sábado, 28 de fevereiro de 2009

Dar aos ricos para ajudar os pobres...

Nos tempos de crise e desorientação que vivemos, tudo é possível! Vale a pena ler esta inspirada crónica de Marina Hyde sobre o inesperado Forum Fortune em Londres. Se a ideia pega por cá...

Give to the rich to help the poor? An idea worthy of BonoSatire?
No - a genius really has concocted a tax proposal to put our aid budget in the hands of the super-rich
On Tuesday night, 100 billionaires will gather at London's sumptuous Dorchester hotel, to watch Mr Ted Turner in conversation with Ms Carol Vorderman. Ms Joss Stone will sing, and some model or other will be in attendance. Can you guess the aim of this evening, which I trust you would cross continents to avoid in the infinitely unlikely event that you had been invited? No? Then allow me to assist. The aim is to make the government give tax breaks to the super-rich, in order to tempt them to give the same percentage of income to charity as the poorest 20% of people in this country already do.

Feel free to be taken unwell.

Initially I assumed the Fortune Forum, for so it is named, was an elaborate living satire, designed to highlight practically everything that is wrong with contemporary life. Alas, The Fortune Forum is all too real. It was dreamt up by an heiress called Renu Mehta, as a kind of vaguely benevolent mini-Davos. It is now in its third year, and has made several donations to the world's neediest people, including paying one Bill Clinton a rumoured $450,000 to address it.

But it is the Fortune Forum's latest scheme that really impresses. As the Guardian reported yesterday, Mehta enlisted the Nobel prize winning economist Sir James Mirrlees to come up with a plan to address the shaming statistic that Britain's richest 20% donate 0.8% of their income to charity, while the poorest 20% give 3%. He duly concocted a tax proposal. To wit: 50% of money donated towards the UN's millennium development goals through this scheme would be deducted from an individual or corporation's tax liability (which is of course only 40% or 28% respectively), with the government making up the other 50% from its aid budget. Naturally, the super-rich donors would get to decide on what projects their money was spent.

Let's see that in action, shall we? The UK's total overseas aid budget was £4.9bn in 2007-2008. Mehta suggests her scheme could persuade the super-rich to part with an extra £5bn a year, but of course the government is required to backmatch that notional sum, meaning that the entire aid budget would be swallowed up. What this means, effectively, is that control over the UK's aid budget would pass from the Department for International Development to a bunch of private individuals.

As the tax campaigner Richard Murphy points out, this is fundamentally undemocratic. Depressingly, Mirrlees and Mehta have already been granted two meetings with the Treasury, at which they insisted the scheme should be extended to those whose tax affairs are offshore, in effect allowing the use of UK taxpayers' money to be directed by tax exiles - and giving them tax relief for the privilege.

Did you ever hear anything so defeatist? Rather than make a concerted attempt to close down these offshore havens, the Treasury is now considering further enabling them with a cashback scheme because they are too tight to give the same percentage of their wealth to charity as someone in the lowest income bracket. Allowing this would be a monumental scandal.

One suspects Mirrlees is a Nobel economics laureate much in the same way that Henry Kissinger is a Nobel peace laureate. Another of his brainwaves is replacing corporation tax with a higher rate of VAT, a move which would shift the tax burden from the rich to the poor. Yet he will inevitably be lauded for this latest plan by those puffed-up fauxlanthropists who monopolise the aid debate.

And so to our old friend Bono, who this week announced he is displeased at being called a hypocrite for moving his tax affairs to the Netherlands, all the while lobbying the Irish government to increase its aid budget. As you may recall, the Tax Justice Network estimates that if tax was paid on the money the world's rich have protected in tax havens, it would raise enough to finance those millennium development goals five times over.

"I can understand how people outside the country wouldn't understand how Ireland got to its prosperity," Bono bleated to the Irish Times in the course of promoting his new album, "but everybody in Ireland knows that there are some very clever people in the government and in the revenue who created a financial architecture that prospered the entire nation - it was a way of attracting people to this country who wouldn't normally do business here. And the financial services brought billions of dollars every year directly to the exchequer. What's actually hypocritical is the idea that then you couldn't use a financial services centre in Holland."

Now that Ireland's economy has gone belly up, you mean? He's not the brightest, is he? At least he's only parlayed himself into the role of Africa's messiah.

For Mehta's part, she keeps waffling that "we have to achieve philanthropic parity". As I wrote here last week, philanthropy begins with paying tax, and given the super-rich's notorious capacity for weaselling out of it, the very last thing we should be slinging their way are further tax breaks, let alone control of aid budgets.

Óscares, parte 2

Na próxima 2ª feira teremos uma remake aveirense dos Óscares.
Em vez da Academia de Hollywood temos o PS concelhio. Logo, em vez da passadeira vermelha, temos o tapete cor-de-rosa. E em lugar de uma imensidão de prémios, haverá apenas um em disputa, o de candidato do PS à Câmara.
A ansiedade entre os candidatos deve ser muito grande pois, tal como acontece na América, já há um ano que se especula quem são os candidatos a candidato.
Armando França, Júlio Pedrosa, José Costa, Alberto Souto, Eduardo Feio, João Barbosa e mesmo o presidente da colectividade local, Raúl Martins, têm sido falados.
A questão é se o Eng. presidente da colectividade nacional, que nos últimos 8 dias passou 4 na nossa zona trouxe algum envelope daqueles com um selo em lacre bem bonito e com uma grande surpresa lá dentro.
Vamos esperar maos umas horas e estará então oficialmente aberta a campanha eleitoral para a Câmara de Aveiro.

Reforma Dourada

Cá para mim, o Sr. Eng. não está satisfeito com o seu defensor oficial na internet.
Vai daí, aqui tens, caro amigo, um bilhete para Bruxelas / Estrasburgo, com regresso daqui por 5 anos.
Au revoir.

Para acordar

Musica para esta hora

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Mais um pequeno apontamento ...

O antigo administrador do Excellence Asset Fund, António Coutinho Rebelo, declarou que o fundo vendeu a empresa porto-riquenha Biometric por 35 milhões de euros a 19 de Março de 2003, quando nas contas do grupo Sociedade Lusa de Negócios, que detinha o fundo e o banco BPN, essa venda está registada por apenas um dólar ......
Fonte: Diário de Notícias , pág. 52,
26-02-2009

BPP



O Banco Privado Português avança a passos largos para a insolvência.
Aos clientes já foi informado taxativamente: de duas uma ou aceitam pagamentos a cinco anos e mais ou exigem o dinheiro já e o Banco é dissolvido e liquidado sem mais.

