domingo, 30 de novembro de 2008

Começa a ser tarde....


Paula Teixeira da Cruz: "Há um tempo para arrumar a casa e há um tempo para apresentar projectos, porque um partido de alternativa tem que os apresentar. Começa a ser imperioso que o PSD mostre quais são os seus projectos alternativos".
Começa ser tarde.
Será que MFL ainda vai a tempo???
Ou avizinham-se novas gaffes e ironias desastradas ?
Tenho muito pouca fé.

Cartoons da actualidade....


BURACO PORTUGUÊS DE NEGÓCIOS


sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Cordel do Fogo Encantado

São dos fenómenos mais interessantes da actual cena musical brasileira. Muito além do material standard que cá chega, o Brasil continua a ferver cultura, criatividade e modernidade. Os Cordel do Fogo Encantado são mais uma explosão dessa criatividade, inquietantes, interventivos, fracturantes, do melhor que tenho visto e ouvido ultimamente. A seguir com atenção.

Lá longe...


Ando atónito e preocupado com a reacção europeia à catástrofe que se vive na India. Nas televisões portuguesas a abordagem anda de mãos dadas com as cheias de Santa Catarina. Nas televisões europeias, á excepção das inglesas, a coisa é tratada como uma curiosidade exótica. O discurso europeu tem sido economia, economia, economia. Só a CNN, por ser americana, tem revelado a lucidez de interpretar a tragédia como global.
A população muçulmana na India é residual, no vizinho Paquistão é massiva. Esta mobilidade, se extrapolada para o resto do mundo, é assustadora. As implicações políticas nas relações internacionais provocadas por actos terroristas deste formato, revelam uma dimensão e um alcance muitíssimo mais sofisticado do que se podia prever.
A Al Qaeda revela uma evolução difícil de controlar; propaga-se como um franchise simplificado, rápido e ágil: onde haja um grupo de fanáticos e um portátil ligado á rede, poderá haver uma célula da Al Qaeda. A evolução dos métodos, a dispersão mundial, a imprevisibilidade do formato, a simplicidade da comunicação e da estrutura, são os grandes desafios que o mundo, todo o mundo civilizado, não pode deixar de enfrentar. Entretanto, na Europa, economia, economia, economia. Até aí estão enganados, ainda falta aferir o impacto dos atentados na economia da India, da qual Bombaim é a capital económica, e a repercussão na economia mundial.
Se pensam que é lá longe, estão redondamente enganados.

Serviço público


Victor Constâncio, entre as justificações que vai dando para se agarrar ao lugar, chora queixinhas e acusa Paulo Portas de tentativa de linchamento público. Este papel de Calimero não assenta bem ao governador.
Hoje no jornal da TVI, Manuela Moura Guedes confrontou Paulo Portas com cada uma das declarações mais marcantes de Constâncio a Judite de Sousa. Portas foi letal. Munido de documentação do próprio Banco de Portugal, arrasou Constâncio sem apelo nem agravo.
Tenho pensado muito, muita gente pensará também, na atitude de Alan Greenspan, assumindo a responsabilidade que a dimensão do cargo acarreta, saindo como homem quando o falhanço se revelou. Paralelamente, Constâncio, que ganha mais do que Greenspan, sacode a água do capote, foge das responsabilidades como um rato, agarra-se, apesar de insustentável.
Dada a importância da credibilidade do Governador para a estabilidade da economia, Paulo Portas não está a pedir um linchamento público, está a prestar serviço público.

OOOOOOPPPPPPPPPSSSSSSS!!!!!!

Sugestões para cozinhar e cortar o Bicho


Hoje é dia de festa nos EUA, celebra-se o dia de Thanksgiving. O jornal LA times oferece um guia de várias páginas; comida, compras, decorações, o que vai dar na televisão... Detive-me, é claro na parte gastronómica; fotos de fazer crescer água na boca; uma receita de peru, simples e, segundo leitores experimentados, fabulosa. Como o Natal está a aproximar-se tenho de começar a preparar o menu, é que, por estas bandas, ninguém sabe preparar o peru!.. Como gosto de inovar acho que, este ano, vou experimentar esta receita. Podem ainda ver um pequeno filme que explica, passo a passo, como cortar o peru, actividade que deixo sempre ao cuidado de médicos, de preferência, ortopedistas



Já agora, bon apettit.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Se alguém o disse...

“Um homem é uma fracção cujo numerador corresponde ao que ele é, enquanto o denominador é o que acredita ser”

Léon Tolstoi

(Talvez seja difícil de entender à primeira, para quem é de letras...)

Vandalismo


Pelo que se tem lido, Aveiro tem sido cada vez mais frequentemente alvo de ataques de vandalismo.
No tempo em que os vândalos não eram analfabetos, bastava colocar uma placa como esta nos locais públicos para evitar esses actos.

Indicador de Clima Económico

Ao ler esta notícia do INE, que em nada espanta quem anda na rua e vê as lojas vazias, vai aos hipermercados e encontra lugar para estacionar junto à porta de entrada mesmo ao fim-de-semana ou fala com empresários de qualquer sector, a única pergunta decente que se pode fazer é se no Governo ninguém recebe estas informações ou, recebendo-as, se necessitam de um tradutor para que lhes expliquem o que significam.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Orgulhozinho saloio


Pensarão que passei o dia de hoje a sonhar com comida, não é mentira. O jantar de hoje promete - obrigado Iza e Miguel pelo convite - e o pensamento foi divagando em antecipação do que aí vem.
Para ajudar a melhorar a nossa auto-estima informo aqui que, a biblia do trensetting, Vanity Fair, decretou que o queijo do momento é o Amarelo da Beira Baixa. Assim. Escrito em bom português. Derrotou o queijo reinante até então, uma preciosidade francesa de nome turtuoso de que nunca tinha ouvido falar.
Os Vanderbilt's, Walldorf's e Rockfeller's estarão a descobrir as maravilhas do "exquisite" e "absolutely trendy" Amarelo da Beira Baixa!
Quem precisa de aumentos salariais quando tem acesso fácil ao Amarelo da Beira Baixa? Quem disse que Portugal não é um paraíso?
Perguntem ao mordomo dos Vanderbilt que anda aflito á procura do queijo!

