O Estado americano preparava-se para gastar uns astronómicos 700 mil milhões de dólares dos contribuintes na compra de "activos tóxicos" das sociedades financeiras. Na prática, os prejuízos dessas sociedades seriam assim assumidos e suportados pelo Estado, ou seja, uma factura de cerca de 10 mil dólares para cada contribuinte. Tudo a troco de nada, e em nome de salvação económica geral.
Não me admira nada que a Câmara dos Representantes exigisse garantias de eficácia do plano, e de que a recuperação desse dinheiro seria uma prioridade devidamente acautelada. Também não admira que pretendessem certificar-se de que esse dinheiro não seria para distribuir a accionistas e gestores dessas sociedades financeiras apoiadas.
Note-se que o Estado não deve manter-se alheado da crise financeira. Tem de intervir.
Mas há soluções e soluções.
Veja-se o que têm feito dos governos europeus, na Alemanha, na Inglaterra, no Benelux: intervêm injectando dinheiro do Estado nas sociedades em situação de pré falencia, mas a troco da nacionalização de partes de capital dessas sociedades, e com os correspondentes direitos de voto.
Este tipo de intervenção retira de uma vez os prémios aos responsáveis pela situação de insolvência de facto a que conduziram essas sociedades. Esses responsáveis são os administradores e os accionistas dessa sentidades.
Por isso, a Europa está a fazer melhor do que se propunham fazer os EUA. Os contribuintes europeus entram no capital dos bancos intervencionados, como sucedeu com o Fortis. Não lhes compram os tais activos tóxicos.
Veja-se o que têm feito dos governos europeus, na Alemanha, na Inglaterra, no Benelux: intervêm injectando dinheiro do Estado nas sociedades em situação de pré falencia, mas a troco da nacionalização de partes de capital dessas sociedades, e com os correspondentes direitos de voto.
Este tipo de intervenção retira de uma vez os prémios aos responsáveis pela situação de insolvência de facto a que conduziram essas sociedades. Esses responsáveis são os administradores e os accionistas dessa sentidades.
Por isso, a Europa está a fazer melhor do que se propunham fazer os EUA. Os contribuintes europeus entram no capital dos bancos intervencionados, como sucedeu com o Fortis. Não lhes compram os tais activos tóxicos.
É preciso apoiar o sistema financeiro. Mas, o Estado não deve apoiar os responsáveis pela situação de colapso a que deixaram chegar as sociedades que gerem e administram. Por isso, o Estado não pode assumir os activos tóxicos – leia-se os prejuízos – dessas sociedades, limpando os seus balanços para que os respectivos accionistas e gestores prossigam alegremente e incólumes a ganhar milhões. Isso é pirataria sobre os contribuintes.
Um plano de intervenção do Estado tem de ser concebido de modo a não premiar infractores e responsáveis por decisões catastróficas. Se as empresas estão "intoxicadas" mas não podem falir, então o Estado deve nacionalizá-las, e não comprar-lhes os prejuízos, os tais activos tóxicos. De modo a que, amanhã, o mesmo Estado que agora injecta dinheiro dos contribuintes, receba os dividendos gerados pelos lucros futuros. Assim é que é economia de mercado.