O fracasso do BPP tem um rosto e um nome: João Rendeiro.

Bem sabia do que falava Joe Berardo quando há dez anos publicou uma página de publicidade avisando o público para a falta de sustentabilidade do negócio do Banco Privado Português; e também quando há bem pouco tempo, no Prós e Contras, mandou Rendeiro calar-se, ameaçando-o de contar o que sabia. Rendeiro engoliu em seco e calou-se mesmo.
Agora vê-se bem porquê.

Especiais


Tenho habitualmente as maiores dúvidas sobre a exposição pública da vida privada e familiar. A linha de fronteira é muito ténue e exige grande discernimento dos vários intervenientes.
David Cameron optou por uma vida familiar transparente, tal como Obama está agora a fazer, e, no dia de hoje, eu, o céptico, digo: ainda bem!
Cameron e a sua mulher Samantha tiveram há seis anos um filho, Ivan, a quem foi diagnosticado na segunda semana de vida um grave problema cerebral seguido de uma violenta epilepsia - o síndrome de Otahara.
O Ivan partiu na semana passada, deixando uma profunda dor nos seus pais, familiares e amigos. O parlamento parou, a classe política e o público juntaram-se à dor dos Cameron.
Não pude deixar de parar e atentar neste fenómeno, que está longe de ser novo para mim. De repente, os olhos do mundo descobriram o poder e o profundo significado da curta vida de Ivan.
David Cameron é um ex-aluno de Eton e de Oxford, líder dos Tories; Samantha é filha de viscondes, criada para lhes suceder. Ambos traziam na bagagem a carga de mal-entendidos que as supostas classes dominantes vão acumulando. Sem querer menorizá-los, não seria difícil imaginá-los entre os que estupidamente têm como bíblia a competitividade, como praxis a segregação, como modelo a lei do mais forte. Felizmente, tiveram o Ivan que lhes mostrou a verdadeira essência da vida.
Ao passarem noites a dormir no chão de hospitais públicos, ao dependerem do apoio dos serviços sociais, ao terem escolhido viver a diferença como quaisquer outros pais, o ex-etonian e a aristocrata mudaram radicalmente a sua percepção do mundo e, mais importante, dos outros.
O legado mais importante da vida de Ivan não é mensurável, é a enorme benção que o pai tão bem descreve: “He is a magical child with a magical smile that can make me feel like the happiest father in the world, we adore him in ways that you will never love anybody else, because we feel so protective.”
Mas, através dos seus pais, o pequeno Ivan marcará a vida de milhões. A ele se deverá, se o pai chegar a primeiro-ministro, a salvaguarda e investimento no NHS (serviço público de saúde britânico), a defesa e reforço dos serviços públicos de apoio aos mais desprotegidos e, acima de tudo, uma mundividência sensível e alargada, justa e integradora.
Como se vê, Cameron é mais do que o original "vote blue, go green", é um homem que a vida se encarregou de preparar para lidar com os outros.
Aconteceu o mesmo com De Gaulle, que terá aprofundado a sua dimensão humana através do amor e devoção que sempre dedicou a Anne, a sua "petite fille" que padecia de Down. De Gaulle foi sepultado em Colombey-les-Deux-Eglises, por sua vontade, junto a Anne e renunciando à suposta honraria da companhia dos outros grandes de França.
Terei uma visão muito particular destes acontecimentos; longe do papel que estes homens tiveram e têm no mundo, também a minha vida mudou. Mudou o conceito de fraco e de forte, de importante e de irrelevante, de urgente e de negligenciável. Mudou a diferença que faz uma mão desconhecida que nos é generosamente oferecida quando nos encontramos frágeis e vulneráveis a 8.000 kilometros de casa. Mudou a forma como encaramos os outros, as diferenças, o sentido que faz sermos acolhedores e tolerantes, a estupidez que é julgarmos os outros à sombra de qualquer pretensa superioridade. Fiquei com a certeza de que lutarei sempre por um mundo em que ninguém seja descriminado ou deixado para trás.
Os meus amigos dizem-me repetidamente que cada dia pareço mais de esquerda; eu respondo que me prefiro pensar da nova direita, que nunca serei de esquerda, mais não seja, pela defesa intransigente que faço da vida, pela presença inspiradora de Deus que encontro em todos patamares da existência com a maior naturalidade.
No Brasil, amor recente e improvável, fui apreendendo a visão e a palavra que me faziam falta. Do porteiro do hotel, ao barman, à moça na rua, ao conhecimeto casual, há só uma palavra: Especial.
Disse-me uma vez um motorista a caminho de uma noite de samba na Lapa: "Cara, cê nem sabe a sorte que tem! Eu também tenho lá em casa uma menina especial, a MINHA princesinha, razão da minha vida! Puxa vida, eles são benção de Deus Nosso Senhor! Cê não sente isso?"

Sinto, claro que sinto. São realmente especiais.



Vale a pena ler sobre os Cameron aqui e aqui.

Quem tem lucros não deve despedir



Despedir quando há lucros "parece-me um bocadinho mais vergonhoso " - afirma Francisco van Zeller .
E parece-lhe muito bem.
O patrão da CIP em linha com o Bloco de Esquerda?
Nem pensar !
Ele inspirou-se na boa doutrina: aqui

A esperança que se renova na vindima de cada sonho...


O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura...
E que a doçura
Que se não prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova...

Miguel Torga

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Aveiro na vanguarda


A Câmara de Aveiro apresentou hoje o projecto "Lifecycle" para sensibilizar a população a usar a bicicleta no dia-a-dia, no âmbito do Programa Europeu da Saúde (PHEA). Financiado integralmente pela União Europeia, o custo do projecto no que diz respeito a Aveiro ascende a cerca de 50 mil euros, em campanhas direccionadas às famílias, à população sénior e adulta, estudantes universitários e crianças em idade escolar.

Sinais de civilização que chegam hoje de Aveiro, salvaguardar o futuro com bom senso e inteligência, já no presente. Se, infelizmente, nas duas maiores cidades do país, é uma dor de cabeça estacionar a nossa própria bicicleta, Aveiro disponibiliza bicicletas a quem a visita ou nela vive! O Tom Zé quando visitou Aveiro ficou maravilhado, comentando depois: "lá no Brasil a prefeitura pega a bicleta da gente; em Aveiro, a prefeitura dá! Meu Deus, isso é que é primeiro mundo!"

Miguel Capão Filipe apresentou o projecto. Who else?


