terça-feira, 30 de setembro de 2008

Piratas dos Contribuintes


O não dos congressistas norte-americanos ao Plano Paulson merece alguma reflexão:

O Estado americano preparava-se para gastar uns astronómicos 700 mil milhões de dólares dos contribuintes na compra de "activos tóxicos" das sociedades financeiras. Na prática, os prejuízos dessas sociedades seriam assim assumidos e suportados pelo Estado, ou seja, uma factura de cerca de 10 mil dólares para cada contribuinte. Tudo a troco de nada, e em nome de salvação económica geral.

Não me admira nada que a Câmara dos Representantes exigisse garantias de eficácia do plano, e de que a recuperação desse dinheiro seria uma prioridade devidamente acautelada. Também não admira que pretendessem certificar-se de que esse dinheiro não seria para distribuir a accionistas e gestores dessas sociedades financeiras apoiadas.

Note-se que o Estado não deve manter-se alheado da crise financeira. Tem de intervir.
Mas há soluções e soluções.
Veja-se o que têm feito dos governos europeus, na Alemanha, na Inglaterra, no Benelux: intervêm injectando dinheiro do Estado nas sociedades em situação de pré falencia, mas a troco da nacionalização de partes de capital dessas sociedades, e com os correspondentes direitos de voto.
Este tipo de intervenção retira de uma vez os prémios aos responsáveis pela situação de insolvência de facto a que conduziram essas sociedades. Esses responsáveis são os administradores e os accionistas dessa sentidades.
Por isso, a Europa está a fazer melhor do que se propunham fazer os EUA. Os contribuintes europeus entram no capital dos bancos intervencionados, como sucedeu com o Fortis. Não lhes compram os tais activos tóxicos.

É preciso apoiar o sistema financeiro. Mas, o Estado não deve apoiar os responsáveis pela situação de colapso a que deixaram chegar as sociedades que gerem e administram. Por isso, o Estado não pode assumir os activos tóxicos – leia-se os prejuízos – dessas sociedades, limpando os seus balanços para que os respectivos accionistas e gestores prossigam alegremente e incólumes a ganhar milhões. Isso é pirataria sobre os contribuintes.

Um plano de intervenção do Estado tem de ser concebido de modo a não premiar infractores e responsáveis por decisões catastróficas. Se as empresas estão "intoxicadas" mas não podem falir, então o Estado deve nacionalizá-las, e não comprar-lhes os prejuízos, os tais activos tóxicos. De modo a que, amanhã, o mesmo Estado que agora injecta dinheiro dos contribuintes, receba os dividendos gerados pelos lucros futuros. Assim é que é economia de mercado.

Que é feito de si?


No meio desta crise que é todos os dias maior, lembrei-me dum personagem impar, um arauto de ideias que se prova agora serem brilhantes. Que é feito de si, Pedro Arroja? Sem mais informações, porque no seu arrogante e novo-rico painel digital já não se anuncia a fortuna ao virar da esquina, ponho-me a adivinhar. Não é dificil; no seu impeto empreendedor, já terá colado na traseira reluzente do seu SL: "Perca peso agora! Pergunte-me como!"

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Delícias do Douro Vinhateiro


Depois de 2 semanas particularmente exigentes e extenuantes no trabalho, chegou um fim de semana de passeio…… pelo Alto Douro vinhateiro, com direito a lagarada, pic nic na margem do rio Pinhão, gastronomia, passeio de comboio com locomotiva a vapor e carruagens de época, e claro: Vinho do Porto.
As minhas recordações guardam especialmente o passeio no comboio e o pic nic:

Depois do almoço no Douro-In, corremos para a estação porque o comboio histórico é lento mas não espera, e os lugares não são marcados. Mas valeu muito a pena.
O comboio corre bem junto ao rio ao nível da margem, proporcionando uma vista única da paisagem do Douro das vinhas.
De pé, debruçada no final da última carruagem do comboio, gozei uma vista incomparável: ao lado da linha, o rio Douro serpenteava entre montes arredondados, ora bojudos ora em reentrâncias; montes que alguém penteou com os dedos, em carreirinhas verdes e castanhas, perfeitamente paralelas ao rio, e que também ondulam ao sabor das curvas.
Aqui e acolá, há casas de quinta erigidas em sítios perfeitos, escolhidos com sabedoria e gosto.
Esta paisagem do Douro é para saborear devagar, e para voltar uma e outra vez, apreciar e ver de novo, sempre como da primeira vez.
É que, ao contrário do que já sucede na Régua, Armamar e em muitas aldeias á volta, o vale que cerca o rio mantém a paisagem intacta: não avistamos fiadas de prédios, anúncios de outdoors, "maisons" incaracterísticas e horríveis. Não há disso. Cerca-nos uma beleza verde, ondulante e arredondada, como não existe noutro lado.

A locomotiva a vapor apita, fumega e corre como há cem anos. Pelo caminho as pessoas acorrem a vê-la passar, sorrindo de saudade, e os barcos no rio buzinam e saúdam alegremente.
As minhas crianças vão á frente junto á locomativa, no meio da fumarada, e as mais sortudas até vão ajudar os maquinistas. No fim do passeio, estão negras de fuligem e carvão, mas felicíssimas.
Mas, a final, ninguém, nem o passageiro mais resguardado na ultima carruagem, escapa ao carvão na pele, no cabelo, no nariz, nos ouvidos….

Depois da lagarada em que as crinças viram e experimentaram pisar as uvas no lagar, a Casa dos Lagares, (Cheires, Sanfins do Douro) organizou para nós o nosso já tradicional pic nic familiar na margem do rio Pinhão:

Pic nic é diminiutivo, porque em boa verdade é um banquete ao ar livre, sem nenhum dos inconvenientes do pic nic. Senão vejam: aperitivos servidos junto ás cadeirinhas de lona armadas junto ao rio, com destaque para uns fabulosos croquetes de alheira; depois feijoada transmontana com arroz servida em tachinho (marmita) dos trabalhadores da vinha, e vinho tinto "Fragulho"; para sobremesa, bolinhos de cenoura (deliciosos), coquinhos, uvas moscatel, maçãs do Douro, gelatinas (para as crianças), um espantoso moscatel "Fragulho" e café.
Como único som, ouve-se a água a correr, num fundo de silêncio total.

Um fim de semana de delícia para olhos, para a mente. A repetir.
Para já, prometi a minzinha aqui fazer meia hora de tapete, todos os dias, sem falta!!

