sábado, 23 de fevereiro de 2008

And the winner is... US!


Em bom americano, I just don't give a shit about the oscars, bem, normalmente. Este ano é diferente. Continuo a borrifar-me para a atribuição especifica da estatueta. O importante este ano é a qualidade dos filmes nomeados. Sabendo como as nomeações influenciam a corrida às bilheteiras, é reconfortante saber que este ano haverá milhões de pessoas a ver bom cinema e que, desses milhões muita gente haverá que vai preferir continuar a ver bons filmes e não engolirá de novo os aneis dos senhores nem naufragará patéticamente no Titanic.

É interessante, por exemplo, ver o que se passou com Crash de Paul Haggis que passou e saíu anónimo do circuito português com meia duzia de espectadores e, depois de recebida a estatueta, regressou em glória tendo sido muito apreciado por todos os cinéfilos de pacotilha. Antes assim, apesar dos pesares, os filmes fazem-se para ser vistos.

Este ano, no Kodak Theatre o desfile é de luxo: In the Valley of Elah, para mim, o melhor, There will be blood, excelente, Michael Clayton, Atonement, No country for old men, o favorito, Sweeney Todd, mais um delirio estético de Tim Burton. Ficou de fora o excelente Lions for lambs de Robert Redford. Nada é perfeito.

Como optimista, e depois de muitos anos a desprezar os Oscares, acredito nesta redenção de Hollywood. Os tempos das grandes chachadas já lá vão, regressa-se definitivamente à credibilidade perdida nos idos de 70. Por outro lado, não creio que a crise que assola a América e o mundo seja irrelevante neste contexto; há um estímulo criativo urgente que faz ferver num só ano Paul Thomas Anderson, Paul Haggis, Tim Burton, Robert Redford, os irmãos Cohen. Muitos destes filmes são afirmações e manifestos, o mundo actual estimula-os.

Quem vai ganhar o quê daqui a pouco em L.A. pouco me interessa, o que realmente interessa é que, garantidamente, nós já ganhamos!

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