Insaciável e despedida


Para quem gosta de comida, Gael Greene é uma referência incontornável. Reinou na critica culinária durante 40 anos seguidos na New York Magazine. Foi agora despedida sem apelo nem agravo; a comunidade gourmet está em alvoroço.
Gael Greene moldou de forma inequívoca a cena da restauração da Big Apple; há quem vá mais longe e diga que mudou e revolucionou a forma de comer dos nova-iorquinos. Há quem jure que antes dela a rúcula era uma erva desonhecida...
Mas, o mais interessante é que, para gente como eu que não tem a felicidade de visitas frequentes a NY, Gael é igualmente interessante pela forma como fala da comida, a abordagem única que faz da refeição, segundo diz, sempre com enorme sensualidade. Digamos que antecedeu na mesa do restaurante, Jamie Oliver na cozinha e Jeremy Clarkson nos automóveis.
Para ilustrar esta nova maneira de escrever sobre a mesa, nada melhor do que as palavras da própria: “the two greatest discoveries of the 20th century were the Cuisinart and the clitoris” “How does it feel, how does it taste, and what is it about. If you are a sensuous eater, these things are important.”

Nem tudo são más noticias, vamos poder continuar a ler a Senhora no seu website: www.insatiablecritic.com

Buen provecho!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

"O tempo é um ponto de vista"


Hoje, todos os nossos ilustres colaboradores falaram do tempo; metereológico, político, vivencial, quotidiano, biográfico, cultural e civilizacional. Há o tempo mensurável, e há o nosso, feito por nós, à nossa medida, pontuado por tempos fortes e tempos fracos, numa linha continua inexorável a caminho do desconhecido.. Eu, só tenho pena, de não ter tempo para desperdiçar tempo.


Não resisto a deixar este curioso poema sobre o tempo:

Deus pede estrita conta do meu tempo

E eu vou, do meu tempo, lhe dar conta;

Mas, como dar, sem tempo,tanta conta,

Eu que gastei, sem conta, tanto tempo?


Para dar minha conta feita a tempo

O tempo me foi dado e não fiz conta;

Não quis, sobrando tempo, fazer conta,

Hoje quero acertar conta e não há tempo.


Oh vós que tendes tempo sem ter conta,

Não gasteis vosso tempo em passa-tempo;

Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta.


Pois aqueles que, sem conta gastam tempo,

Quando o tempo chegar de prestar conta,

Chorarão como eu, o não ter tempo.

Vem aí um frio do caraças

Sem segundos sentidos. Basta ver a previsão. 1 grau de mínima, 10 graus de máxima, é suficiente ter a cerveja na varanda em vez de a ter no frigorífico.
E aproveito para recomendar este site da Universidade de Aveiro que fornece previsões interessantes para as principais cidades portuguesas.


O homem não pára

Para quem não é candidato e há 3 anos que estava ausente em Lisboa, e de repente nos bombardeia com toda esta profusão de entrevistas (aqui e aqui), notícias e conferências não significa nada mais que uma grande coincidência, então eu vou aguardar tranquilamente pelas coincidências que se seguem.
E reparem, mera curiosidade, quando abrirem o link d'"O Aveiro", qual é o título da página da net que aparece...

O Aveiro>Emprego>Entrevista.

Confirma-se então que o Dr. Alberto Souto está já a tratar do seu futuro pós Anacom e anda a responder a entrevistas de emprego.
E antes que "O Aveiro" corrija o seu site, deixo aqui a respectiva imagem (cliquem para aumentar) para que não restem dúvidas.



O Tempo, ou a falta dele...

Li, hoje e algures, algo sobre o Tempo. O nosso Tempo, o Tempo dos outros, de como é importante percebermos que a vida passa e, sem sentirmos que ela passa, damos quase exclusivamente importância ao nosso Tempo, ao nosso caminho, à forma – legítima ou talvez não – como decidimos que, antes de tudo, nós.
É assim comigo, com todos; é assim que nos preparamos para seguir em frente, passando por cima de uma infinidade de pequenas coisas, grandes coisas afinal, sem nos apercebermos de que são exactamente essas pequenas grandes coisas que dão sentido ao nosso Tempo, ao Tempo que nos atribuíram e, sobretudo, ao Tempo que temos para estar com os outros.
Não raro deixamos de nos conceder o direito de parar por momentos, pensar um pouco na vertigem em que vivemos, travar e abrandar o ritmo que, certamente, fará com que no fim nos falte Tempo.
Obrigado a quem me fez pensar um pouco no Tempo; e também no importante que é tentar que esse Tempo seja verdadeiramente vivido, com quem realmente conta, de forma tranquilamente reconfortante. E compensadora. Para que nunca sintamos que, afinal, nos faltou Tempo.

Vivaldi

Estive vinte e dois minutos a pagar para ouvir as 4 Estações de Vivaldi.
Para reclamar contra o mau funcionamento de uma empresa de telecomunicações, tenho de ligar para um número 808 nnn nnn.
Como não devem estar para ouvir reclamações, dão-nos música.
Nós pagamos. E o assunto não se resolve.