Porque foi carnaval...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Porque ainda é carnaval...



Planeta Metello


Há um planeta pequenino que aparece na nossa orbita com certa regularidade. O único habitante do planeta é um suposto analista chamado António Peres Metello. Injustamente acusado de papagaio do regime socialista, Metello fala apenas de uma realidade paralela, é impossível que se refira a Portugal. Hoje, no noticiário da TVI, o senhor assegurou, sem se desmanchar a rir, que o consumo não desceu e que o desiquilibrio nas contas públicas só se deve a um aumento das despesas sociais de apoio aos mais necessitados e ao inicio do investimento público!
Só mesmo no planeta Metello!

“A normalidade causou-me sempre um grande pavor, exactamente porque é
destruidora.”

Miguel Torga, Diário IV, 1948

Trevor Phillips


'The task today is not to shout for black people or women, but to break the grip of white men who went to public school. And that's why I'm here'

Trevor Phillips é um nome a reter. Vale a pena ler esta peça do The Guardian.

Real Politik


Será a primeira de muitas desilusões dos obamistas de contrafacção. Sempre tive noção e, escrevi repetidamente aqui no blogue, que Obama será presidente dos Estados Unidos e o mais empenhado defensor do interesse nacional americano. Foi a pensar nisto que o povo o elegeu e, será neste sentido que governará.
A visita de Hillary Clinton ao gigante chinês é a prova cabal do pragmatismo da era Obama. Em tempo de recessão, os objectivos estão claramente traçados e, na real politik, o Tibete pouco valerá face à possibilidade de encaixe de títulos do tesouro americano na China.
Será interessante ver a reacção de gente como Soares e Ana Gomes, que porventura terá esquecido que a China já ultrapassou o Japão na posse dos referidos títulos. Neste momento, em que a America procura uma saída rápida do atoleiro em que se encontra, os direitos humanos de terceiros terão de esperar.
Não quero com isto dizer que Obama virará as costas aos oprimidos do mundo, mas tem prioridades bem claras e só ajudará os que puder, sem prejuizo dos interesses americanos. Não será muito bonito, idílico ou grandioso, mas a política é isto mesmo. Quem nos dera ter em Portugal esta cultura pragmática e persistente de defesa do interesse nacional...

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Terror para Maiores de 4 Anos...

.... é o filme "Coraline", já nas salas de cinema com a classificação para "Maiores de 4 Anos".

Levei os meus filhos ao cinema, e arrependi-me de não termos escolhido o "Hotel para Cães".

Durante a exibição do "Coraline" a plateia de crianças, habitualmente tão ruidosas, estava silenciosamente presa do suspense e totalmente emudecida.... de medo!

Algo sbsolutamnete inesperado num filme de animação publicitado para crianças pequenas!

Quem fez esta classificação, e cá em Portugal quem a certificou para 4 anos, de certeza que nem viu o filme, como lhe competia. Foram na onda do "filme de animação". Preguiçosos e incompetentes é o que são!

Se pensa levar os seus filhos ao cinema no Carnaval, não confie cegamente na classificação do filme "Para Maiores de 4 anos" veja primeiro o trailer:

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Cartoons da Semana ...

Um anúncio bem feito

Publicidade mesmo bem feita: fez-me sorrir .......



...

There is no den in the wide world to hide a rogue. Commit a crime and the earth is made of glass. Commit a crime, and it seems as if a coat of snow fell on the ground, such as reveals in the woods the track of every partridge, and fox, and squirrel.

R.W. Emerson

Esta hora tem sete dias...

Humor afiado e uma corrente continua de inteligência entre entrevistadora e entrevistado. Brilhante!

If it be your will

sábado, 21 de fevereiro de 2009

O Leão mostra a sua raça!


Realy short stories

- Hombre, te puedo enviar un fax?
- Porsupuesto, pero sin tutearme, por favor! Vale Manolito?

Diz-me com quem andas...


O Sol dizia hoje que Sócrates teria convidado Chavez para o congresso do PS em Espinho. José Lello apareceu a desmentir, dizendo que o PS convidou o partido de Chavez, e que os convites se situaram no patamar instituicional. Foi uma coisa tipo o convite do PC às FARC para a festa do Avante, sem incluir terroristas! Para completar a pandilha, podiam ter convidado Berlusconi, sempre dava para Sócrates dizer que estava ao centro...
Seria o dia mais feliz da vida do presidente da junta, perdão, camara de Espinho, Zé Mota (já viram algum retrato do sr.????).

Como funciona realmente o mercado financeiro ....

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Engenharias...


Sendo considerado dos edifícios mais caros de Lisboa, sempre achei que José Sócrates tinha feito um optimo negócio ao comprar o seu andar por quarenta e tal mil contos. E fez mesmo! Sabe-se agora que na mesma altura houve gente menos astuta a comprar andares idênticos, no mesmo edifício, por setenta e tal mil contos. Não haja dúvida que o sobrinho do sr. Monteiro sabe negociar!

É de engenheiro!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Alguem, por favor, me esclareça!

Há um ataque cerrado á Igreja Católica por causa do casamento gay. Quererá isto dizer que as outras igrejas aceitam ou apoiam? O facto de muita da malta que reivindica o casamento gay usar com orgulho os seus kefyahs, quererá dizer que o grande islão permite o casamento gay?

Quem manda no MINISTÉRIO PÚBLICO?????


Lembram-se certamente desta "pequena maravilha da tecnologia portuguesa", apregoada aos sete ventos pelo caríssimo PM, inclusivamente em castelhano técnico (magajanes, será?), por ocasião da célebre cimeira?



E que dizer desta Instituição que, a propósito da "pequena maravilha" e da sua utilização AQUI E DESTA FORMA, decide actuar e agir, prontamente, rapidamente, eficazmente, eficientemente, PROIBINDO, CENSURANDO, COARCTANDO a LIBERDADE individual ou colectiva de, ao menos e em tempos de crise, a esquecer brincando e satirizando?

Por alma de quem? A mando de quem? Não terá o M.P. nada mais importante para fazer? Não haverá um qualquer processozito por aí para investigar e que mereça a máxima atenção ou prioridade? Não existirá todo um rol de outros processos parados, enrolados, atrasados, enlameados, chamuscados pela incúria e incompetência, que deveriam ser concluidos JÁ?

E não terão estes senhores e senhoras, já agora, um pequeno pingo de vergonha na cara?

Afinal, traem-se por tão pouco? Porque deixam caír a máscara tão facilmente?

