quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Nadando

Desta não soube o Manuel Pinho.
Também não teria ficado mal tirar um fotografia com a menina para a promoção externa das nossas águas.
Azar, ficou só com o Phelps.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Nobre decisão

Ainda ontem anunciou a sua candidatura à Presidência e já começou a decretar!
Se Fernando Nobre não fosse candidato a decisão seria a mesma?
E, já que é candidato a PR não seria altura de deixar a AMI, para que não se corra o risco de confundir a organização com o candidato?

Procura-se!


As últimas informações datam de Setembro de 2009. Parece-me demasiado tempo de silêncio.

Mente descaradamente

Pinto Monteiro, o procurador-geral da República disse que não podia divulgar os despachos de arquivamento porque estes continham trechos e transcrições das escutas, o que agora se demonstrou se rotundamente falso.

Além disso, escondeu, durante três dias, a informação de que tinha arquivado o caso das escutas que envolvem o primeiro-ministro.

Conclusão:
O poder judicial e o poder político estão promiscuamente conluiados num jogo mutuo de protecção de interesses e de manipulação da comunicação social e da opinião publica.

Promoção para a incompetência

É a promoção para a incompetência: Vítor Constâncio vai para o BCE, depois dos casos BCP, BPN e BPP

Haja alguém que não vai com a carneirada:

Contra a corrente, o social-democrata Nuno Morais Sarmento afirmou "não bater palmas" à nomeação de Vítor Constâncio para a vice-presidência do BCE. No seu entender, esta escolha obedeceu a "acertos políticos" e não ao seu desempenho como governador do BdP, que classifica "como uma nódoa na história" daquela instituição, recordando "as situações do BCP, do BPN, do BPP".

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Ele é como os outros

Ficámos ontem a saber que o Eng. Pinto de Sousa é como os restantes 4310078 de homens portugueses com mais de 15 anos. Quando está com os amigos não fala de política, não fala de negócios. Provavelmente bebem umas cervejolas e falam de futebol e mulheres!
E que também ninguém o trata por chefe! Claro, o respeitinho é muito lindo. Verdade seja que também não li em lado nenhum que alguém o tratasse dessa maneira, mas sim que alegadamente se referiam a ele como o chefe. Ele não deve ter percebido muito bem a diferença.
Já agora, o dado da população masculina foi recolhida num novo site, fantástico, que permite o acesso fácil a inúmeras estatísticas, o pordata, Base de Dados Portugal Contemporâneo.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Auf wiedersehen

Dificilmente poderiamos ser mais diferentes. Eu de direita, ele de esquerda; eu católico praticante, ele sem Deus nem transcendência; eu pró-vida, ele liberal; eu com 41, ele com 63; eu casado militante, ele solteirão inveterado; eu falador compulsivo, ele calado e reservado.
Partilhamos o mesmo escritório oito horas por dia, durante dezassete anos. De manhã cumprimentavamo-nos invariavelmente em japonês ou em chinês, encerravamos o dia com um sonoro e bem disposto auf wiedersehen.
Pelo meio discutiamos projectos, trocavamos ideias, discordavamos abundantemente e respeitavamo-nos sempre, sem excepção.
Lentamente ficamos amigos. Lentamente, aprendi a apreciar o seu espirito delicado, a admirar a sua inquebrantável verticalidade, a compreender a sua rebelde independência.
Compreendia a amizade que me tinha quando, aqui e ali, se permitia partilhar o orgulho embevecido que sentia com os sucessos do sobrinho, a admiração com que seguia discreto a vida da irmã. Não lhe era fácil esta partilha, mas confiava em mim a esse ponto.
Quando me trazia um livro ou um disco, deixava-o silenciosa e discretamente na minha secretária. Quando eu lhe agradecia, murmurava: pensei que pudesse interessar-lhe...
Era o meu amigo Rui. Partiu hoje, discreto como só ele, com a voz sumida, mas com o espirito indomável, como sempre.
A esta hora acredito que o meu Deus esteja impaciente, confuso, quase a duvidar da sua própria existência, é que o Rui não é para brincadeiras, nem cederá. O Rui recusar-se-á a aceitar, mas estará no sitio dos rectos, dos dignos e dos justos; de lá, olhará pelas suas ovelhas e seguirá a vida dos que sem saberem lhe importam muito.
Vai fazer-me falta.
Como nos bons tempos,
Sayonara Sacramento San!

Elegia


Morreu... um Homem... Não era meu amigo, nem familiar, mas conhecia-o. Conheci -o durante 17 anos e agora...desapareceu.