Ser e parecer III


A crise do BPN ameaça provocar um rombo sério na credibilidade de políticos e instituições. O maior problema é ninguém mostrar o minimo respeito pelo povo. António Vitorino fez ontem o supremo malabarismo; ao comentar o diferendo entre Loureiro e Marta, adiantou uma extraordinária teoria: ambos dizem a verdade! Loureiro, na tal conversa, disse o que queria dizer a Marta; por sua vez, na mesma conversa, Marta ouviu o que queria ouvir e não o que Loureiro lher queria dizer! Assim, Loureiro disse o que disse e Marta ouviu o que ouviu. Confuso? Nada disso, desencontro de comunicação normalíssimo. Duas pessoas, não surdas, conversam durante um determinado periodo de tempo, na mesma lingua, sobre um caso concreto, e, no final da conversa, uma pensa que estiveram a falar de alhos e a outra de bogalhos.
O que é que havemos de pensar de Vitorino? Que é fantástico por dizer estas coisas sem se rir? Que o primeiro de Abril é sempre que Vitorino quiser? Que acha que somos todos parvos?
Fica a nú mais uma vantagem desta moda dos comentadores alinhados. Valem bem o que lhes pagamos.

Ser e Parecer II


Cavaco Silva afirma a sua confiança em Manuel Dias Loureiro, dizndo que acredita que este não tenha cometido qualquer irregularidade.
A titulo pessoal é bonito, mas do ponto de vista politico, é uma imprudência. Ao conselheiro politico do PR não basta ser, é preciso parecer sério.
Certo é que a Dias Loureiro competia sair pelo seu pé, e poupar ao PR estes pruridos embaraços...

E porque sou de DIREITA!

“No dia 25 (25/11/75), o (então) capitão Duran Clemente - segundo-comandante da Escola Prática de Administração Militar, que tinha ocupado a RTP - falava em directo na televisão, explicando as teses da facção mais esquerdista. De súbito, começa a dizer que lhe estão a fazer sinais, pois parece que há problemas técnicos, anunciando que voltará ao ar quando tudo estiver resolvido. Entretanto, a imagem do oficial fardado é substituída pela de Danny Kaye, no filme O Bobo da Corte.”

DN, 21-11-06
, José Manuel Barroso

Apenas um pequeno excerto. Do muito que se disse e, sobretudo, do que se fez, nesse histórico dia 25 de Novembro de 1975. Por Portugal.

Ser e Parecer

Perante rumores e perguntas de jornalistas, Cavaco Silva sentiu-se na necessidade de publicar um esclarecimento demonstrando que nada tem ou teve a ver com a gestão daquele Banco. Mas, subsiste o incómodo desconforto que reina em Belém sobre Dias Loureiro. Depois da sua desastrada entrevista e do desmentido público de que foi alvo pelo então vice-presidente do Banco de Portugal António Marta, Dias Loureiro é olhado como um parceiro de negócios de Oliveira e Costa. Partners in crime? A sombra e dúvida ficam e mancham irremediavelmente a reputação do Conselheiro de Estado.
Quando o Presidente da República remete para a leitura das normas que regem a destituição dos seus membros - renúncia, morte, incapacidade permanente ou deliberação do órgão - Dias Loureiro deveria concluir o óbvio: a decisão pertence-lhe, e ele bem sabe que a sua presença no Conselho de Estado continuará a ser perturbadora para Cavaco Silva e para ele próprio.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A novela das oito


No Brasil, a novela das oito é a menos própria para espiritos mais sensíveis. Em Portugal, é hora de telejornal, igualmente pouco recomendado aos mais sensíveis.
Hoje, no canal 1, tivemos direito mais um lamentável número de Constâncio. Instado por Judite de Sousa a responder a perguntas que muitos de nós gostariamos de ver respondidas, Constâncio passou o tempo da entrevista a esconder-se atrás de manuais de procedientos e regras burocráticas. Este miserável contorcionismo não dsculparia um chefe de repartição, muito menos o homem que ganha mais do que o presidente da Reserva Federal Americana.
As respostas de Constâncio só nos levantam mais perguntas, ainda mais, naqueles que não esquecem o papel decisivo que o governador teve na teia urdida para descredibilizar o governo da coligação PSD/CDS. Nessa altura, não era tão escrupuloso em manter-se estritamente no âmbito do manual de procedimentos...

domingo, 23 de novembro de 2008

Pinho Automotive


O ministro Pinho garantiu hoje que o governo tomará medidas de apoio à indústria automóvel. Depois de Obama se empenhar em ajudar a salvar os três gigantes de Detroit, Pinho não podia fazer outra coisa. Aliás, o governo já devia estar a pensar nesta ajuda quando no OE aumentou o imposto sobre veículos em 11%!!!
Que irá fazer Pinho? Trocar de carro? Convencer o resto do governo a andar de Sharan ou Allambra?
É ridículo. Á excepção de um choque fiscal com efeitos reais nos preços, nada pode dinamizar por decreto a indústria automóvel.
O choque fiscal teria consequências positivas: dinamizaria o mercado, renovaria qualitativamente a frota nacional, aumentaria os níveis de segurança nas estradas e, possivelmente, manteria o nível de receita por via do volume de transacções.
Por outro lado, os portugueses poderiam não dar preferência a marcas com ligação à economia portuguesa, haveria um aumento do nível de endividamento das familias, o ambiente sairia a perder.
Resumindo, Pinho, como de costume, nada fará de jeito. Atirará uns milhões dos nossos para que tudo fique rigorosamente na mesma, para que não haja grande convulsão pré-eleitoral. Depois se verá.

BÊPÊNÊ


Perto do Dias, Valentim e Hermínio são aprendizes de Loureiro. Homem de poder, só terá rival lá para os lados da Mota-Engil.
Qualquer choradinho saloio sobre a humildade de Dias Loureiro é ridículo e mal intencionado. Neste canteirinho atlântico, o cavalheiro tem influência real sobre o presidente Cavaco, apresenta biografias de Sócrates, priva com Ferro Rodrigues, paira sobre o PSD e relaciona-se com a nata de Madrid. Quando se mencionam valores, aparecem depósitos à ordem de sete milhões... Para um serranito humilde não está nada mal.
Sabe-se lá porquê, na história do BPN, tem tomado a dianteira e apressa-se a contar o seu lado da história. Do confronto com Marta, ficamos a saber que um dos dois mente, pelo menos. Ficamos com uma ideia de como a supervisão é feita, do amadorismo e informalidade com que o banco central de Constâncio trata as questões sérias e graves.
Seguindo o CDS, o PSD fura a estratégia de silêncio do PS; a comissão de inquérito vai mesmo acontecer. O alvoroço em que alguns devem estar, nem é bom imaginar.
Oliveira e Costa já está, mas cheira-me que a procissão ainda vai no adro...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Raul Martins por Alberto Souto

Para quem não teve oportunidade de ler a entrevista de Alberto Souto ao "O Aveiro", aqui fica a transcrição da opinião que Alberto Souto tem do presidente da concelhia e a confirmação do ambiente de estabilidade e concórdia que se vive no PS. Perante uma entrevista destas, qualquer comentário é superflúo.