Vale a pena ler este artigo do Mário Crespo


O horror do vazio
Mário Crespo
Jornal de Notícias, 2009.02.16

Depois de em Outubro ter morto o casamento gay no parlamento, José Sócrates, secretário-geral do Partido Socialista, assume-se como porta-estandarte de uma parada de costumes onde quer arregimentar todo o partido. Almeida Santos, o presidente do PS, coloca-se ao seu lado e propõe que se discuta ao mesmo tempo a eutanásia. Duas propostas que em comum têm a ausência de vida. A união desejada por Sócrates, por muitas voltas que se lhe dê, é biologicamente estéril. A eutanásia preconizada por Almeida Santos é uma proposta de morte. No meio das ideias dos mais altos responsáveis do Partido Socialista fica o vazio absoluto, fica "a morte do sentido de tudo" dos Niilistas de Nitezsche. A discussão entre uma unidade matrimonial que não contempla a continuidade da vida e uma prática de morte, é um enunciar de vários nadas descritos entre um casamento amputado da sua consequência natural e o fim opcional da vida legalmente encomendado. Sócrates e Santos não querem discutir meios de cuidar da vida (que era o que se impunha nesta crise). Propõem a ausência de vida num lado e processos de acabar com ela noutro. Assustador, este Mundo politicamente correcto, mas vazio de existência, que o presidente e o secretário-geral do Partido Socialista querem pôr à consideração de Portugal. Um sombrio universo em que se destrói a identidade específica do único mecanismo na sociedade organizada que protege a procriação, e se institui a legalidade da destruição da vida. O resultado das duas dinâmicas, um "casamento" nunca reprodutivo e o facilitismo da morte-na-hora, é o fim absoluto que começa por negar a possibilidade de existência e acaba recusando a continuação da existência. Que soturno pesadelo este com que Almeida Santos e José Sócrates sonham onde não se nasce e se legisla para morrer. Já escrevi nesta coluna que a ampliação do casamento às uniões homossexuais é um conceito que se vai anulando à medida que se discute porque cai nas suas incongruências e paradoxos. O casamento é o mais milenar dos institutos, concebido e defendido em todas as sociedades para ter os dois géneros da espécie em presença (até Francisco Louçã na sua bucólica metáfora congressional falou do "casal" de coelhinhos como a entidade capaz de se reproduzir). E saiu-lhe isso (contrariando a retórica partidária) porque é um facto insofismável que o casamento é o mecanismo continuador das sociedades e só pode ser encarado como tal com a presença dos dois géneros da espécie. Sem isso não faz sentido. Tudo o mais pode ser devidamente contratualizado para dar todos os garantismos necessários e justos a outros tipos de uniões que não podem ser um "casamento" porque não são o "acasalamento" tão apropriadamente descrito por Louçã. E claro que há ainda o gritante oportunismo político destas opções pelo "liberalismo moral" como lhe chamou Medina Carreira no seu Dever da Verdade. São, como ele disse, a escapatória tradicional quando se constata o "fracasso político-económico" do regime. O regime que Sócrates e Almeida Santos protagonizam chegou a essa fase. Discutem a morte e a ausência da vida por serem incapazes de cuidar dos vivos.

Eles vivem...


Os tempos de crise e recessão são propícios ao oportunismo e aos mais diversos golpes. Sócrates, enredado numa teia que o prende um pouco mais cada dia, sabe disto e, sem escrúpulos, lança a confusão e chama os abutres. O bando negro vem liderado por Almeida Santos; o tema, ainda mais negro que o bando, é a eutanásia.
Sempre disse que o casamento gay não visava a defesa da dignidade dos homossexuais, mas a marcação de mais um ponto na agenda jacobina de destruição da ordem social cristã. Sempre afirmei que a seguir viria a esutanásia. Infelizmente, acertei. Nunca pensei que fosse tão rápido, mas, quando chamados, os abutres não perdem tempo.
Esta noite, num debate da RTPN foi discutida a questão, que entretanto já se impôs na actualidade.
Estiveram presentes o Pe. Vasco Pinto de Magalhães, o Prof. Daniel Serrão, o Dr. Marcos Sá e a Prof. Laura Ferreira dos Santos. O Pe. Vasco e o Prof. Daniel Serrão não precisam de apresentação, o Dr. Marcos Sá é um jovem do PS, ex-quadro EPAL e actual deputado, especializado em marketing político, aquilo a que alguns chamam um perfeito boy, a Prof. Laura Ferreira dos Santos, uma perfeita desconhecida até agora, é uma professora universitária agarrada á tese que legitima toda uma vida, e a morte dos outros. Faltou o Dr. Rui Nunes que aposta aqui todas as suas ambições e projectos futuros.
Não vou entrar pelos argumentos, não diria nada que o Pe. Vasco e o Prof. Serrão não tenham dito, e bem. O que me fez escrever este post foi constatar mais uma vez a qualidade da gente que defende estas supostas causas. O jovem Sá e a Prof. Laura foram de uma agressividade, presunção e grosseria a toda a prova. Revivi os piores debates sobre o aborto. Relembrei os traços de caracter que esta gente mostra. Tive a noção, de novo, que esta é uma guerra sem regras, onde o exército de sempre joga tudo e assume que vale tudo. É uma gente andrajosa, mal ajambrada, de mal com a vida, azeda. E estão de volta, e em força.

Eles vivem...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O delicado equilibrio das palavras