The King of Cool


Em boa verdade, não se pode ter pena de quem parte depois dos oitenta com uma vida tão completa. Paul Newman deixará em todos uma boa memória; é isso a imortalidade, o que perdura de nós nos outros depois da partida. De muito do muito e bom que fez, ficam-nos os registos: os filmes magistrais, as obras que ergueu, o testemunho que deixou. A apologia corajosa que fez da compatibilidade entre ser um gigante e um regular guy ao mesmo tempo.
Quando se fala dele, vejo de imediato uma cena de Gata em telhado de zinco quente, intenso, visceral and yet, cool.
Paul Newman era o último sobrevivente de um trio maior do que o mundo, todos diferentes, porque personalidades fortíssimas e únicas, mas todos com um denominador comum: uma revolução interior em curso, duma dimensão que podiamos adivinhar, mas nunca perceber totalmente. Boys with the thorn inside. Dean, Brando e Newman.
Mas, há todo um legado que não realizamos à primeira. Sem pensar nisso, dou por mim embevecido com os Shooters deste retrato, que ele sempre usou, que eu comprei e uso sem pensar nisso, aparentemente. O Daytona cronografo que todos desejamos (e o MCF já tem!) leva o nome de Paul. As gravatas de malha, os blazers de bombazine, as camisas oxford, as 501... Todos, de alguma maneira, o copiamos. Falta-nos aquele olhar. A bem dizer, quase tudo.

domingo, 28 de setembro de 2008

Finalmente, Segunda!

Há fins de semana que nos fazem ansiar por segunda-feira.
Sexta ao final do dia descobri que é bem melhor ter uma empregada de Cabo Verde ou dum qualquer país de leste em vez duma portuguesa genuina dos suburbios. As empregadas de fora do país não voltam para as suas casas ao final do dia, as dos suburbios acham isso natural. Do Porto a Gondomar ir-se-ia num instante, em menos de meio charuto de Valentim, nada mais errado. Chega-se mais rápido a Londres do que a S. Pedro da Cova. As estradas não acabam, são todas iguais, e, quando finalmente chegamos, percebemos o nome e passa-nos pela cabeça o pensamento de S. Pedro, contemplando a cova... No regresso rezamos com todas as nossas forças a S. Pedro, para não nos perdermos, para chegarmos a casa sãos e salvos, uma hora e quarenta e cinco depois da partida. A D. Natália vale bem o esforço, mas espero não ter de repetir.
A madrugada foi de debate, interessante sem ser estimulante, com Obama num bom registo esperado e McCain a surpreender pela positiva. Empate tecnico, dizem os especialistas e eu concordo. Foi pouco para manter uma Obamista acordado até às cinco...
8h30 de sábado comecei a mudança de casa. Ressacado da quase directa, comecei a ver despir-se triste a casa onde fui feliz nos últimos seis anos. Acauteladas as peças mais queridas, decidi mudar eu o sistema de som, o.k., os sistemas de som, também fiz trabalho braçal.
13h00, almoço de homenagem ao Eng. Louis Fanchamps. Não poderia faltar, a P. compreendeu e aguentou sozinha parte da mudança. Que a mudança de vida do Eng. Fanchamps lhe traga também ainda muitos bons momentos de felicidade e realização, é que homens assim fazem sempre falta, marcam sempre as pessoas e os sítios por onde passam.
17h00, mais mudanças, o fim da parte heavy-duty. A casa antiga já não é, e a nova ainda não está. Vamos ser hospedes até quarta-feira, ou quinta.
21h00, festa de anos da Marta. 18 anos. Como poderiamos faltar? Tios que se prezam não perdem momentos destes. A Zé e o Zé, mais uma vez surpreenderam, desta vez à beira-rio. Sítio muito bem escolhido, paparoca deliciosa, vinhos do melhor e companhia inexcedível. Aguantámos até à uma! Iamos adormecendo a caminho de casa...
Domingo, 7h30, ouvimos um estrondo. A Francisca, a caminho dum quarto de banho desconhecido, deu um tombo, rachou a cabeça. 15 longos minutos para chegar o INEM. Ida ao Sto. António. Telefonemas a acordar os bons amigos de sempre, perguntas de pais aflitos. Graças a Deus, tudo bem, apenas uma marca de guerra com dois centimetros.
Voltamos à mudança e deixamos os outros na praia. Hoje só nós, roupas, livros, discos... pó, muito pó, tosse e alergias...
E chegamos aqui, no estado que facilmente se imagina, mas com um restinho de energia para postar esta fantástica aventura, este fim-de-semana que também acontece a gente normal, como nós. Até amanhã.

Estádio Municipal de Aveiro


Pode não ter a utilidade que se esperava, pode ter os problemas que se conhecem, pode até servir para arremesso político.
Mas sempre dá um capa de livro bem bonita. E sempre é um curso completo!

As minhas músicas - 20

Continuo com Pink Floyd, mas desta vez dedicado aos meus amigos lagartos que parece que sumiram!
Is there anybody out there?

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Estes gajos já não têm um pingo de vergonha

Acabei de jantar e fui fazer o exercício nocturno de zapping.
Canal 1 - FCP, adiante
Canal 2 - Em directo de Figo Maduro, entrevista a Hugo Chavez
Gostava de saber quantos foram os dignatários estrangeiros que nos visitaram nos últimos anos que tiveram direito a semelhante destaque.
Resultado, desliguei a televisão e vim para a net. Aqui, por enquanto, ainda sou eu que escolho o que quero ver.

VIDA

O Mais Fácil de Resolver

"De quanta imaginação não é feita uma vida para se compensar o que se não realizou! Já todos o sabemos e nunca ninguém o sabe. Se fosse coisa de se saber, não havia maníacos da droga, do fumo ou do álcool. Projecta-se milimetricamente uma reacção a ter, uma ofensa a vingar, uma desconsideração a menosprezar, uma conquista a fazer. E sai sempre outra coisa: nem nos vingamos porque se interpôs uma fraqueza, nem menosprezámos a desconsideração porque nos menosprezaram o nosso menosprezo, nem conquistámos nada porque amanhã é que é.
Mas falhada a nossa reacção, logo congeminamos de novo efectivá-la e com acréscimo de efeito.
Até que o tempo e a morte tudo decidam irremediavelmente por nós.
E acabamos por achar que decidiu bem, porque o mais fácil de resolver é sempre o não resolver."

Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 3'

"...o mais fácil de resolver é sempre o não resolver.". Absolutamente certo, ou talvez não?

Crise


Bush está desesperado para conseguir um plano de alívio para a crise profunda que a sua administração permitiu. No bom estilo neo-liberal, privatizou os lucros, até os ilegitimos, e agora socializa os prejuizos. Não fosse a cascata de consequências que a crise acarreta, apetecia mesmo era que se entalassem no cadafalso que abriram.

Hoje reuniu-se com democratas e repúblicanos, incluindo Obama e McCain, o resultado foi um tremendo flop. Por causa de quem? Essencialmente, dos repúblicanos. McCain arrisca tudo para tentar a sua eleição, foge de Bush como o demo da cruz. Como vai reagir o eleitorado?

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Não percebi nada, devia ser do sono!