É por desagrado à política de Aveiro que tem mantido ultimamente algum recato nos comentários políticos?
Eu tenho um estatuto, como tem o dr. Girão e o professor Celso Santos, de ex-presidente da Câmara de Aveiro. E esse estatuto não só me permite como me obriga a nunca despir a camisola. Portanto, sempre que há temas suficientemente importantes que me levem a intervir, acho que devo sair a terreiro e não vejo que tenha de ficar inibido de dizer aquilo que penso. Mas de facto, acho que neste momento as coisas estão desinteressantes. As picardias sistemáticas e as tricas diárias eu deixo para quem tem gosto nelas. Eu não tenho.

Engloba o PS de Aveiro nas críticas?
Conhece aquela célebre frase do Churchill? No parlamento britânico ele dizia que os adversários estavam na bancada em frente e que os inimigos estão na bancada de trás, ou seja, na própria bancada. Isto, obviamente, não é assim tão simples. Tenho grandes amigos dos dois lados e tenho duas ou três pessoas que, por razões que eles entenderão, são verdadeiros inimigos e que fazem tudo por isso.

Como é que é criou essas grandes inimizades?
Quando se está nas funções em que eu estive, e se está para defender o interesse público e a verdade, a certa altura temos que afrontar interesses e desmascarar desonestidades intelectuais e políticas. E eu tive de fazer isso de uma forma muito séria em meia dúzia de situações. Um dia eu contarei… É uma vergonha. As situações com que tive de lidar são vergonhas para os próprios que os perseguem a vida toda. E essas pessoas sabem que o fizeram e devem sentir um enorme peso na consciência por isso. A forma de sublimarem essa desqualificação moral é denegrirem quem os desmascarou.

Está desiludido com algumas pessoas do PS Aveiro?
Retenho muito boas recordações. Enriqueci muito com as pessoas que conheci. Claro que também se enriquece humanamente com os desapontamentos que se tem. E nesta fase da vida política aveirense, quando o meu nome é referido, há várias motivações que aparecem: há o receio da Coligação de que eu possa ser candidato de novo e, depois, há o receio de algumas pessoas que têm ambições naturais de serem candidatas pelo PS e que também fazem coro com a Coligação no sentido de tentar, de alguma forma, deslustrar o trabalho que se fez e o legado que se deixou. Tenho pena porque as pessoas que não têm a humildade e a honestidade de reconhecer o trabalho dos outros são pessoas que se vão estatelar rapidamente. Quem tem muito calculismo político, rapidamente acaba por cair na primeira rasteira. Há um conjunto de pessoas do PS que neste momento estão a ter essa atitude. E eu sou magnânime. Perdoo isso tudo. Compreendo o que se está a passar e espero que as coisas estabilizem.

Raul Martins e a táctica do "eucalipto"
Como analisa o estado actual do PS de Aveiro?
Demarco-me completamente da gestão política do dr. Raul Martins. Tem sido um desastre. O dr. Raul Martins está a funcionar como um eucalipto. Está a secar tudo à volta, está a afastar todas as pessoas válidas que o PS tinha e está completamente isolado. É uma pena que a política em Aveiro, em decisões que podem ser fundamentais para o nosso futuro, neste momento esteja dependente praticamente de uma pessoa que tem as características que tem. Neste momento, são duas ou três as pessoas que estão muito mais preocupadas em gerir o seu próprio futuro político e as carreiras políticas dos jovens turcos que estão nesse grupo, do que propriamente em gerir politicamente o futuro. E quando a política se faz desses cálculos mesquinhos é um desastre.
O Partido Socialista está fragmentado?
Curiosamente eu diria que o PS de Aveiro se está a reunir em torno da crítica a essa forma de gerir o partido que é isolacionismo, segregador e desmobilizante. E tão mais grave isto é quanto é certo que esta Coligação, e em particular a total decepção que está a ser o dr. Élio Maia, permitiria facilmente conquistar a Câmara de Aveiro. E o PS, em vez de capitalizar isso e de captar as pessoas para a construção de um projecto alternativo, diverte-se com pequenas tricas e sem defender o património político que o executivo ao qual tive a honra de presidir deixou.

Não tem havido oposição nestes últimos três anos?
Não tenho visto da parte do dr. Raul Martins, à parte de umas entrevistas que lhe fazem nos jornais de quando em quando… Não respeita os presidentes de Junta eleitos pelo PS… Julgo que não passa do blog. E não é com o blog, sendo um meio importante para quem lê os blogs, que se ganham eleições. É preciso ir para o terreno, para as freguesias, ir para as associações, ouvir as pessoas, saber o que elas pensam, explicar as coisas, defender o trabalho político que a Câmara a que o PS presidiu fez em vez de deixar o passado arder em lume brando, o que é um erro político tremendo. Portanto acho que de facto não tem havido oposição consistente. Excepto ao nível da vereação. Acho que o Nuno Marques Pereira tem feito um excelente trabalho, tem sido combativo, persistente, e isto apesar da falta de condições e de toda a falta de transparência e de articulação que há com o dr. Raul Martins.