A Figueira da Foz, com as suas tertúlias, começou a ser notícia regular pelas declarações que o clero tem feito no casino da cidade. Fatima Campos Ferreira e a edilidade devem estar já á procura do proximo tema delicado e do Bispo a convidar.
Depois de S.E.R. D. José Policarpo, foi a vez de D. José Saraiva Martins ser politicamente incorrecto e afrontar algumas correntes de opinião que tentam impor-se na sociedade portuguesa.
Admiro a frontalidade com que a Igreja tem abordado estas novas questões sociais. Se nos vinhamos habituando a posicionamentos mornos e taticistas, tenho de aplaudir a saída da Igreja para a praça onde se discutem as grandes questões, tomando posição, dando indicações claras aos seus seguidores. Posturas reticentes e calculistas como as que permitiram o aborto livre, tornaram-se insustentáveis e puseram em causa a utilidade e legitimidade da Igreja.
Quererá isto dizer que eu, católico, me revejo completamente nas palavras de D. José Sraiva Martins?
Não. Já escrevi aqui no blogue o que penso sobre o casamento gay. Vai, de resto, ao encontro da solução apontada pelo Pe. Manuel Morujão; uma solução que preserve a identidade do casamento e ao mesmo tempo confira dignidade á união de pessoas do mesmo sexo.
Se acho que o casamento deverá continuar a ser a figura que identifica a união entre uma mulher e um homem e, muito importante, a possibilidade de uma família com descendência, tal não me leva a atirar a homossexualidade para o campo da anormalidade.
A anormalidade é um conceito perigoso, que tem servido para coisas terríveis ao longo da história; por exemplo, a esquerda invoca-a para legitimar uma série de abortos.
O que é normal e o que é anormal?
O único conceito que consigo aceitar é o de anormalidade como algo anti-social, como o fundamento e a prática do mal. A homossexualidade não é nada disto, poderá não ser fecunda em termos de continuação da espécie, poderá ser diferente da orientação natural da maioria; porém, não dignifica ninguém tratá-la como uma anormalidade.
Manifestamente, o Sr. Bispo foi infeliz na escolha das palavras. A família precisa e merece ser defendida com todo o empenho e energia, para isso não é preciso atacar os homossexuais, são coisas diferentes, não necessáriamente antagónicas.
Apesar do mau uso das palavras na questão anterior, há um ponto fundamental em que D. José Saraiva Martins falou com absoluta razão e lucidez: a adopção de crianças por casais homossexuais. Aí é preciso não ter medo de fazer o discurso da defesa do interesse das crianças. Não há tratado de psicologia credível que não diga que o ideal para a criança é poder ser educada e criada com a figura maternal e paternal. As familias monoparentais existem e as crianças sobrevivem, crescem e poderão dar adultos realizados, mas são claramente um grupo mais delicado. Crianças institucionalizadas também se fazem adultos, muitos, felizmente, exemplares, mas todos sabemos ser uma solução precária e de último recurso. Eu até aceitaria a adopção por casais homossexuais, caso não sobrassem mais soluções; concerteza haveria cuidados e afectos, preferíveis a muitos abandonos. Mas, falamos da realidade, de enormes listas de espera para adopção compostas de casais heterossexuais, os que á partida podem gerar as melhores condições para o bom desenvolvimento da criança, portanto, não faz sentido admitir em igualdade de circunstâncias um regime que não protege tão completamente o interesse da criança. Se houver uma calamidade que deixe milhões de crianças sem abrigo, estude-se o assunto; no quadro actual, é absurdo.
Que nunca esqueçamos que a adopção é uma possibilidade que se exerce no interesse da criança, nunca poderá ser encarada como meio de satisfação de anseios emocionais dos adultos, sejam estes hetero ou homossexuais. O interesse da criança é ter uma familia com pai e mãe, com afectos, educação e apoio; o papel dos adultos é respeitar esta ordem de factores, participando directamente quando reunem condições, optando por outras formas de fecundidade quando não reunam condições para esta em particular.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Reacções...

Não tive oportunidade de conhecer o novo código laboral, para já só apreendi alguns dados dispersos. Por isso, não me aventurarei irresponsávelmente em considerações sobre o documento em si.
Contudo, sinto-me impelido a comentar as reacções ao documento.
Nos juristas reina a confusão, entre o optimismo e os que asseguram o caos e o entupimento dos tribunais por lacunas e falhas graves de regulamentação.
Na classe trabalhadora, reina a dúvida e a incerteza, mas o medo do desemprego na actual conjuntura tudo abafa.
Da parte dos sindicatos, para mim, nunca há sinais credíveis; infelizmente!
O que realmente mais me preocupou foi a reacção do patronato. A entrevista de Francisco Van Zeller no Jornal das Nove da Sic Notícias foi, no minimo, exótica. O entusiasmo mal disfarçado, a concordância quase total e o optimismo quanto à aplicação futura do documento, deixaram-me intrigado.
Quando um jornal económico de referência faz capa com o contentamento do patronato com o novo código, volto a ficar intrigado.
O PS sempre foi hábil em governar para os mais ricos, invocando os pobres. Sócrates, com infinita demagogia, anunciou a possibilidade de uma lei Robin Hood num futuro incerto, uma coisa a dar ares de "os ricos que paguem a crise"; até lá, os pobres suportarão a factura...

The Beatles


Quase 40 anos após o fim dos famous four, continua o interesse sobre os Beatles.
Fica aqui um site com os seus videos.

Politics

How can I, that girl standing there,
My attention fix
On Roman or on Russian
Or on Spanish politics?
Yet here's a travelled man that knows
What he talks about,
And there's a politician
That has read and thought,
And maybe what they say is true
Of war and war's alarms,
But O that I were young again
And held her in my arms!


W. B. Yeats

RADIO NOSTALGIA

Por alguma coisa lhe chamam The Boss!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A resposta


Fontes bem colocadas garantiram ao Enguia que Sócrates já terá respondido à carta de Obama. Soubemos que a missiva, sob a forma de e-mail, enviado a partir de um Magalhães, é simples e num tom de grande próximidade e informalidade: "Oh pá! Está porreiro pá!"
Missiva exactamente igual terá seguido para Hugo Chavez, como congratulação pela vitória no referendo que reforça a "democracia socialista venezolana".
Diz-se que Marcelo R. Sousa já terá dito que o facto de Sócrates ter escrito e-mails idênticos a Obama e a Chavez será uma vingançazinha pelo facto de ter recebido de Obama uma carta igual à de Cavaco. Cá se fazem, cá se pagam!

Eleição de Sócrates, o Grande Secretário-Geral

É dado como seguro que a esta hora Augusto Santos Silva já terá identificado os escassos militantes que não terão votado no Grande Secretário-Geral. Alegre teve direito a regime especial de liberdade de voto.

Parolices...

Títulos do Público:



A notícia da carta de Obama a Cavaco, no telejornal da Sic, foi quase deprimente, com Cavaco a terminar com um patusco "Yes, you can!". No final da notícia, o locutor informa que tinham informado do gabinete do primeiro-ministro que Obama também tinha escrito a Sócrates. Curiosamente, também tinha escrito á minha mulher uma carta de agradecimento por ter feito parte de uma rede de estrangeiros inscritos num site de apoio a Obama; acho que agora vamos emoldurar a carta!
Não duvido da consideração que Obama tenha por Portugal, um aliado de sempre, mesmo nos tempos mais difíceis. Mas, sejamos sinceros, a carta não é mais do que uma carta-tipo de agradecimento. Centenas iguais foram certamente enviadas.
Cavaco e Sócrates deslumbraram-se como quem se excita com o despertador sorteado nas promoções do Readers Digest, acharam que o despertador era só um e que por maravilhas da sorte lhes tinha saído só a eles. Aconteceu-me a mim, quando aos 8 anos convenci a minha avó a mandar vir os diccionários Koogan, Larousse & Selecções, juntamente com o fantástico despertador Timex, o prémio que traria à minha existência o fascínio dos bafejados pela sorte grande. Passados dias, descobri que toda a vizinhança tinha tido a mesma incrível sorte, e com alguma amargura, aprendi. Tinha na altura 8 anos e não estava à frente dos destinos da nação...

