleitores a saber mais sobre a pessoa do candidato, e não apenas sobre o seu programa eleitoral. Os politólogos defendem que foi precisamente isto que se passou recentemente com Rudi Giulianni: quando os eleitores perspectivaram Giulianni sob este novo prisma, começaram a olhar também para certos aspectos da vida pessoal do candidato (vai no terceiro csamento e é sabido que os filhos não lhe falam).
Os eleitores preocupados e inquietos que avaliam e re-avaliam, e tornam a analisar os candidatos explicam ainda um outro fenómeno: a decisão tardia, tomada á boca das urnas por uma relevante percentagem de votantes. E, nestas decisões de ultima hora pesa mais a emoção do que a razão, ou seja, são decisivos certos aspectos da pessoa dos candidatos, em detrimento das suas opiniões sobre questões de fundo.
No pólo oposto, o entusiasmo por um candidato tende a fechar o espirio do eleitorado à informação adicional. O entusiamo pode imobilizar os eleitores, pois não os empurrra a procurar saber mais.
Mas, a pequena lágrima de Hillary Clinton mesmo antes das primárias de New Hampshire veio iluminar um outro factor de influência na tomada de decisão dos eleitores: a identificação com o candidato.
Naquele momento, a emoção da Sra. Clinton tornou patente a sua condição de mulher, e isso fez com que numerosas mulheres se identificassem com ela. Quando Hillary, que anteriormente frustrara os estéreotipos sobre o género, verteu uma lágrima, as mulheres acorreram porque se identificaram com ela. Sobretudo as mulheres com mais idade, pois naquele instante sentiram uma ligação á candidata: "a batalha dela é a minha".
Só que, os aspectos que determinam a identificação podem mudar todas as semanas, todas as horas até, consoante a característica a que se faz apelo: num primeiro momento, a lágrima de Hillary colocou o tema do género na ribalta, e por identificação feminina, o voto das mulheres favoreceu-a; mas depois, nas primárias da Carolina do Norte, a focagem incidiu sobre a questão fundamental da raça, e então as mulheres negras votaram massivamente em Obama.
Nas sondagens á boca das urnas pergunta-se aos eleitores em quem e por que razão votam em tal candidato. Mas as suas respostas tendem a ser inadequadas e falsas, porque as pessoas não reflectem sobre as suas próprias emoções e motivações mais profundas. As pessoas dizem "aquele partilha dos meus valores" ou "eu acho que aqueloutro é sincero", ou ainda "gosto das posições que ele defende" - mas estas são motivações racionais. As verdadeiras razões, de génese emocional, são mais dificeis de admitir, mas são as decisivas, a final.
Por isso, dizem os peritos, as campanhas eleitorais têm por alvo o coração, mesmo que pareçam dirigir-se ao cérebro do eleitorado. É que os peritos sabem que a campanha eleitoral que melhor explorar o poder do coração e da emoção sobre os eleitores será a vencedora.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Volare

Iagohrakualkerkoiza deberdadeiramenteinesperado

http://unix.rulez.org/~calver/funny/swf/volare-karaoke.swf

Depois de verem o site, ficam a perceber o teor do que está escrito na primeira linha.

Manuel Ferreira Rodrigues

No Diário de Aveiro de hoje Manuel Ferreira Rodrigues quebra um silêncio de quase quatro anos.
Fica-se a saber muito daquilo que se imaginava.
Prevê-se para breve um novo artigo de opinião do Dr. Arqueando Sobrancelhas para dizer que tudo aquilo que MFR afirma é mentira. Se calhar até mesmo o facto de terem sido colegas no Liceu.
Aguardarei tranquilamente.

No, we can't


Para tornar mais light este blog, aqui está um verdadeiro artista Português e
No, we can't
imitá-lo

Yes We Can!

Video fantástico da campanha de Barack Obama. Juro que este post nada tem a ver com a Scarlett Johansson!

TGViu


Leio no Díário de Aveiro que o Presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha revelou que a futura estação do TGV será construída naquele concelho.
A ser verdade esta notícia, significa que o Aveiro foi preterida em favor de um concelho vizinho para a construção daquela infraestrutura e que os nossos governantes locais não souberam defender os interesses do seu concelho e dos seus eleitores.
Naturalmente que uma derrota deste tipo custa a engolir e a questão fundamental será quantos passageiros do futuro TGV terão origem e destino em Albergaria e quantos terão origem e destino em Aveiro. Será que isto não conta para nada?
Já quanto ao problema técnico da construção do traçado e das curvas que o mesmo pode ou não ter, parece que em Coimbra esse problema não se pôs, pois no mapa que o Expresso publicou há já alguns meses é bem visível a curva que a linha do TGV faz para parar em Coimbra.
Aguardo com curiosidade o que irão dizer sobre o assunto o Presidente da Câmara, a Presidente da Assembleia Municipal, os Vereadores da Oposição e também o Governador Civil, pessoa que, apesar de ocupar um cargo de âmbito distrital, nunca renegou a defesa dos interesses do seu concelho.

Para o RA; talvez para mim; e para o Mundo...

Nunca me pronunciei sobre a questão das eleições americanas; não emiti opinião; reservei-me, quieto, calado, tranquilo, resguardado, talvez observador, tentando aperceber-me do verdadeiro fenómeno que este homem pode constituir e daquilo que poderá representar para a América e para o Mundo.


Confesso que ainda não cheguei lá totalmente; apenas me convenceu que poucos como ele, tão surpreendentemente como ele, chegariam tão longe como ele, tão rapidamente. Será isto bom? Será isto positivo para o seu País? Será a sua mensagem consistente? O Mundo ganhará, se ele ganhar?


Enquanto vou e venho, aqui deixo uma "pequena" amostra de como eventualmente o homem já chegou onde chegou; e de como ainda é bonito fazer campanhas eleitorais. E de como ainda não disse o nome dele, nem preciso.

They really got a crush on him...










Bem fresca, se faz favor!


Acho a maior graça. Tomate previne isso,cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas não exagere...

Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos. Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde. Prazer faz muito bem. Dormir me deixa 0 km. Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha. Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos. Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias. Brigar me provoca arritmia cardíaca. Ver pessoas tendo acessos de estupidez me embrulha o estômago. Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano. E telejornais... os médicos deveriam proibir - como doem! Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo, faz muito bem! Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada. Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde! E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas, pior ainda! Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna. Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau! Cinema é melhor pra saúde do que pipoca!

Conversa é melhor do que piada.

Exercício é melhor do que cirurgia.

Humor é melhor do que rancor.

Amigos são melhores do que gente influente.

Economia é melhor do que dívida.

Pergunta é melhor do que dúvida.

Sonhar é melhor do que nada!