As notícias de hoje de manhã não foram muito diferentes das dos últimos dias: crise económica internacional, grande operação da polícia lá para os lados de Lisboa (desta vez houve um foragido, distraído, que foi apanhado) e assalto (frustrado) a uma bomba de gasolina.
Mas, relativamente a esta última, houve algo que não percebi, apesar de ter ouvido a mesma versão na televisão e na rádio.
Dizia a notícia que a polícia perseguiu os assaltantes até à ponte Vasco da Gama, tendo-os perdido nesse ponto.
O que terá acontecido?
Os ladrões despistaram-se e caíram ao rio (mas em alto voo, pois não houve danos visíveis na ponte). O sistema de video vigilância da ponte estava em manutenção, e não há imagens do acidente.
Ou
Os ladrões não cairam ao rio, passaram a zona da portagem, mas ninguém avisou a polícia da outra banda do que se estava a passar.
Aguradam-se mais desenvolvimentos.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Parabéns Diogo!


É sempre difícil escrever sobre os amigos. Mas hoje, no dia em que é reeleito por unânimidade líder da bancada do CDS no Parlamento, não posso deixar de aqui dar testemunho mais público da minha satisfação. Parcialidade à parte, porque sou amigo do Diogo e CDS de sempre, considero-o o político mais ponderado, equilibrado e responsável desta geração. Tem tido a sabedoria de aproveitar a inteligência para aprofundar o conhecimento dos dossiers em que trabalha, tem a frieza necessária para não caír na demagogia ou na retórica fácil, tem os ingredientes necessários para uma identificação de longo curso com o eleitorado do centro-direita. Não é fulgurante, é sólido; não é impetuoso, é credível; não é gongórico, é focado e eficaz; não é um géniozinho, é um homem inteligente empenhado em viver em diálogo permanente com o mundo real. Há tanta gente a queixar-se da falta de protagonistas assim, o Diogo é assim.

Continuação de bom trabalho Diogo!


Obs.: A letra verde é de esperança e, obviamente, uma pequena provocação dum amigo de Alvalade...

Choro

Em finais de Novembro fará um ano, voltará a ser quase inverno cá e quase verão lá. Era sábado e a meio da tarde trocamos o efervescente posto 9 de Ipanema pelo relvado do Centro de Cultura da Fundação António Carlos Jobim, mesmo coladinho às jacas frondosas do jardim botânico. Na relva, cariocas de fino gosto e penetras de ocasião como nós, encontram os seus lugares entre o deitado e poses mais ayurvédicas. O palco é simples, a expectativa enorme. Cinco e meia em ponto, chega o Trio Madeira Brasil, expoente máximo do choro.
Foi uma hora e um quarto de puro deleite. Percorrendo um portfólio que vai das composições próprias aos clássicos de Villa-Lobos, o Trio reabilita de forma deliciosa esta outra música menos internacional do Rio. A proximidade, o sentimento e o humor, o virtuosismo técnico, são ingredientes para uma experiência única e para o conhecimento urgente deste Trio Madeira Brasil. A não perder em disco ou, de preferência num botequim carioca com uma cachaça geladinha. Que tal no Bip-bip do Seu Alfredo?

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Goldman Borges



António Borges tem aproveitado com inefável denodo o espaço que Ferreira Leite lhe atribuiu, assumindo o seu lugar na grelha de sucessores para 2010. A António Borges falta povo, partido e, até agora, curriculum aproveitável. Digo até agora, porque com a actual derrapagem do Goldman Sachs e o fracasso público da sua estratégia, Borges vê um upgrade do seu curriculum, ao nível dos mais relevantes do governo socialista!

Que tal por correio?


A ministra da educação, se é que assim se pode chamar, declarou ontem que o objectivo do governo é a aprovação a 100% dos alunos do 9º ano de escolaridade! Esta política de chumbo zero, responsável pela formação de absolutos irresponsáveis e futuros adultos impreparados, é o orgulho socialista. O governo confirma assim a sua determinação em fulminar o pouco que resta da escola pública em Portugal. Como, clara e assumidamente, o objectivo é dotar os cidadãos de certificados e graus sem conteudo nem substância, porque não fazê-lo automáticamente por correio? E, organizando bem o trabalho, nem será preciso despachar ao domingo. E ainda dará uma ajudinha no orçamento...

Fantasmas e clones

Quando há uns meses me convidaram para fazer parte do “Enguia Fresca” aceitei porque entendo que a blogosfera é um espaço onde podemos dar as nossas opiniões, fazer as nossas críticas ou mesmo “picarmos” os nossos parceiros de blog.
Optei por escrever sob pseudónimo. Julgo que é uma opção tão legítima quanto a de escrever comentários devidamente identificados, mais a mais quando alguns dos parceiros aqui do blog estão devidamente identificados e, se algum problema houvesse, facilmente nos contactariam. Mas optei igualmente por ter uma caixa de mail dedicada a este blog, a qual é naturalmente acessível a partir do meu perfil.
Perguntarão os que me lêem a que propósito virá este tipo de conversa?
Efectivamente há uma justificação.
É que surgiu recentemente um novo blog que se dedica a falar da política aveirense, O Fantasma da Ópera, também devidamente arquitectado por detrás de um pseudónimo, mas que, para além das opiniões aí projectadas pelo seu proprietário, permite que aqueles que aí deixam os seus comentários o façam usurpando identidades de outros.
A estes “artistas” que usam esta forma de clonagem, o anonimato dos comentários não lhes é suficiente. Querem que outros sejam conotados com afirmações que não fizeram, que provavelmente não subscrevem mas que, para quem lê numa passagem rápida, pode pensar que pertencem ao comentador originalmente identificado.
Desta vez aconteceu comigo.
Se repararem nos comentários deste post, onde há um que é meu, há já quem comece a usurpar o meu pseudónimo. Avisei o Fantasma da Ópera do que se passava, ele publicou o meu aviso mas não apagou o comentário que não me pertence, tendo até permitido mais umas larachas a propósito da situação.
Neste post, repete-se a história. E, não contentes com a situação, aqui e aqui é o Zé das Enguias que é alvo do mesmo processo de clonagem.
Face ao que está a acontecer, parece-me que é tempo do Fantasma deixar de pairar e, pelo menos no seu blog, dar uma vassourada a estes clones, sob pena de ser mais um como eles e deixar que o espaço de comentário se transforme numa verdadeira casa assombrada cheia de palhacinhos que não arranjaram lugar em nenhum outro circo.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O pássaro da alma


O pássaro da alma


No fundo, bem lá no fundo do corpo, mora a alma.
Ainda não houve quem a visse,
mas todos sabem que ela existe.
E não só sabem que existe,
como também sabem o que tem dentro.
Dentro da alma,
lá bem no centro,
pousado numa pata
está um pássaro.
E o nome do pássaro é pássaro da alma.
Dentro do corpo, no fundo, bem lá no fundo, mora a alma.
Ainda não houve quem a visse,
mas todos sabem que ela existe.
E ainda nunca,
nunca veio ao mundo alguém
que não tivesse alma.
Porque a alma entra dentro de nós no momento em que nascemos
e não nos larga
— Nem uma só vez —
Até ao fim da nossa vida.
Como o ar que o homem respira
desde a hora em que nasce
até à hora em que morre.
E o mais importante — é escutar logo o pássaro.
Pois acontece o pássaro da alma chamar por nós, e nós não o ouvirmos.
É pena. Ele quer falar-nos de nós próprios.
Há quem o ouça muitas vezes,
há quem o ouça raras vezes,
e há quem o ouça
uma única vez na vida.
Por isso vale a pena
talvez tarde pela noite, quando o silêncio nos rodeia,
Escutar o pássaro da alma que mora dentro de nós,
no fundo, lá bem no fundo do corpo.
...