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Sábado de sol!

O sol de inverno, a expectativa da primavera que ainda tardará, deixa-me sempre bem disposto e com memórias musicais mais excêntricas. Nunca consegui desligar do Michel Fugain, nem do Joe Dassin, nem mesmo na fase mais intelectualoide da minha adolescência. Para além da música, digam lá que o fato do Fugain não é magnífico!

Finalmente, uma boa mensagem para este dia de São Valentim!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Campanha Negra

Hoje resolvi ver o Jornal Nacional da TVI.
Este foi o alinhamento das notícias.
Sócrates (quando era Ministro do Ambiente) com sobreiros, BPN, SLN, Catum, Alho e Fantasia, Pluripar.
Sócrates (quando era Secretário de Estado do Ambiente) e a central de compostagem da Cova da Beira, o amigo e professor Morais, HLC e Conegil.
Sócrates (quando era Engenheiro Técnico) e os projectos de grande recorte artístico na zona da Guarda.
E. claro, o caso Freeport.
São 20h29m.
Depois de anunciar que mais à frente se vai falar dos cartazes do Pinóquio, chegou finalmente a hora de falar da recessão.
Isto parece estar a ficar cada vez mais negro para aqueles lados.
Será que vamos ter a respostas a que todos temos direito?

A pique....

Fonte : MIB, Bloomberg


Evolução do PIB da Zona Euro desde 1995...

Much ado about nothing...


O "Tanto barulho por nada" de Shakespeare era divertido e o humor prevalecia sobre a conspiração e a intriga; bastante diferente do folhetim da vida de Maria José Morgado. Não há humor possível com o papel da procuradora. Hoje, e mais uma vez, depois de mil intrigas e outras tantas conspirações a montanha pariu um rato. Depois de tanto barulho, a procuradora conseguiu nada. Teve boa imprensa, não a preocupou a violação permanente do segredo de justiça, denegriu, acusou, pré-condenou.
Não conheço os processos, não posso nem quero avaliar, mas prefiro que sejam todos inocentes enlameados pela acusadora, que culpados libertos pela sua incompetência. As acções medem-se pela eficácia e pelos resultados; as da Dra. Morgado desembocam frequentemente nisto: Muito barulho por nada!

Intervenção

Porque será que vejo com cada vez menos distância estas coisas do Brasil? Gostei sempre da capacidade de indignação, da negação da morna complacência. Quando numa mesma peça se juntam as palavras poderosas da Eliza Lucinda, a voz avassaladora da Ana Carolina e a música inspirada do Tom Zé, só podemos parar, apreciar e chorar por mais.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Coisas inspiradoras do génio de Irará. Salve Tom Zé!

Parabéns Darwin !



Quando Darwin divulgou a teoria da evolução das espécies levantou ao cristianismo alguns desafios: o evolucionismo pôs em causa a interpretação literal do Livro do Génesis, a descendência de toda a humanidade a partir de Adão e Eva, do paraíso terrestre, da criação dos primeiros seres humanos em estado de graça e de imortalidade, do pecado original, da causa do sofrimento e da morte, da aparição dos primeiros seres humanos no processo evolutivo, etc.
Hoje, é assumido por cientistas e teólogos que a teoria da evolução das espécies é fundamentada e não constitui uma ameaça para as crenças religiosas.
Ao questionar fundadamente o relato bíblico e certos aspectos tradicionais das religiões, Darwin e a teoria da evolução das espécies contribuiram também para o esclarecimento do que é fundamental na fé e na ciência, no dogma e no campo científico, e do que neles é acessório ou errado.
Darwin marcou uma nova era no diálogo entre a fé a ciência.

Tudo bons rapazes.....

O procurador-geral de Nova Iorque, Andrew Cuomo, acusou os directores do banco de investimento Merril Lynch, intervencionado pelo Estado para evitar a falência, de terem repartido em segredo 3,6 mil milhões de dólares, enquanto o banco beneficiava das ajudas públicas.
Andrew Cuomo qualifica esta atitude como uma ”surpreendente irresponsabilidade corporativa”.

Irresponsabilidade corporativa ??
E que tal roubo corporativo?

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O.O.P.


Escrevi aqui no blog que o segredo de Obama era ser um outstanding ordinary guy. Não me sentindo minimamente interessado ou motivado por qualquer V.I.P., tenho um interesse enorme, fascínio mesmo, por outstanding ordinary people.
Vem isto a propósito desta reportagem, a história da Tia Preta.
Num mundo virado para dentro ou às avessas, numa altura em que os sinais de esperança são um luxo, esta Senhora lembra-nos do que é verdadeiramente importante, do que é a riqueza de uma vida com significado. A Tia Preta vive num bairro em Chelas e o seu T2 funciona como open house para meninos que aí encontram educação, afecto, alegria e pertença. Comem lá, dormem lá, aderem voluntáriamente às regras da casa da Tia Preta, regras que os farão adultos mais bem preparados que outros meninos sem eira nem beira. A Tia Preta brinca, salta, educa e ama. A Tia Preta tem uma figura que mistura a fragilidade do movimento a uma transcendente força interior; deve ser esse o segredo da sua elegância. Tem o porte aristocrático da verdadeira nobreza, a do ser.
A Tia Preta faz quimioterapia duas vezes por mês, padece de cancro da mama, e perguntamo-nos rápidamente onde estaria Deus no momento deste aparente infortúnio. A Tia Preta explica, diz-nos da dureza dos tratamentos e do conforto da companhia dos seus meninos, diz-nos da importância que a doença tem tido ao permitir ensina-los a lidar com as dificuldades e limitações da vida.
A acabar a reportagem, diz-nos da sua pena de não ter constituido família, nem ter sido mãe; eu, apanhado ainda pela emoção e fascínio, não consigo imaginar uma família mais bonita, nem uma vida mais fecunda.

Vereador?