Diz que não é tarde para o PS conquistar a Câmara. O que terá de acontecer ao partido socialista para que isso aconteça?
Neste momento não acredito que com a direcção do dr. Raul Martins o PS possa ganhar as eleições. Portanto, das duas uma, ou ele tem a felicidade de encontrar um candidato que seja um nome ele próprio capaz de criar uma dinâmica política que faça as pessoas esquecerem o que se passou e que seja uma personalidade capaz de motivar, de entusiasmar e de congregar, ou então poucas pessoas estarão dispostas a ir para um projecto político que seja liderado pelo dr. Raul Martins. Se for ele próprio o candidato será uma humilhação. Acho, aliás, que ele é suficientemente inteligente e não corajoso para nunca ser ele o candidato.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008


Pois é, o pânico do regresso ao lar e suas lides fez Ana Gomes perder o último pingo de vergonha que por ventura ainda retinha. Numa demonstração de lobbying junto da imprensa vermelha que a apaparica, veio prestar-se a mais uma degradante fita. Quando pensamos que não pode descer mais baixo, Ana Gomes tem o dom de surpreender. Assim, com o desemprego político à vista, veio sem pudor oferecer-se para mais um mandato na confortável Bruxelas. Caso não a queiram em Bruxelas, Sintra também serve. Se não for a camara, poderá até ser uma junta; a de Ranholas ia-lhe particularmente bem.
Todos sabemos os montantes, mordomias e acesso à visibilidade que estão aqui em causa, mas não, Ana Gomes quer apenas ter um pulpito de onde defender os mais fracos, Ferro Rodrigues e Paulo Pedroso incluidos.
Não será sequer uma bota difícil de descalçar para Sócrates, o país já não suporta a criatura.
Pobre de quem tiver de a aturar a seguir...

Aicep


Clicar na imagem para melhorar a visualização

Conhecem o Aicep? Aquele organismo que se chamava Icep quando o Allgarve ainda era Algarve?
Pois bem. Estes senhores editaram um novo manual de promoção de Portugal (ou será de Portugall, o país da Europe West Coast?).
Será que nós, Portugueses de Portugal e não Portugueses de Portugall nos revemos nesta definição que fazem de nós?

Grelha de Partida


Depois de ler isto, sinto que a grelha de partida está a começar a formar-se.
Este piloto (o entrevistado) ainda não decidiu se irá participar na corrida mas, os seus mecânicos (a direcção d'O Aveiro), parece que já estão a afinar a máquina.
Isto promete.
Aguardam-se novos desenvolvimentos, nomeadamente qual o livro que o presidente da concelhia do PS vai agora apresentar aos seus leitores.
E, já que anda num registo de leitura para os mais jovens, eu sugiro-lhe este.



6 boas razões...


1. É um bluff absoluto
2. Nunca devia ter vindo
3. Podia ser ministro de Sócrates
4. Irrita um santo
5. Põe a selecção ao nível da Coreia
6. O número de golos que, esperamos, sirva de despedida

Saudade!


Uma imagem vale mais que mil palavras


A imagem até não é do jogo de ontem. Mas a posição dos artistas representa fielmente aquilo que aconteceu e que eu me escuso de reproduzir...

Tudo começou mal com uma interpretação do Hino Nacional inenarrável e espero eu que irrepetível no futuro. Sempre é preferível ver os jogadores a fazer play-back.

Com tudo isto não se podia pedir aos futebolistas que jogassem aquilo que sabem. Estiveram ao nível da Eugénia Melo e Castro.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A vez do BPP

Depois do BPN, vem agora o BPP. A ordem alfabética é mera coincidência, esperemos que acabem aqui as coincidências. João Rendeiro deu a cara e veio a público explicar a situação, mais importante, pedir ajuda ao Estado. Precisam com urgência de um aval do Estado para um empréstimo de 750 milhões de euros.
É um lado da história, parece coerente e bem contado. Teremos de esperar pelos próximos dias para poder ter uma perspectiva mais abrangente.
Definitivamente, o país real vai desmentindo Sócrates, a crise teima em mostrar as garras.

A momentary lapse of reason

"A momentary lapse of reason" não foi só o album menos inspirado dos Pink Floyd, foi a certeza de que a, então nova, liderança do grupo não saberia voltar aos tempos áureos.
Ao suscitar, ainda que por piada, a suspensão do regime democrático por seis meses, Manuela Ferreira Leite teve uma suspensão do seu regime de bom senso. Nunca ninguém ouviu uma piada a MFL, escolheu mal a primeira, não é humor o que as pessoas esperam de uma alternativa credível ao governo actual. Uma piada de péssimo gosto, admitindo que foi uma piada, e esquecendo que outras más piadas chegaram a fazer cair ministros, não é o mais relevante do discurso. O mais grave é a pública admissão da descrença absoluta na possibilidade de fazer reformas, é a manifestação de desprezo por processos negociais participados. Segundo MFL, as reformas só se fazem contra as classes que atingem, ou com total acordo destas. Não há caminho para o diálogo, para a concertação, para as exigentes negociações que cada reforma implica; aí, seria preferível uma suspensão do processo democrático, diz Ferreira Leite.

A CS que vamos tendo...