Michal Snunit
O Pássaro da Alma

Estamos, apenas, de passagem.


Num mundo em que somos definidos e rotulados pelo que possuímos, esta pequena história da tradição judaica, reduz-nos à nossa condição humana: efémera e limitada.


Um turista americano foi visitar o famoso rabino polaco, Hofez Chaim. Admirou-se ele ao ver que a casa do rabino era pouco mais que um quarto repleto de livros, por toda a parte.De mobília, tinha só uma mesa e um banco.«Mas, rabino, onde está a sua mobília?»,pergunta o americano.«E a sua, onde é que está?», ecoou o rabino.«A minha? Mas eu estou apenas de passagem; sou um visitante na cidade»,responde o americano.«Pois eu também estou só de passagem»,concluiu o Rabino.


Anthony de Mello

O canto do pássaro

Dúvida

Na sua homilia de ontem, Marcelo quis dar uma mãozinha a Sócrates ou apenas dar mais uma paulada em Ferreira Leite???

Finalmente!


A futura presidência checa da União Europeia está empenhada em obter clarificação e justiça para a história do século XX. Assim, invocando, entre outros factos históricos, o pacto de 39 entre Stalin e Hitler, defende a reposição da verdade e a defesa da memória das vitimas do comunismo e do nacional-socialismo. Para tal, tem já preparada uma proposta incluida na Declaração de Praga para a Consciência Europeia e Comunismo, um documento orientador da presidência checa da União Europeia, que se realiza durante o primeiro semestre do próximo ano.

Adivinho as maiores dificuldades ante o poderoso lobby revisionista das atrocidades da esquerda, contudo, não deixo de aplaudir este esforço de transmitir aos vindouros a história tal qual foi.

CANDEIA...

QUE VAI À FRENTE, ALUMIA DUAS VEZES!!!
E O VERDE É UMA CÔR TÃO BONITA, NÃO ACHAM? AINDA ONTEM SE PROVOU ISSO, LÁ PRÁS BANDAS DE CAXINAS...
SÓ FALTA OS LAMPIÕES ENCOSTAREM HOJE.

sábado, 20 de setembro de 2008

A época dos furacões


O PS faz hoje a sua rentrée, um dia depois da rentrée do Twins. Na do PS, Sócrates; na do Twins Claudia Jacques. Pois. O PS vai fazer festa em Guimarães em espaço fechado e controlado. O PS anda muito desconfiado dos meorologistas e só teme expôr os seus odedientes militantes a um qualquer furacão, é que é época deles no Caribe.

Coincidências do arco da velha


Há coincidências extraordinárias, não há? Não fosse termos uma justiça isenta e em bom funcionamento, e ainda alguma alma se poderia atrever a especular coisas menos bonitas.
Esta semana foi notícia, merecedora de post no Enguia, a disponibilidade de Pedro Santana Lopes para se candidatar a Lisboa. Hoje o DN, jornal nada conotado com o governo, faz manchte com a oportuna, digo coincidente, constituição de PSL como arguido por actos praticados enquanto presidente da Camara de Lisboa. Santana, alegadamente, não terá sido isento na atribuição de casas de habitação social.
Para além de PSL, Margarida Sousa Uva, mulher de Durão Barroso, que, por acaso, é amigo intimo de Morais Sarmento, já foi ouvida pela PJ por estar alegadamente envolvida no crime e o DN, apesar do segredo de justiça, reza assim: "Segundo fontes ligadas ao processo, Margarida Sousa Uva terá intercedido junto de membros do executivo da CML no sentido de tentar arranjar uma casa de habitação social para uma mulher (cujo nome próprio começa por A) com três filhos doentes. Esta mulher, com graves dificuldades económicas vivia perto da paróquia que Margarida Sousa Uva frequentava, na zona do Campo Grande/Alvalade."

Houvesse em Portugal algum movimento de fanáticos das teorias conspirativas, todas estas coincidências inocentes dariam pano para mangas. Vale-nos que temos um estado de bem e uma justiça confiável. É impensável qualquer complot para manter a Dra. Manuela onde está até passarem as próximas legislativas, e PSL amarrado e caladinho...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Ventania

Não sei porquê, mas desde sábado que as nortadas pararam de soprar contra o CDS. Alguém saberá a razão?

Questão semi-complexa

Segundo o nosso Presidente da República, a questão dos preços dos combustíveis é complexa.
Eu não lhe chamaria assim.
Para mim é um questão semi-complexa, sobretudo quando o preço do petróleo está em baixa, dificultando o seu reflexo no preço da gasolina.
Quando o petróleo está em alta, aí já se torna uma questão muito simples, acabam as dificuldades e a gasolina sobe, no mínimo, da mesma forma que o petróleo.
Deixo à reflexão dos estimados economistas que por aqui passam.
Eu, eu mesmo

Eu, eu mesmo...

Eu, cheio de todos os cansaços
Quantos o mundo pode dar.
Eu...
Afinal tudo, porque tudo é eu,
E até as estrelas, ao que parece,
Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças...
Que crianças não sei...
Eu...
Imperfeito? Incógnito? Divino?
Não sei...
Eu...
Tive um passado? Sem dúvida...
Tenho um presente? Sem dúvida...
Terei um futuro? Sem dúvida...
Ainda que páre daqui a pouco...
Mas eu, eu...
Eu sou eu,
Eu fico eu,
Eu...

Álvaro de Campos

Ele anda aí...


Os meus posts têm reflectido a benignidade do meu pensamento sobre Santana Lopes. Sendo de outro partido e não conseguindo descortinar um motivo para um dia ir pôr nas setinhas, não escondo alguma admiração pela resiliência política de PSL. Terá muitos defeitos conhecidos e desconhecidos, mas a sua capacidade de sobrevivência, a disponibilidade permanente para os desafios mais difíceis, o desassombro com que enfrenta o debate político e a afirmação clara da sua matriz ideológica fazem-me respeita-lo. Diria eu que PSL é a antítese daquilo em que o PSD se vem afundando desde Cavaco, é o último cruzado do legado de Sá Carneiro, por isso gosta tanto de invocar o PPD. O apoio permanente e incondicional de Conceição Monteiro atesta isto mesmo.
PSL tem sido notícia nestes últimos dias pela sua disponibilidade para a candidatura a Lisboa. Nenhum político convencional correria tal risco. António Costa é carismático, popular e está em campanha permanente com o apoio do bloco, de Helena Roseta e a ajudinha do governo; dir-se-ia imbatível. PSL diz que não, que é um desafio à sua altura. Against all odds, disponibiliza-se para tentar mais uma improbabilidade; não posso deixar de aplaudir.
A batata quente fica agora para Ferreira Leite. Não poderá ignorar esta disponibilidade, sabendo que a provável derrota pouco afectará PSL e que a improvável vitória seria para si um pesadelo de proporções cósmicas.
Ele bem avisou que iria andar por aí...