Morreu...este Homem... Orgulhosamente só, tal como viveu. Não foi a morte que me deixou triste, foi a solidão...

A este Homem dedico este poema:


Não. Não podeis levar tudo.
Depois do corpo,
E da alma,
E do nome,
E da terra da própria sepultura,
Fica a memória de uma criatura
Que viveu,
E sofreu,
E cantou,
E nunca se dobrou
À dura tirania que o venceu.


Fica dentro de vós a consciência
De que ali onde o mundo é mais vazio
Havia um homem.
E sabeis que se comem
Os frutos acres da recordação…

Fantasmas invisíveis que atormentam
O sono leve dos que se alimentam
Da liberdade de qualquer irmão.


in Miguel Torga, Poesia Completa, Publicações Dom Quixote

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Isso era enterrar-se definitivamente!!

José Sócrates só tem uma hipótese para desfazer todo este imbróglio: falar (uma vez mais) com o seu amigo Armando Vara e divulgar, na íntegra e na totalidade, as conversas e mensagens interceptadas no caso ´Face Oculta´." , diz Mário Ramires, no Sol!
Pois, isso é precisamente o que Sócrates não pode fazer...... sob pena de enterrar definitivamente!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Nobre é fixe!


Nobre é fixe! será um bom slogan.
Os soaristas conseguiram estragar a eleição a Alegre.
Apesar de detestar Mário Soares, reconheço-lhe um poder e uma virilidade política notáveis para a idade. É um homem de ódios duradouros e vinganças implacáveis. Aqui está mais uma a embaraçar o PS e a matar Alegre antes de arrancar. Eficaz, sem dúvida.
Cavaco agradece as migalhas.

Caim


Pela primeira vez consegui ler um livro de José Saramago até ao fim. Certamente que o defeito deve ser meu em não o ter conseguido fazer antes.
Outro defeito será certamente não compreender onde está o génio de Saramago que o leva a ser tão reconhecido.
No caso concreto deste livro e fazendo a analogia com o que se passa na música, Caim não passa de um cover, ou seja de uma versão pessoal de histórias já conhecidas.
Mas, se calhar, não se pode exigir mais a Saramago. Acabou-se a criatividade e agora é mais Ctrl+C, Ctrl+V.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Triste leão - II

Escrevi isto em Agosto.
O Caicedo transformou-se em sai cedo.
O treinador já não é o mesmo.
Até o presidente mudou.
Só os resultados são iguais.

Pontes para o futuro


A propósito do concurso promovido pela Câmara Municipal de Aveiro para a construção de uma nova ponte sobre o Canal Central, muito se tem escrito e discutido.
As opiniões variam e, como é natural, há arquitectos que gostam da ideia e outros que não, o mesmo se passando com planeadores, políticos, jornalistas e comuns cidadãos, tendo como traço comum a vivência que fazem de e em Aveiro. Tendo nascido na década de 60 do século passado, sou do tempo em que Aveiro tinha a ligar as margens dos diversos canais apenas 5 pontes: a ponte de pau (ainda do tempo em que era mesmo em madeira), a Ponte-Praça (ou as pontes, como também a conhecemos), a ponte da Dobadoura, a ponte de S. João e a ponte de Carcavelos.
Nos últimos 30 anos, Aveiro passou a ter, para além das pontes acima referidas, 7 pontes pedonais sobre o Canal Central, no troço entre a Ponte-Praça e o Cais da Fonte Nova, 1 ponte pedonal a ligar o Cais do Paraíso ao Cais dos Moliceiros, 1 ponte pedonal sobre o Canal de S. Roque, 1 ponte rodoviária também sobre este Canal, 1 ponte rodoviária na Rua da Condessa Mumadona e, por último, a nova ponte sobre o Canal das Pirâmides.
Passámos assim a ter, dentro da cidade, 17 pontes.
Pretende agora a Câmara Municipal construir uma nova ponte pedonal. E nasce uma discussão tremenda sobre um assunto que, na minha opinião é pacífico e resulta de uma decisão legítima de quem foi escolhido pelos Aveirenses para exercer o poder.
Se a ponte é necessária ou não, se é feia ou bonita, se deve ser naquele sítio ou noutro, se há ou não há dinheiro para a construir, enfim, há sempre razões para que as pessoas se manifestem e tentem fazer vingar as suas ideias, mas sempre esquecendo que o acesso ao poder se faz através de eleições livres, democráticas e, no caso das autárquicas, sem ser necessário o vínculo a partidos políticos.
O grande problema é pois a ausência dos Aveirenses nos actos em que podem influenciar o futuro da nossa terra, preferindo depois ficar com uma postura de “treinador de bancada”, falando de tudo, normalmente de uma forma crítica, pois é muito mais fácil falar do que decidir.
Acredito que, da parte da Câmara Municipal, também poderia ser dada uma maior atenção aos prazos de consulta pública para situações que, como a construção da ponte, possam vir a ser uma marca relevante no futuro de Aveiro. Mas também já passei pela experiência de que, mesmo com consultas públicas com os prazos e as publicações legais, o interesse dos Aveirenses é nulo, preferindo a comodidade de posteriormente virem reclamar com as decisões tomadas.
Quanto à nova ponte, julgo que é inquestionável a necessidade de uma ligação entre o Rossio e o Alboi. Sem ter conhecimentos técnicos para discutir a sua localização, também não é difícil reconhecer que ou se constrói no lugar projectado, ou então no zona do antigo edifício da EPA. Só que, nesta zona, como o canal é aparentemente mais estreito, a ponte teria de ter uma pendente mais íngreme, dificultando a sua transposição sobretudo a idosos e pessoas com uma mobilidade mais reduzida. E julgo que todos estamos de acordo que de pontes com pendentes radicais já Aveiro teve a sua dose mais que suficiente nos últimos anos.
Parece-me pois que não restam alternativas para a localização da nova ponte.
Vai mudar a imagem que todos temos do Canal Central? Sem dúvida. Mas é de mudanças que se faz a evolução das cidades e Aveiro tem de evoluir.
E se a opção for pela estagnação então talvez seja melhor construir uma réplica da Torre de Belém no Rossio, para que os nossos “Velhos do Restelo” tenham um local digno para manterem as suas discussões.