Há quem se queixe de que a Comunicação Social (CS) cá do Burgo é tendenciosa, vectorial, sectária, procura, as mais das vezes formar ao contrário de informar, afinal a sua missão primeira.
Há também quem ache que a maioria dos que trabalham para a CS do Burgo, mais do que exercerem o verdadeiro e importantíssimo “mister” de jornalista, pretendem, sempre que possível, transformar-se em opinion makers.
E a verdade é que, acompanhando com alguma regularidade o trabalho dessas senhoras e senhores, nota-se alguma queda para a análise, seja ela política ou outra, roubando espaço à informação e à liberdade do próprio leitor/ouvinte formar a sua opinião com base no que lê/ouve.
Engraçado é o facto de que todos, sem excepção, se considerarem absolutamente isentos, sem mácula, imparciais, impermeáveis, mais, toda e qualquer crítica que eventualmente lhes possa ser dirigida tem sempre como destino o comum saco roto; os tolos somos nós; os bons são eles.
Enfim, com pequenas manobras de bastidores, tão escondidas e bem trabalhadas que todos as vêem, lá vão andando, dia após dia, construindo a sua (deles) credibilidade em cima de tijolos de barro, preparados para ruir a qualquer minuto e, mais grave, tentando destruir a credibilidade de uns à custa de outros, os que lhes estão mais próximos, são mais amigos, ou até, nesta ou noutra ocasião, foram mais amigos.
Não liguem, são apenas desabafos. Continuem, que a estrada é plana; a pena toda é que é a subir e as forças podem faltar.
E mais um opinion maker cabe sempre…
Já agora, se isto é assim em micro escala, imaginem lá a nível macro!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Porque te callas?


Há neste nosso Portugal uma aspirante a Torquemada que berra sem freio em nome da sua justiça. Persegue, acusa, publicita, mas, coisa pouco dita, raramente tem sucesso. Não importa, o mal está feito. Que os processos que dirige, desemboquem frequentemente em nada, não é notícia; notícia é o espalhafato especulativo de cada acusação. Tem a tal magistrada, por via de promiscuidade nunca antes vista com a imprensa, o dom de perseguir quem quer, causando o dano ab initio, de forma impiedosa, cirurgica. Talvez por isso, seja irrelevante a competência na condução dos processos, eles não se decidem em tribunal, resolvem-se na praça pública muito antes do julgamento. É o problema de Portugal; está para Garzón como o Magalhães para o Apple.
Vem tudo isto a propósito da pouca vergonha que é o sebastiãopinhogate. Onde pára agora a magistrada? Porque se calla?

Claques

É notícia desde Domingo a acção das forças policiais contra elementos da claque do Benfica, No Name Boys.
Independentemente da minha costela benfiquista, julgo que para segurança e tranquilidade de todos os que gostam de ver futebol nos estádios, a acção da polícia contra estes grupos organizados tem de ser firme, independentemente da sua cor clubística.
Agora, o que me parece que alguma imprensa está a tentar passar para o opinião pública é que só os No Name Boys é que são problemáticos, todas as outras claques são constituídas por malta muito tranquila e respeitadora.
A quem pensa que é assim, aconselho uma viagem num meio de transporte público com esta malta. Já me aconteceu. A PSP foi chamada ao avião antes da descolagem para acalmar os artistas, todos devidamente identificados com blusões da claque. O avião lá seguiu, suficientemente atrasado para que alguns passageiros perdessem os voos de ligação que iriam ter no destino. E os artistas continuaram toda a viagem aos berros, com insultos à tripulação (estrangeira) e a incomodar quem estava próximo deles.
Isto para não falar nos petardos que costumam rebentar nos estádios onde jogam SLB, SCP e FCP.
Nós, vulgares adeptos, somos apalpados da cabeça aos pés. Os membros das claques, pelos vistos, não. Mas nós é que devemos ser os perigosos.

Afinal o Meo não é censor

Rectifico este meu post. Ontem já estava disponível o Prós e Contras do passado dia 10. Demorou um bocadinho mais do que aquilo que devia ter demorado mas já pode ser visto.

E agora, para algo completamente diferente...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

America


Obama reuniu-se hoje com McCain em Chicago. O objectivo da reunião foi encontrar pontos de convergência entre ambos sobre sectores estratégicos para o país. Feita essa avaliação, os dois querem ver como poderão traduzir essa convergência em mais e melhor legislação.
A reunião é séria, não é "show-off" de nenhum dos dois, senão o outro nunca iria. É mais um exemplo de seriedade e patriotismo e, se calhar, uma das razões de termos visto uma campanha tão animada e participada, enquanto por cá todos voltam costas aos políticos.

Frase do dia

"If the global crisis continues, by the end of the year only two Banks will be operational, the Blood Bank and the Sperm Bank! Then these 2 banks will merge and it will be called "The Bloody Fucking Bank""

sábado, 15 de novembro de 2008

Há dias assim

imagem retirada daqui
http://www.photos-of-the-year.com/image/nature/605/270lion5-med.jpg

O Meo Censor

O serviço de televisão da PT, o Meo, tem um aspecto interessante. Dentro do clube de vídeo são disponibilizados alguns programas que passaram em 3 canais - RTP, SIC e Benfica TV - que podem ser vistos em qualquer altura e à borla.
Um dos programas disponibilizados pela RTP é o Prós e Contras, o que é de louvar, face à hora tardia a que normalmente termina a transmissão em directo do mesmo.
Mas, por razões que a razão desconhece, o Prós e Contras da passada segunda-feira, cujo tema foi a situação do BPN, e no qual foram feitas algumas acusações graves contra ex-dirigentes daquele banco, não está disponível.
Porquê?
Terá sido censurado? Por quem? RTP ou PT? Ou por alguém mais acima que achou que não seria conveniente que o povo pudesse ouvir o que lá se passou?

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Obama português?


Há já quem especule que Barack Obama tem ascendência portuguesa; é que entre os sacrifícios que a sua avó fez para lhe assegurar um futuro de sucesso, esteve a escolha de escolas privadas com qualidade de ensino.

Agradecimento

O blog Enguia Fresca agradece ao Verdades Verdadinhas do Diário de Aveiro a publicação do nosso post intitulado Ai se ele soubesse.
É sempre agradável ver os nossos escritos e fotografias em papel de jornal, mas, para a próxima, ofereçam-nos pelo menos umas bijecas a título de pagamento de direitos de autor! Nós convidamos o Vereador Marques Pereira para beber um copo connosco.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O fim de uma era?

