Em boa verdade, não se pode ter pena de quem parte depois dos oitenta com uma vida tão completa. Paul Newman deixará em todos uma boa memória; é isso a imortalidade, o que perdura de nós nos outros depois da partida. De muito do muito e bom que fez, ficam-nos os registos: os filmes magistrais, as obras que ergueu, o testemunho que deixou. A apologia corajosa que fez da compatibilidade entre ser um gigante e um regular guy ao mesmo tempo.
Quando se fala dele, vejo de imediato uma cena de Gata em telhado de zinco quente, intenso, visceral and yet, cool.
Paul Newman era o último sobrevivente de um trio maior do que o mundo, todos diferentes, porque personalidades fortíssimas e únicas, mas todos com um denominador comum: uma revolução interior em curso, duma dimensão que podiamos adivinhar, mas nunca perceber totalmente. Boys with the thorn inside. Dean, Brando e Newman.
Mas, há todo um legado que não realizamos à primeira. Sem pensar nisso, dou por mim embevecido com os Shooters deste retrato, que ele sempre usou, que eu comprei e uso sem pensar nisso, aparentemente. O Daytona cronografo que todos desejamos (e o MCF já tem!) leva o nome de Paul. As gravatas de malha, os blazers de bombazine, as camisas oxford, as 501... Todos, de alguma maneira, o copiamos. Falta-nos aquele olhar. A bem dizer, quase tudo.
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