Citando o blog O Cantinho do Café, este outro blog é da autoria de um conhecido vereador da Câmara de Aveiro.
Das duas, uma:
Ou já houve eleições e ninguém deu conta ou então o Presidente da Concelhia do PS avança como candidato a Presidente da Câmara e perde as eleições.

Ainda sem solução á vista .....

Os ministros das Finanças da União Europeia não têm dúvidas quanto á essencialidade da coordenação entre os Estados Membros sobre a forma de lidar com os activos tóxicos dos balanços dos Bancos.
Há consenso, pois, mas só no diagnóstico do problema. O “como resolver?” está ainda totalmente aberto e é objecto de discordâncias profundas.

Os responsáveis das Finanças dos 27 já admitiram que será muito difícil encontrar uma solução comum consensual, porque a profundidade dos problemas enfrentados pela banca é muito díspar na Europa.
A criação de um único bad bank europeu, à semelhança do que está a ser estudado nos Estados Unidos, está a dividir os lideres europeus. E, antes disso, ainda seria indispensável acordar e definir quais os activos que devem ser classificados como tóxicos, e quais os critérios para a respectiva avaliação, matéria que está longe de colher unanimidade.
As outras soluções que os especialistas apontam para a crise da banca – nacionalização da banca e conversão imperativa de dívida em capital social – não estão, para já, em cima da mesa. E ainda bem.

Hoje, o Governador do Banco de Inglaterra, Mervyn King, veio afirmar que o Reino Unido está numa recessão profunda, o que exigirá do Banco Central a injecção de capital na economia, através da compra de activos. King disse ainda que o Banco Central irá recorrer a novas ferramentas antes de reduzir as taxas para perto de zero, porque a eficácia de cortes adicionais de taxa de juro será mais reduzida do que a conseguida até o momento actual.
Seja como for, será um processo longo e árduo. Os receios de novos colapsos, as necessidades de re-capitalização dos bancos e as restrições na concessão do crédito bancário estão para durar.
Em suma: uma crise financeira generalizada ainda sem solução á vista, e em que as medidas implementadas até ao momento não surtiram os efeitos planeados.

Basta!

Não conheço, a esmagadora maioria não conhece, as particularidades e especificidade do caso Eluana. Recuso-me a divagar irresponsávelmente sobre este caso, porque sei o perigo que é partirmos de uma situação concreta para pensamentos generalistas e mais abrangentes.
Eluana era uma pessoa e a sua circunstância, hoje é uma bandeira da turba que clama a morte a pedido. Não nos enganemos, não é Sacco e Vanzetti em luta consciente por direitos controversos em que acreditavam, não é Malcom X a apelar à revolta premeditada. Eluana é uma vítima involuntária de um aproveitamento mediático e político.
Ouvi hoje na TSF uma professora da universidade do Minho a fazer a manipulação desavergonhada de Eluana para a defesa da eutanásia. Foi no forum, onde todas as intervenções são limitadas no tempo a 2, 3 minutos no máximo; a dita professora falou sem cortes nem controlo durante pelo menos 20 minutos, falseou, manietou, deturpou, enganou com reserva mental! Não se lhe seguiu qualquer tipo de contraditório. É a imprensa que temos.
Volto a alertar, e não sou alarmista da cabala, o processo está em marcha e o poder sombra da maçonaria jacobina, aliada às forças fracturantes ressabiadas do fracasso histórico das ditaduras que sonharam, só descansarão com a total e absoluta destruição do modelo cristão que tem enformado a sociedade em que vivemos. Foi o aborto livre, o anúncio formal do casamento gay e agora o lançamento da mega-campanha pró-eutanásia.
Caberá a cada um defender aquilo em que acredita, não são admissíveis mais lamentos tardios.

Blasfémia

Não me choca nada que, em tempos de excepção, os que mais ganham e possuem sejam sujeitos a medidas contributivas extraordinárias para redistribuição pelos que se encontram na base da pirâmide. Independentemente da justiça de tais medidas, patrocinariam um bem maior que seria a luta contra a miséria, e a sustentabilidade de alguma coesão social. Em tese, esta inspiração sherwoodiana seria aceitável.
Mas, na realidade, o que se passa?
É simples. Sócrates a fazer mais demagogia do que o aceitável na Itália ou na América Latina. Nenhum critério sério para garantir a execução equitativa de tal plano. Zero garantias de redistribuição justa da riqueza angariada. Como todos sabemos, diluir-se-ia na máquina estatal, daria pretexto para mais boys, dificilmente chegariam umas migalhas a quem mais precisa. O socialismo é assim mesmo.
Sócrates acaba com o melhor sonho, mina a mais bem intencionada inspiração.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Fórmula 1


Para apreciadores, e não só, uma explicação das novas regras da Fórmula 1 para 2009.

Adrenalina

Um iate da BMW Oracle Racing corta uma vaga agreste durante uma regata da Louis Vuitton Pacific Series na Nova Zelândia.

Na blogosfera...


A blogosfera lusa anda em grande excitação. No "Jugular" de Fernanda Câncio e amigos, bate-se, pontapeia-se e torna-se a bater em Mário Crespo. Ah! E também se maldiz Mário Crespo! Zola e Dreyfus estão mortos e não se podem indignar, nem defender.
Num registo diametralmente diferente, esteve optimo o "31" a fazer a cobertura daquela coisa do Bloco que parece que aconteceu no fim de semana passado. Cometeram o pecado de transformar aquilo numa coisa com algum tipo de interesse, mas o registo foi magnifico!
Outra corrente de alta tensão na blogosfera é a biografia de Salazar. Parece que a Sic continua a fazer das suas. Confesso que não resisti a mais de dois minutos, em que um um jovem empoado e horrivelmente mal maquilhado, olhava uma garbosa senhorita num banco traseiro de um carro de época. As mãos de Salazar estavam à vista, nada de impróprio, portanto. Confirmo rápidamente que só os ingleses sabem fazer coisas de época e sigo para outro canal; segunda é dia de Boston Legal e de House.
Se algum dos colegas estiver a seguir a série, por favor deixe aqui um post para ficarmos a par com a moda.
O Salazar de que me lembro era bem diferente de um jovem vitima de uma explosão acidental de um silo de farinha. Branca de Neve, ou Amparo?

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O meu desejo ....

ás 2ª feiras .....

.......e não só.

Grito

É a última crónica de Mário Crespo no JN, que tomo a liberdade de transcrever ipsis verbis. É um grito marcante, uma forma, independentemente da nossa concordância, corajosa de enfrentar o actual estado de coisas. Sem papas na língua, isto sim, um verdadeiro "j'accuse" em que os Dreyfus somos nós...
"Está bem... façamos de conta
00h30m
Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo.
Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos."

