quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

WFB


Morreu há poucas horas William F. Buckley. Tinha 82 anos; qualquer conservador neste momento, mais que chorar a sua morte, celebra a sua vida. Buckley exigiria que fosse assim. 55 livros editados, a liderança do histórico da televisão americana "Firing Line" e a paternidade do bastião conservador da imprensa que é a National Review.

Graduado com distinção em Yale, desde cedo se notabilizou por um discurso acutilante e fracturante, onde o humor não raro pontuava, que viria, após anos de maturação, a encontrar a consumação com a chegada de Reagan e dos Bush à Casa Branca. Em 65 protagonizou uma quixotesca campanha de candidatura a mayor feita de moto pelas ruas de NY. Defendia a liberalização da marijuana. Afastou-se de Bush assumindo o trágico erro do Iraque. A sua carreira pública foi notável, consistente e sempre polémica; nunca conseguiu dissociar o pragmatismo do idealismo, o caminho mais árduo. Se se pudesse resumir, Buckley advogava a defesa intransigente do interesse nacional aliado aos mais elevados padrões morais de referência. Contemporânio de Mailer e Capote, foi mais um pensador que escreveu. Fundou o conservadorismo moderno. Não é pouco.


Do lado dos meus gostos pessoais, foi Buckley, admirador de Evelyn Waugh, que levou Brideshead Revisited ao público americano.


Para terminar, é interessante recordar as palavras que lhe dedicou um dia Reagan: “You didn’t just part the Red Sea — you rolled it back, dried it up and left exposed, for all the world to see, the naked desert that is statism. And then, as if that weren’t enough, you gave the world something different, something in its weariness it desperately needed, the sound of laughter and the sight of the rich, green uplands of freedom.”

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