quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Mais vale tarde ...

Afinal, os limites impostos pela Administração Obama ao rendimento dos executivos de topo de empresas beneficiadas pela ajuda estatal só serão aplicáveis às empresas que necessitem de ajuda excepcional no futuro.
Portanto, as empresas que estão actualmente a beneficiar desta ajuda não ficam sujeitas a esta restrição, a não ser que necessitem de apoio adicional. Ou seja, o tecto salarial não será retroactivo, não se aplicando aos dirigentes das empresas já auxiliadas (Bank of America, Citigroup, General Motors) excepto se estas voltarem a pedir dinheiro.

É sinal de que as ajudas recebidas já voaram para os bolsos dos executivos .....

Não terá sido o primeiro a fazê-lo, mas a verdade é que o actual Presidente da República, Cavaco Silva, foi áspero na sua mensagem de Ano Novo de 2008 em relação aos salários e outros rendimentos dos gestores, afirmando que entre nós os altos dirigentes das empresas têm, muitas vezes, rendimentos injustificados e desproporcionados face aos salários médios dos seus trabalhadores. Na mesma altura, a chefe do Governo alemão, Angela Merkel, tinha efectuado uma alocução ao país em sentido idêntico. O Presidente da Republica havia de voltar ao assunto por mais de uma vez, reclamando mais sensibilidade das empresas para a responsabilidade social e mais solidariedade, mas a verdade é que o tema, bem como o das desigualdades sociais para que alertou na altura, saiu do fórum político....
Será tempo de o re-introduzir na agenda política portuguesa, e seguir o exemplo americano impondo que ás empresas portuguesas que recebam ajuda estatal, limites pecuniários para as remunerações dos gestores, e distribuição de dividendos a accionistas.

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