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A lei da oferta e da procura


Nada como um leilão para se observar um caso puro de encontro entre oferta e procura. Hoje ficamos a saber que duas jovens empreendedoras, e entusiastas dos virtuosismos das leis de mercado, resolveram levar a leilão a sua virgindade.
Raffaela Fico, modelo italiana, deixará de ser donzela pela licitação mais alta a partir de um milhão de euros. Nathalie Dylan, americana que quer pagar os estudos superiores, já rejeitou 250 mil dolares e avisa que o licitante terá de ser inteligente! Como, se está a licitar????
O patrocinador e promotor de Nathalie disse sabiamente: “Porquê perder a virgindade com um gajo qualquer no banco de trás de um Toyota quando se pode capitalizar e pagar os estudos". Já o irmão de Raffaela, à boa maneira italiana, garante que a irmã é púdica, casta, católica devota e reza todas as noites ao Pe. Pio! Raffaela garante que, se não gostar da primeira vez, bebe um copo de vinho e esquece tudo...
Concluimos facilmente que as mais bem remuneradas trabalhadoras do sexo são virgens.
Primeira grande interrogação que me ocorre: o que fará um homem dispender de tanto dinheiro para ter sexo com uma mulher mulher inexperiente, se pode ter uma mulher belíssima e experiente por cem euros? Provavelmente, o medo das comparações ou, pior ainda um recalcamento de estilo muçulmano. Uns pagam balurdios para ter uma virgem, outros rebentam-se para ter sete...
A par disto, sabemos que no Brasil e América-Latina as plásticas de retorno à "pureza" são um negócio milionário.
Estaremos a voltar aos tempos em que se dizia que fulana estava desonrada, beltrana tinha sido engana e cicrana inaugurada??? Parece que sim, com a estupidez activa de alguns homens e a alegre participação de algumas donzelas.

É um mundo maravilhoso, este em que vivemos, mas com tanta parvoice pelo meio...

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Percebe-se agora porque é que eu, preferindo Obama, tenho simpatia por McCain?

... Os meus amigos liberais que diziam "Go Johnny go!" devem estar mais "what the f**k?!"...

O Estado Suficiente


Nunca tanto como agora se discutiu a dicotomia liberalismo - socialismo. É uma discussão que interessa particularmente aos adeptos do liberalismo. Se é verdade que os dinossauros socialistas rejubilam com a actual depressão do sistema capitalista de cariz liberal, não é menos verdade que os liberais têm boa resposta em Cuba e na falência do antigo bloco de leste. Ri-se o roto do esfarrapado. Dá tanta vontade de rir ouvir o PC falar da actual situação americana, como se de castigo divino se tratasse, como dá vontade de rir os liberais que vão buscar fotografias dos guetos comunistas para defender a validade da sua argumentação; demagogia pura de ambas as partes.

O estado americano salvou da ruina o Fannie May e o Freddie Mac. Hoje a Federal Reserve injectou milhões na AIG para evitar mais uma mega-falência. Hoje, numa correcção de trajectória, McCain anunciou que, ganhando as eleições, acabaria com a ganância especulativa, por outras palavras, prometeu regulação do estado! Obama já o tinha feito. Os principais analistas americanos dizem que o futuro terá de passar políticas promotoras do bem estar e coesão social; se a America se quiser manter grande, não será na base do salve-se quem puder, no fundamento da lei do mais forte. Alan Greenspan, que nunca fala por acaso, avisa que esta geração poderá experimentar algo idêntico a 29 do século passado.

Olhando para o estado do mundo, todos concordamos que o socialismo está morto e só um lunático como Chavez o desenterra, mas não é menos verdade que o capitalismo liberal entrou em coma. Dirão os optimistas que do coma de 29 acordou mais forte e para durar quase mais noventa anos; valeu a pena?

Continuando a olhar para o estado do mundo, quais serão os países mais imunes a todas estas convulsões? É fácil; a Holanda, a Noruega, a Dinamarca, a Suécia e a Finlândia. Numa dimensão maior, a Alemanha revela uma resiliência notável. Todos estes países se regem pelas regras do capitalismo, funcionam em mercado aberto, têm elevadíssimos níveis de desenvolvimento e são países ricos. Porquê? Porque acreditam e praticam políticas integradas de bem estar e coesão social. Porque fazem os seus projectos sempre visando o longo prazo e fogem da especulação e da tentação do lucro fácil e imediato. Porque criam riqueza que a todos aproveita e, por isso, a todos compromete. Porque têm menos estado na burocracia, mas estado suficiente na regulação, estado suficiente na prestação do retorno dos impostos pagos. É o tal estado pessoa de bem que nós desconhecemos.

Concluindo, é interessante atentarmos na crise e nos seus principais protagonistas, não devemos é deixar de olhar e aprender com os que passam pela tormenta com menos dificuldade.

Mais do que um amontoado de células?



Ontem, cansada de um dia de trabalho deitei-me no sofá fazer zapping. Parei no programa da Oprah: falava dos milhares de pessoas que nasceram e nascem, todos os anos, nos EUA, fruto da inseminação artificial heteróloga com semén de um doador. Fiquei atónita e confusa.
Imaginem só esta situação: um doador de esperma, que recebeu dinheiro pela sua” generosidade”, já casado e com filhos, recebe um dia um telefonema de uma jovem que diz ser sua filha. De repente, passados 18 anos torna-se pai de uma jovem que vivia angustiada por não saber quem era o seu pai biológico, apesar de ter um pai e uma mãe!... Existe um site que ajuda pessoas, nascidas da doação de esperma, a procurarem o seu pai biológico e eventuais irmãos. Neste site existe o registo de um doador de esperma que tem 60 filhos!...
Para além, das inúmeras questões éticas e jurídicas que esta situação acarreta, pergunto-me; será que vale a pena? Sei que criticar é fácil, quando não se é confrontado com o drama da infertilidade. Mas quem recorre à doação de esperma não são apenas casais nesta situação mas também mulheres solteiras que querem ter um filho. E depois, imaginar estas pessoas com o portfólio dos doadores, no qual são descritas as características físicas, intelectuais e o historial clínico do doador "give me the creeps". Até que ponto, este pseudo serviço prestado pela ciência ao homem não põe em causa a dignidade da pessoa? Na realidade, os bancos de esperma são um negócio lucrativo que se aproveita da fragilidade humana, originando dramas pessoais em catadupa.