Quem me conhece, sabe da minha loucura por automóveis. Sou daqueles que, se tivesse disponibilidade financeira bastante, teria uma colecção enorme e eclética. Como nas pessoas, descubro nos carros mais improváveis sempre um pormenor interessante. Os carros americanos tiveram, e têm, um papel central nesta minha paixão.
As minhas viagens aos Estados Unidos confrontaram-me, desde logo, com dois fenómenos ameaçadores: os carros japoneses com o apelo da fiabilidade, qualidade e valor que fazem vacilar o pragmático americano médio; noutro patamar, os carros premium europeus que se tornaram o sonho de consumo das classes mais altas e dos wannabe's. Carros americanos só nas frotas de rent-a-car, de grandes empresas, taxis e para os americanos conservadores e patriotas.
Contra os que dizem hoje que a indústria automóvel americana parou escandalosamente, eu digo que resistiu estoicamente. Manteve um padrão e uma concepção do automóvel alicerçado num pedigree notável, preso a um tempo que tenderá a passar mas que merece não ser esquecido, relutante em aceitar a cinzenta padronização global.
Em cada viagem que fiz, cometi a criancice de trocar de carro sempre a meio da estadia para ter a oportunidade de conhecer dois carros diferentes a cada estadia! Conheço ao detalhe os Buick's, Pontiac's, Chevrolet's, Cadillac's, Dodge's, Ford's, Lincoln's. A minha mulher anda diariamente num jactante Chrysler Sebring... De vez em quando, sonho que ainda estou ao volante do Lincoln Town Car das fotografias; foram cerca de 5.000 kms e quatro estados percorridos com suavidade e conforto puxados por um soberbo V8 de 4.6 litros, só pensava em importar um!
Barack Obama pediu a Bush medidas para salvar os grandes de Detroit; espero bem que assim aconteça. Mais, espero que tenham a suprema arte e o engenho de evoluir sem se descaracterizarem, que preservem alguns modelos para os conservative fellows e para apaixonados como eu.

Educação (ou falta de) e ovos


Ao ler isto e isto, não sei se o Ministério da Educação estará a pensar criar um novo manual escolar no próximo ano lectivo, chamado "A arte de bem fugir ao arremesso do ovo".
Convém não esquecer a inclusão desta temática.
Deixando de lado a brincadeira, não acham todos - Governo, Professores, Alunos, Pais - que já se foi longe demais em todas estas trapalhadas?
Não terá chegado a altura de deixar os professores ensinar para que os alunos possam aprender?
Bons e maus professores sempre houve. Se calhar a proporção é que tem variado. Bons e maus alunos também. A diferença é que antigamente quem era mau chumbava. Sem traumas. E a selecção fazia-se naturalmente. O que também impedia que muitos dos maus alunos pudessem continuar a fazer de conta que estudavam e ocupassem lugares a que naturalmente não deviam ter acesso, e prejudicassem aqueles que querem e têm capacidade para progredir.

Inflação


Face à realidade dos números, não há muito a dizer.
Gostava de ver este mesmo quadro relativamente aos nossos parceiros na UE.

Recebido por mail


Só não sei se era cliente ou fornecedor! Mas devia gostar muito de cerveja.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Moi la mort, je la vois toujours jeune comme une belle femme

Só porque me apeteceu, porque peguei num poema de Apollinaire e me lembrei que Ferré gravou Apollinaire e Baudelaire e Verlaine e Rimbaud e Aragon... Não encontrei nada dos versos cantados que procurava no youtube, mas ao virar dum click apareceu esta peça rara.

Afinal, não é só por cá.

Encontrei esta notícia na FOLHA online:
"A próxima novela das oito da Globo, "Caminho das Índias", de Glória Perez, abordará as dificuldades enfrentadas por professores --em especial nas escolas públicas..."
"Há tempos venho conversando com professores na internet. Discutimos os problemas que eles vivem hoje nas salas de aula, enfrentando o desrespeito dos alunos, que atendem celulares, escutam MP3, conversam livremente durante as aulas, indiferentes aos esforços do professor para se fazer ouvido", afirma Glória Perez. "Isso quando a coisa não acaba em agressões, que vão parar no noticiário policial."

Veja se descobre as diferenças!

"Então, de repente, sem pretender, respirou fundo e pensou que era bom viver. Mesmo que as partidas doessem, e que a cada dia fosse necessário adoptar uma nova maneira de agir e de pensar, descobrindo-a inútil no dia seguinte - mesmo assim era bom viver. Não era fácil, nem agradável. Mas ainda assim era bom. Tinha quase certeza." (Caio Fernando Abreu)

Ensaio sobre a cegueira


Advertido por uma professora acerca do seu comportamento e aproveitamento, um aluno responde desta forma: “No 1º período vou fazer o que quero, faltar e não estudar, só no 2º e 3º período é que vou estudar, um bocadinho, porque sei que vou passar de qualquer maneira”.
É este, infelizmente, o estado da nossa escola pública: em vez de exigência, laxismo; não porque os professores o queiram, mas porque a politica governativa o impõe. A ministra, em defesa das suas politicas, mantem um discurso de intransigência, tentando virar a opinião pública contra os professores ao acusá-los de não quererem trabalhar. Apesar de toda esta politica de descredibilização, os professores, ainda que afogados em burocracia, continuam empenhados numa escola de qualidade onde os alunos obtenham aproveitamento pelo seu mérito e não porque as estatísticas o exigem, e empenhados em não agirem com os seus alunos como a ministra age com eles. Não existem professores perfeitos, tal como não existem advogados, médicos, trolhas ou banqueiros perfeitos. Infelizmente, em relação aos últimos, o governo não os aponta como a causa dos males do país mas esconde, ludibria e engana o povo quanto ao seu mérito. Estes, apesar de gerirem de forma escandalosa os nossos dinheiros, não são “avaliados” nem punidos.

Vencê-los pelo cansaço. Ou pelo sono ....