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Acho notáveis...



.... o perfil e o percurso do banqueiro Ricardo Salgado.
Acho mesmo.


Esta semana em entrevista á RTP, Ricardo Salgado revelou que um conjunto de bancos internacionais já tomou firme parte do aumento de capital do BES, no montante referente à parcela que não está coberta pelos accionistas de referência, ou seja, cerca de 50%.


Quanto aos spreads cobrados às empresas - segmento que representa 65% da carteira de empréstimos do banco - Ricardo Salgado afirmou que a concessão de crédito continuará a ter em conta a capacidade de pagamento das empresas de forma a que os defaults não aumentem de forma exponencial e que os spreads reflictam a maior dificuldade de captação e encarecimento dos recursos.

Um discurso realista e sensato.
E adequado, também, sabendo que durante o ano de 2008, o BES aumentou os spreads de crédito, em média, em cerca de 0,50% (50bp). Não é exagerado.

Ricardo Salgado é um banqueiro, comporta-se comme il faut: uma postura discreta, séria, até cinzenta ás vezes, mas com um percurso longo e bem sucedido que fala por si.
Não é um mercenário. E nota-se a diferença inter pares no sector bancário.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Cheira-me


que o fim-de-semana da blogosfera aveirense vai ser animado!

God Save the Queen


Parece que amanhã vai nevar, uma boa desculpa para mais tempo à volta de um Turner. Frio a pedir uma iguaria spicy no Patara ao jantar, e sol de inverno no Sábado para um pouco de bargain hunting em Portobello. Outras extravagâncias a ponderar, que o tempo é de crise, mas a libra está de gastar e chorar por mais... Ladies and gentlemen, see you next Sunday evening!

Finalmente, alguem disse

"É uma crise gravíssima, quase como um abalo de terra, que está a gerar uma angústia profunda, porque não sabemos o que havemos de fazer mais", disse Basilio Horta. Mais, Basilio advoga que "a crise é tão grave que é quase uma emergência", sendo necessário uma "solidariedade nacional" e um "consenso nacional" para a enfrentar, deixando de lado as diferenças partidárias.
Quem vive o seu dia a dia nas empresas, já tinha chegado a esta conclusão. A situação real está longe do ilusionismo de Sócrates e da impertinência de Ferreira Leite, a realidade exige muito mais; acima de tudo, responsabilidade e sentido de estado. Já o pedi, com sugestão idêntica em post recente... Ninguém o tem demonstrado, é esta a grande angústia.
Finalmente, Basilio Horta disse o que precisava de ser dito e ninguém tinha tido coragem de dizer, perdão, Luis Nobre Guedes também o disse deixando muita gente incomodada com a ideia.
Vencerá a política ou a partidarite?

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Santíssima Trindade


Será que este conselho não poderia ter sido dado num pacato almoço familiar de domingo?
Veremos se o mesmo vai ser seguido ou não.
Descodificando, este cavalheiro é pai de um outro Trindade, por mera casualidade, actual Secretário de Estado do Turismo.

Espelho meu



Qual será a razão pela qual, agora que o Sr. Eng. Pinto de Sousa está no poder, faz exactamente o mesmo (ou mesmo pior), que aquilo que tanto o aborrecia nesta altura?
E reparem no aspecto cândido do deputado de óculos que se encontra à direita do Sr. Eng.
Estes
são os mistérios insondáveis da política.

Mais vale tarde ...

Afinal, os limites impostos pela Administração Obama ao rendimento dos executivos de topo de empresas beneficiadas pela ajuda estatal só serão aplicáveis às empresas que necessitem de ajuda excepcional no futuro.
Portanto, as empresas que estão actualmente a beneficiar desta ajuda não ficam sujeitas a esta restrição, a não ser que necessitem de apoio adicional. Ou seja, o tecto salarial não será retroactivo, não se aplicando aos dirigentes das empresas já auxiliadas (Bank of America, Citigroup, General Motors) excepto se estas voltarem a pedir dinheiro.

É sinal de que as ajudas recebidas já voaram para os bolsos dos executivos .....

Não terá sido o primeiro a fazê-lo, mas a verdade é que o actual Presidente da República, Cavaco Silva, foi áspero na sua mensagem de Ano Novo de 2008 em relação aos salários e outros rendimentos dos gestores, afirmando que entre nós os altos dirigentes das empresas têm, muitas vezes, rendimentos injustificados e desproporcionados face aos salários médios dos seus trabalhadores. Na mesma altura, a chefe do Governo alemão, Angela Merkel, tinha efectuado uma alocução ao país em sentido idêntico. O Presidente da Republica havia de voltar ao assunto por mais de uma vez, reclamando mais sensibilidade das empresas para a responsabilidade social e mais solidariedade, mas a verdade é que o tema, bem como o das desigualdades sociais para que alertou na altura, saiu do fórum político....
Será tempo de o re-introduzir na agenda política portuguesa, e seguir o exemplo americano impondo que ás empresas portuguesas que recebam ajuda estatal, limites pecuniários para as remunerações dos gestores, e distribuição de dividendos a accionistas.

Les Chtis


Os Chtis, gente do norte de França, eram gozados pelo resto dos gauleses como parolos anedóticos. Depois, veio a suprema humilhação com o blockbuster Bienvenue chez les chtis, exercício bem conseguido, com muito bom humor, às custas dos traços particulares desta gente.
As últimas notícias em França dão conta de uma febre de dança Jump entre os chtis; vai daí, transformaram-nos de saloios infensivos em perigosos neo-nazis. Alguns até usam Fred Perry... Bienvenue chez les chtis????

Divindades malditas


Amani, 9 anos, sentado no recreio da escola primária para cegos Mitindo, na Tanzania. Amani veio para aqui depois do assassinio-mutilação da sua irmã de 5 anos, Mariam Emmanuel. Mariam, também albina, foi a mais jovem numa série de crimes que vitimaram 43 albinos no curso de um ano, sem contar com os albinos recém-nascidos, mortos pelos próprios pais. Os locais explicam que os feiticeiros da área precisam de orgãos e de ossos de crianças albinas para oferenda a divindades que em troca indicam os melhores locais para a prospecção de diamantes; outras divindades prescrevem o uso de cabeo albino entrançado nos fios das redes de pesca, prometendo farta colheita aos pescadores do Lago Victoria.