O Drama Laranja


Manuela Ferreira Leite, durante uma sessão em que o PSD/Açores apresentou o seu "Pacto com a Sociedade", voltou a criticar a proposta da nova lei eleitoral através da qual o "PS pretender retirar ao PSD os deputados que tem pelo círculo da emigração". Parece que a MFL deixou o "tabu do silêncio" e voltou-se para a síndrome: "quem quer mexer no meu queijo?!" É que os portugueses preocupados com o estado da educação, da saúde e da economia estão mesmo interessados no "problema" da lei eleitoral! Intimamente MFL, concorda e revê-se nas medidas deste governo. É por isso, que tem dificuldade em falar. O que dizer quando não se tem nada a opor?

Pouca vergonha


O petróleo já desceu aos 90 usd por barril. Os combustíveis em Portugal descem quase nada e lentamente. Com a complacência do governo, vão enriquecendo alguns à custa de todos. É fartar de vilanagem!

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terça-feira, 16 de setembro de 2008

Chegaram os anti-liberais

Todas as crises económicas e financeiras servem para por em causa o único modelo económico que permitiu desenvolver o crescimento e desenvolvimento das civilizações, sem comprometer a democracia (promovendo o mérito e a igualdade). O único que inclusivamente permitiu a possibilidade de atingir melhor nível de vida, e alargar a riqueza a todos, sem prejudicar o próximo (chama-se a isto um óptimo de Pareto).

Mas quando o sistema inevitavelmente se retrai e se auto-redimensiona, surgem imediatamente as vozes da desgraça e crítica fácil, como se fosse possível retornar ao Estado toda a economia e decisões dos agentes económicos e como se - fosse isso possível - a alternativa fosse melhor. A alternativa não é nem nunca foi melhor. O Estado é ineficiente a tomar decisões.

Contudo, não vou perder-me a responder a demagogias socalistas. Vou apenas relembrar a posição do Estado neste modelo nao totalmente liberal, porque intervem (ainda e muito) e portanto interfere. O Estado é parceiro activo dos ganhos de eficiencia da economia e dos agentes, mas nao participa nos prejuizos. Ou seja, cobra impostos (e muitos) quando as empresas estão a ter sucesso e lucros, mas nada perde quando estas falham.

Estranha esta filosofia que nao reclama quando os agentes contribuem activamente para o bem estar da sociedade como um todo (pagam impostos, muitos impostos, e empregam cidadãos, que - espante-se! - também pagam impostos), mas que quando há uma crise, se refugia na ideia que o Estado afinal não devia ter deixado que os agentes tivessem cometido a "loucura" de procurar o lucro.

Ora, se o Estado se preocupasse mais em regular bem (por outras palavras, fazer muito menos, mais muito melhor) em vez de continuar a interferir e criar ineficiencias ridiculas; e se os socialistas tivessem vergonha de assobiar para o lado quando o capitalismo gera prejuizos, e no entanto assumir as suas vantagens em seu proprio beneficio, estariamos bem melhor...

O Neo-Liberalismo não está em causa

Foi com enorme prazer que aceitei o convite para também aqui expor os meu conceitos do Mundo. Bem sei que não é consensual a minha perspectiva, mas se assim fosse a discussão nunca seria proficua.

Mas é aliás da discussão que surgem as ideias inovadoras e do prazer do debate que nasce o virtuosismo das diferenças.

O Neo-Liberalismo vai estar na ordem do dia nos próximos tempos pelos efeitos da crise financeira americana e os socalistas puros vao tentar por todos os meios voltar com as ideias derrotadas e esgotadas de um Estado Providência total e absoluto. Claramente nao será essa a solução.

Agora, aturem-me...

A Soberba ....

….de Mário Soares :

«Sarkozy (….) adjectivou a laicidade, chamando-lhe positiva (porquê?) e disse que "prescindir das religiões (no plural) é uma loucura e um ataque à cultura". Esqueceu-se que muito mais de 10% da população francesa é agnóstica ou mesmo ateia e, entre ela, seguramente, está a maioria dos segmentos sociais mais cultos e intelectualizados...»

O autor desta coisa, como agnóstico / ateu que é, inclui-se obviamente na camada "mais culta e intelectualizada", deixando o povo ignaro aos cuidados da Santa Madre Igreja, que é Mãe e Mestra.
Raios o partam.
Já não há paciência para tanta presunção.
.

Juízes em chinelas

O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha de Nascimento veio afirmar esta terça-feira, que o novo regime legal que responsabiliza os juízes pelas suas decisões, anula o princípio da «irresponsabilidade dos órgãos de soberania», pelo que pode ter efeitos perversos na forma como os magistrados decidem.
Mas, logo de seguida não se coibiu de sublinhar que há 16 anos que as remunerações dos juízes não são actualizadas, o que pode afectar a «independência e qualidade» do trabalho dos magistrados, levando os melhores a irem embora e provocando «situações menos claras», acrescentou, mas sem querer precisar quais sejam.

Por estas declarações se pode apreciar bem a cegueira que grassa entre os Juízes: gostam muito de ser titulares de um órgão de soberania e querem que se lhes reconheça a dignidade e a importância da missão, traduzida claro está em cifrões: querem ser muito bem pagos. Mas ao mesmo tempo, foge-lhes o pézinho para a chinela das reivindicações salariais, e enfiam a camisola do funcionário público sem aumentos. E, nessa veste, também exigem ser irresponsáveis pessoalmente pelas decisões que pronunciam, mesmo se estas forem grosseiramente erróneas e lesivas. Tal qual um contínuo de repartição, mas com glamour e mais visibilidade.

Os nosso Juízes querem o melhor de 2 mundos: o melhor do funcionalismo publico em salários, regalias, e autonomia técnica de funções, e ainda a desresponsabilização total, mesmo em casos de erro grosseiro na aplicação da lei e tomada de decisão.

E, o mais grave é que ali onde o cidadão comum vê imediatamente a impossibilidade da injustiça clamorosa, os magistrados continuam cegos e acham-na naturalmente adequada e justa.
E teimam em não perceber a contradição.
É que a Justiça é cega, mas sempre equilibrada.

Nostalgias


Regresso com alguma frequência aos livros do meu passado, neste caso, da minha infância, ou pré-adolescência como assepticamente hoje se diz.
Li aos doze anos três autores que deixaram marca para sempre: Torga, Alphonse Daudet e Marcel Pagnol. Ao folhear com renovado encanto La Gloire de Mon Père, dou-me conta da importância das grandes descobertas de uma vida normal, dos grandes dilemas, acontecimentos dramáticos e alegrias intensas que experimentamos, que vivemos no nosso universo intimo, que guardamos ciosamente dos outros.
Pagnol, no autobiográfico Marcel, vive intensamente os tais filmes interiores, quase como quem deixa o olhar à solta num café ou numa carruagem de comboio, criando vidas para os personagens que nos cercam, furtando-nos da nossa presença, da participação. Naquelas férias, olha-se de fora, porque se subtrai à familia, à gloire de son père. Mas, o que alguns vêem como capitulação, eu vejo como redenção: a retenção da carta; o regresso assumido a um sentido de pertença, que Joseph, o pai, lhe vai recordando pelo discreto abordar do seu conteudo ao longo dos tempos seguintes. Dir-se-ia que é a história do desmoronar de um mundo que nunca foi, da fuga que não se faz de um lugar onde sabemos que pertencemos. Assusta-nos, frequentemente, este desvio dos enormes feitos que esperamos de nós e dos outros, mas a coragem está muitas vezes nessa aceitação da vida normal.