..... é a estratégia de Vitor Constâncio esta noite no Parlamento: como "introdução", Vitor Constâncio discursou durante uma hora e dez minutos, num relato que supostamente demoraria trinta minutos, para explicar aos deputados os passos dados pela supervisão do Banco de Portugal no caso BPN.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Alegremente


Confesso que, por vezes, hesito em falar da ministra da educação; como nada de bom e ocorre, poderá parecer uma coisa partidária ou militante. Não é.
As declarações de Manuel Alegre foram mais demolidoras do que a acção de toda a oposição. Do ponto de vista do conteúdo, foram, apesar de justas, duma violência a que a oposição não se atreveu; do ponto de vista da eficácia, foram o que vimos.
Manuel Alegre tem razão em cada uma das palavras que utiliza. O sistema está prestes a entrar e colapso. A escola pública mais bem classificada do país suspendeu a avaliação por decisão unânime dos seus noventa docentes. Sócrates, insiste em não tirar consequências e renovar a ministra. Até quando?
É interessante, do ponto de vista da análise, ver como Alegre, facto a facto, torna incontornável a sua recandidatura a Belém. Escolheu um caminho peculiar ao fazê-lo em oposição ao PS de Sócrates. Mas, como dizia há dias Edmundo Pedro, o PS não terá como não apoiar Alegre, ainda que Sócrates prefira Cavaco. Teremos, no plano dos valores, um candidato humanista contra um tecnocrata. No plano do xadrez partidário, um socialista com a esquerda cativa e, ao mesmo tempo, o capital acumulado de oposição a Sócrates; Cavaco terá a maioria do centro-direita e, dado o voto ser secreto, a contribuição provável de Sócrates e dos seus mais próximos. Tudo dependerá da conjuntura de então e das prioridades dos portugueses, mas poderá ser mais interessante do que parece à primeira vista...

ARtv


Estou a ver na ARtv - Canal Parlamento a Audição ao Governador do BdP.
Só a ver pois o som é tão mau que até parece que há alguém que não quer que se ouça o que ali se vai dizer.

Casa Branca

O Prof. Adriano Moreira está num patamar diferente do pensamento nacional; enquanto assistimos á proliferação de comentadores, o Professor dedica-se ao pensamento. Continua a dissecar a política nacional e internacional como muito poucos. Vale sempre a pena ouvi-lo e lê-lo.
O texto que vos aconselho sobre a nova Casa Branca é de uma inteligência e sensibilidade que raramente temos possibilidade usufruir. Leiam-no aqui.

Bravo Sirs!

O Times noticiou que os três últimos sobreviventes da I Grande Guerra estarão no Cenotaph hoje representando os três ramos. Henry Allingham 112, Harry Patch 110 e Bill Stone 108 anos, representarão o Exercito, a Marinha e a RAF. Deles, disse Bracken: I can’t think of a more fitting tribute that these men lead the remembrance. I wish all those marching a good day, and a well deserved pint at the end of the service. Subscrevo na totalidade.

A Rainha Africana

Deixou-nos Miriam Makeba, conhecida como a Rainha Africana ou Mama Africa, viveu exilada da sua África do Sul natal 30 anos. 30 longos anos de activismo através da música; nos palcos do mundo, Makeba lutava contra o apartheid que corroía a sua terra e os seus. Lembrava Biko, Mandela e Tutu. Divulgou, com um toque muito seu, um som afro genuíno e fortíssimo. Cantou com Paul Simon e com os maiores do mundo, brincou com o samba e a bossa nova, impressionou o mundo do jazz. 76 anos de uma vida impar, riquíssima.
Teve a felicidade de regressar livre à sua Africa do Sul, de ver Mandela no poder e o fim do apartheid. Desconfio que terá ficado emocionada na última terça-feira. Lutou sempre, mas viu o mundo mudar na direcção da justeza das causas que advogou.
Fica-nos a sua memória na beleza da música que nos deixou.

domingo, 9 de novembro de 2008

La Reina muy de cerca


D. Sofia é das figuras mais amadas de Espanha. Poucos recordarão que é uma ortodoxa convertida ao catolicismo, uma grega de ascendência alemã, de real sangue vincado, tornada espanhola pelo casamento. A indentificação do povo com su Reina é fortíssima.
D. Sofia era apreciada pela aparente imperturbabilidade com que convivia com as facadas matrimoniais de D. Juan Carlos, pela discreta gestão que fazia de algum desmando dos infantes, pela tranquilidade pública que transmitia nas alturas de crise privadas. Uma Senhora. Um exemplo nem sempre seguido pela monarquia europeia.
Contudo, aos setenta anos, sete decadas do tal papel exemplar, la Reina decide falar, mais, como alguém bem disse, a opinar sobre o humano e o sagrado. Renunciou à figura esfíngica, revelando que dentro há uma pessoa.
Durante setenta anos la Reina viu o mundo mudar radicalmente. Viu como as muheres, as outras mulheres, conquistavam o seu lugar no mundo. Viu aparecer a televisão e como esta se transformou numa máquina ávida, pronta a proteger ou a destruir a sua família. Os filhos partiram e ficou só no seu enorme palácio, porque sabe-se, el Rey é um "espirito livre". Escondeu sempre as emoções e espantou os espanhois ao deixar fugir umas escassas lágrimas no enterro do sogro, D. Juan de Borbón.
Agora que la Reina falou, caiu o Carmo e a Trindade. O gays ofenderam-se, os políticos retorceram-se, a igreja surpreendeu-se, a sociedade ficou atónita.
Do que li da longa entrevista a Pilar Urbano, acho que foi um exercício de afirmação pessoal, de análise existêncial que vem dar conteudo a toda uma vida. Não será uma coisa ao gosto de Jaime Peñafiel, mas ninguem poderá honestamente dizer que é uma traição à instituição. Não é um golpe de Diana, uma tonteria de Stephanie nem um bikini de Letizia. É a vida mais interior de uma mulher que aos setenta anos decidiu reivindicar o direito à opinião e que, não duvido, seguirá sendo la Reina.

Cartoons da Semana