Jornalismo supersónico

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Seguindo as notícias do jornal A Bola no Google Reader, ficámos a saber que o Leixões, em 30 minutos, teve 2 treinadores diferentes para substituir José Mota.

Calimero


Depois de ver as notícias da RTP1, lembrei-me deste personagem.
"It's an injustice!"
E quase que ficava com uma lágrima no canto do olho.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Ana Gomes

Reconheço que é uma personagem pela qual não nutro simpatia.
Mas também reconheço que, dentro do PS, é alguém que diz aquilo que lhe parece correcto, na altura em que entende que o deve fazer, mesmo que mais ninguém no seu partido o faça.
Como o fez agora, a propósito da divulgação das escutas.

Já somos todos espanhóis?


Há alguns dias, publiquei aqui uma reflexão sobre a candidatura ibérica ao Mundial 2018.
Passaram alguns dias, acontece a operação da GNR em Óbidos com a descoberta do chamado "santuário" da ETA, e quem aparece a fazer declarações, ainda por cima com dados diferentes dos que tinham sido informados pela GNR?
Apenas e só o ministro espanhol dos assuntos interiores, Alfredo Pérez Rubalcaba. O seu homólogo português, Rui Pereira, desapareceu, nada disse sobre o assunto e apenas os responsáveis das forças policiais deram alguma informação.
O assunto ETA naturalmente que interessa sobretudo ao Estado Espanhol mas, tendo a operação decorrido em Portugal, parece-me que alguém com responsabilidades em Portugal deveria ter tido um papel mais activo na divulgação de informação aos Portugueses.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O que os outros dizem de Aveiro

É sempre interessante ler as opiniões que quem visita Aveiro tem sobre a nossa cidade. Como esta, por exemplo, de uma visitante da cidade irmã de Pelotas.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Mário Crespo silenciado. Já tardava...

Este é artigo de Mário Crespo que não foi publicado. Divulgo aqui na esperança de que um destes dias o próprio Sócrates terá para si a "solução" que procura para os outros....


O Fim da Linha

Mário Crespo

Terça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento.

O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa.

Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil ("um louco") a necessitar de ("ir para o manicómio"). Fui descrito como "um profissional impreparado". Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal.

Definiram-me como "um problema" que teria que ter "solução". Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o.

Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): "(...) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (...)". É banal um jornalista cair no desagrado do poder. Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos.

Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade. Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados.

Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser "um problema" que exige "solução". Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre.

Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos "problemas" nos media como tinha em 2009.

O "problema" Manuela Moura Guedes desapareceu.

O problema José Eduardo Moniz foi "solucionado".

O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser "um problema".

Foi-se o "problema" que era o Director do Público.

Agora, que o "problema" Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais "um problema que tem que ser solucionado". Eu.

Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.