E é aqui que me vem à cabeça uma frase batida, esta do Tartarin de Tarascon de Daudet: Où serait le mérite, si les héros n’avaient jamais peur ?

O Cúmulo

O Lehman Brothers pagou quase 5,7 mil milhões de dólares em bónus aos seus gestores em 2007 !!

O Carlos fazia cá falta!


A partir de hoje vamos cá ter o Carlos Martins. Para que não se diga que a malta do Enguia é ortodoxa, damos as boas-vindas ao primeiro neo-liberal do blog. Mas, não é um liberal qualquer, por isso, sugerimos que fiquem atentos aos novos posts. É o Enguia a nadar com grande estilo nas águas agitadas da blogosfera! Vamos a isto Carlos!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Jason Mraz

Jack Johnson abriu o caminho, G Love e Donavon Frankenreiter acompanharam em grande estilo. Agora o estilo é incontornável, ainda bem! Sons leves, carregados de sol, boa vibe, a provar que a leveza na música pode ser cool. A seguir com atenção. Keep cool!

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As minhas músicas - 19

Retomo as minhas músicas num dia triste para os pinkfloydianos, nos quais me incluo.
Morreu o teclista dos Pink Floyd, Richard Wright.
Aquela que, na minha opinião, é a maior banda da história do rock, não voltará a ter a sua formação completa.
Aqui fica a minha homenagem naquela que foi, julgo eu, a última aparição pública do conjunto com a sua formação completa em Londres, no Live8.


Talvez razão tenha a MFL em ficar caladinha...
Ao ler isto, ficamos com a sensação de que na "casa dela" todos falam e ninguém tem razão.
Só cá falta a eminência parda, o Richelieu do actual PSD, com as suas sempre prolíficas explicações sobre o tudo e o nada.
Enfim, apetece dizer como na anedota, "Organizem-se..." e não passem a vida a olhar para os argueiros nos olhos dos vizinhos.

Casa Fernando Távora


Será uma experiência que a CMA está a realizar?
Algum produto novo contra a calvície?
Ou um teste ao escoamento das chuvas assim que elas começarem a cair?

domingo, 14 de setembro de 2008

Laicidade positiva


Nestes dias da visita de Sua Santidade Bento XVI a França, muitas foram as revelações importantes para o futuro da igreja, da sua articulação com a sociedade e com o poder. Deixo o desafio á Ruah, sem prejuizo dos outros, para nos falar do enquadramento teológico, onde não me sinto tão à vontade.

As relações dos estados com as diversas religiões têm sido alvo dos mais diversos estudos e teorizações. Recentemente, Geore Weigel, J.H.H. Weiler e, mais amplamente, Roger Scruton, têm deixado a nu nos seus escritos a desvantagem e empobrecimento que o laicismo tem fomentado na Europa, a fraqueza que a falta de um natural relacionamento entre estado e igrejas implica para uma Europa que se queria unida e forte. Neste capítulo, o jacobinismo de raiz maçónica francês, com poderosos e infelizes tentáculos em Portugal, impôs, ao invés da laicidade, um laicismo primário, anti-clerical e de patrocinio da tensão e antagonismo entre igreja e estado.

Sarkozi, em mais uma manifestação de inconformismo revolucionário, aproveitou a visita papal para apresentar o seu novo conceito de laicidade positiva. Nas suas palavras, o estado deve continuar laico mas, praticar uma laicidade que reuna, respeite e dialogue, não denunciando nem excluindo. A laicidade do estado deve assegurar em democracia a independencia da visão do estado em relação às organizações que lhe são exteriores, religiosas ou não, nada mais do que isto. Os protestos contra a recepção de Bento XVI no Eliseu são bem reflexo de sectores radicais, intolerantes e fechados ao mundo.

Abre-se agora a extraordinária possibilidade do fortalecimento da Europa através da normalização do seu relacionamento com a sua matriz espiritual. Resta saber como reagirá o resto da Europa, se seguirá cega na imposição de uma laicismo jacobino e inimigo, acima de tudo, da própria Europa, se aderirá de forma racional a esta laicidade positiva proposta por Nicolas Sarkozy.


Para uma excelente cobertura da visita papal a França, sugiro que leia aqui

Praça do Peixe


A Praça do Peixe tem, para Aveiro em geral e para o CDS, em particular, um significado muito especial. Foi palco de grandes momentos políticos, de vésperas de sucessos, de reunião de amigos de sempre e de todo o país.
O clima geral de alguma rejeição dos políticos, levou a que todos os partidos, a começar pelos maiores, saíssem "da rua" e transferissem as suas acções para ambientes controlados e monitorizados. Fugiu-se do povo incómodo, fez-se produção profissional e geriu-se a informação a passar depois pelos media.
Ontem, corajosamente, o CDS quebrou este ciclo. Portas apostou em mostrar o fosso que vai da opinião publicada à opinião pública. Ganhou a aposta. A Praça do Peixe abarrotava de gente entre um partido fortemente mobilizado e o cidadão comum á procura de quem tenha um caminho a propôr.

O Enguia Fresca teve quatro observadores no local; pela minha parte, saliento, em primeiro lugar, a preparação, a seriedade e estrutura do discurso sobre segurança. Há muitos temas importantes na actualidade política, este, para além de importante, é o mais urgente, o que os portugueses exigem ver resolvido com celeridade e firmeza. Portas, fruto de estudo e trabalho, domina este dossier como nenhum outro líder; desafiou Sócrates para um debate público, hoje a fuga surge em resposta chocarreira e reles de Lelo, a descredibilizar PS e governo.

Na parte do discurso dedicada à economia, destaco a coragem da denuncia do capitalismo selvagem do BCP e da Galp. Destaco a correcta identificação de muitos dos problemas que assolam a nossa economia e que o governo teima em não reverter. Destaco o compromisso político de apresentar soluções que vão além de slogans de ocasião.

Foi um enorme sucesso este comício "à moda antiga", quero crêr, um importantíssimo abrir de porta à reconciliação entre o povo e os políticos. Pelo menos dos que não tem medo do povo.

Cartoons da Semana

sábado, 13 de setembro de 2008

Quem Mexeu no Meu Queijo!?


O Presidente da República, Cavaco Silva, admitiu utilizar o veto político se as alterações ao Estatuto dos Açores não responderem às suas dúvidas e divergências sobre o equilíbrio de poderes entre os órgãos constitucionais. Mais, considera que este Estatuto é uma tentativa de limitar o exercício dos poderes do Presidente da República.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Entertainer Ressabiado

"Cada vez mais Luis Filipe Menezes se assemelha a um entertainer ao serviço de José Sócrates"
- foi a frase acutilante de Paula Teixeira da Cruz.
Um entertainer ressabiado e amargurado de frustração, acrescento eu.
Bem faz MFL perante as frustraçõezinhas dessa gente: os cães ladram e a caravana passa.
Seguindo esse lema, mais uma vez MFL supreendeu na conferência de imprensa de ontem: quando "todos" esperavam que viesse tormar posição no "caso" das declarações do Ministro da Administração Interna sobre atrasos na lei orgênica da GNR, a líder do PSD desviou as atenções para o projecto de lei do PS que visa retirar aos emigrantes portugueses o voto por correspondência.
Nas palavras de MFL estamos perante a "instrumentalização das leis da Republica á luz de interesses partidários do momento."
Dito de outro modo, o PS teme o sentido do voto dos emigrantes portugueses, portanto, toca a retirar-lhes o exercício desse direito....

Mais um...


O PSD não tem emenda. Sem pudor nem contenção, toda a gente prepara a sucessão de Ferreira Leite; escancaram o partido fragilizando-o, condenando uma liderança que, pelas suas fraquezas óbvias, precisava da ajuda de todos.
Rio deu o AMN (Apoio Mínimo Necessário) e já se vai distanciando. Não quer ficar ligado à imagem e às derrotas de MFL.
Meneses, com impaciência, não serve fria a sua vingança e já se declarou putativo candidato. Não perdoou uma virgula à nova elite do partido.
Santana Lopes anda, como sempre, por aí. Fará uma gestão do tempo político melhor do que Meneses, por isso, provávelmente, mais letal.
António Borges, ainda sem registo definido, marca o seu espaço e dá ares de futuro incontornável.
Passos Coelho, com o apoio de Angelo Correia, prega em todas as capelinhas o novo PSD liberal, o seu PSD.
Amanhã, em entrevista ao Expresso, Nuno Morais Sarmento avisa que está na corrida; um sinal inequívoco de que os barrosistas têm a percepção que o consulado de MFL poderá ser aínda mais curto do que inicialmente previsto.

Cavaco, depois de ter posto o governo na ordem, aproveitará o acto de contrição de Sócrates e retomará o idílio Belém - S. Bento. Manuela foi conveniente a dada altura, mas começa a ser um fardo que ninguém quer suportar.

Para grandes males, grandes remédios

Ao ler esta notícia do Diário de Coimbra, fiquei a saber que o Presidente da Câmara lá da cidade que encerra para férias em Agosto, além de desconhecer em absoluto o que é o turismo na região centro, provavelmente por, relativamente a esta matéria apenas ter lido o PENT e visitar o Portugal dos Pequenitos, sofre de problemas graves ao nível de acidez no seu aparelho digestivo.
Para resolver a falta de conhecimento, aconselham-se férias, como aquelas que um vulgar cidadão faz, para conhecer a realidade.
Para a azia, fica o conselho de optar por este medicamento devidamente comprovado.


Ainda Alvalade



À saída, reparei que este se estava a lamentar no fundo do fosso

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Fútebois...


Os que disseram mal de Felipão, ainda hão-de vir dizer que, afinal não era este! Era a outra sumidade, o Artur Jorge!

Eu só espero que, para além de saudades, o tempo não me venha a dar razão! A bem da nação.

Jornalistas safados!


Dizia hoje o PS que, o ministro Rui Pereira nunca quis insinuar que os atrasos na lei orgânica da GNR viessem de Belém. Compreendem que Cavaco tenha pedagógicamente esclarecido que a trapalhada e os atrasos tenham sido da maioria PS no parlamento. Rui Pereira nunca tentou essa coisa horrível de atirar as culpas para as costas dos outros! Os senhores jornalistas é que trocaram tudo! Ainda bem que o Presidente esclareceu tudo, assim os jornalistas não mais deturparão as palavras sempre bem intencionadas do ministro Rui Pereira.
Resumindo, há culpas para todos menos para o PS.

Al-valade

Aprendemos que as palavras começadas por al têm origem árabe.
De valade, não conheço o significado, mas, em tradução livre, poderá ser vala, fosso, o que também corresponde ao que existe no local.
Nunca lá tinha ido e escolhi o dia de ontem, pois pensei que poderia ser interessante ver a Selecção Queirosiana a jogar bem e a ganhar aos vikings.
Mas com Nanis, Dannys e outros mais, saí do fosso na fossa.
Acho que, após esta experiência, tenho motivos mais que suficientes para não voltar a um local tão sinistro.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Haja Pachorra!


O que ontem era verdade, hoje pode ser ... outra verdade.
Haja memória ou haja pachorra? Talvez as duas, e ao mesmo tempo. Dava jeitinho, pelo menos a alguns!

No comments II

Expliquem lá outra vez

Segundo o JN de hoje, o Ensino Secundário em Portugal tem apenas 8 alunos por professor, sendo um rácio de excelência a nível da OCDE. Mas as turmas portuguesas têm 22.5 alunos em média, ficando assim num lugar mediano neste estudo.
A notícia não nos traz as conclusões do estudo, provavelmente porque os seus autores terão ficado baralhados com os resultados obtidos.
Mas eu sou capaz de concluir alguma coisa. Há muitos professores que não ensinam, e muitas disciplinas que existem apenas para encher horários.
Resultado: tenho quase a certeza de que a preparação de quem termina o Secundário hoje, apesar dos meios ao dispor dos estudantes e dos professores serem incomparavelmente superiores aos que existiam há 20 ou 30 anos, sabe muito menos do que aqueles que terminaram os seus estudos naquela altura.
A solução para o problema passa, na minha opinião, por colocar os professores a ensinar (aqueles que têm competência para tal) e parar de vez com todas as experiências lunáticas que têm arruinado o nosso ensino após o 25 de Abril.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Angola


"Poucas eleições africanas terão sido disputadas com tanta liberdade, pluralismo e transparência como estas" - Vital Moreira hoje no Público
Tomando Angola como ponto de partida, Vital Moreira arrasa um continente inteiro. Pelo que o governo do MPLA deixou saír de informação, bem filtrada, tivemos, ainda assim, um péssimo ensaio do que são eleições em qualquer democracía básica. Dizer que foram das melhores que África teve até hoje, deixa-nos com calafrios. Mas, Vital Moreira saberá melhor do que nós do que os seus camaradas são capazes. Não argumento. Noto, contudo, a prudência do uso do "tanto"; tanto não significa muito, menos ainda totalidade; é um termo comparativo que, tendo em conta o que nos deixaram saber, deixa os outros comparados de rastos. O camarada Vital é hábil e impiedoso!
O MPLA venceu as eleições e creio que, no momento actual, depois de anos de destruição tenaz do sistema político, venceria sempre, ainda que fossem eleições verdadeiramente livres e democráticas. Mas não foi sobre isso que Vital Moreira falou...

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HÁ SEMPRE UM...

PERTO DE SI!
NÃO SE ASSUSTE. ESTÁ A "METER" AR ATÉ REBENTAR.

E esta?