Morreu... um Homem... Não era meu amigo, nem familiar, mas conhecia-o. Conheci -o durante 17 anos e agora...desapareceu.
Morreu...este Homem... Orgulhosamente só, tal como viveu. Não foi a morte que me deixou triste, foi a solidão...
A este Homem dedico este poema:
Não. Não podeis levar tudo.
Depois do corpo,
E da alma,
E do nome,
E da terra da própria sepultura,
Fica a memória de uma criatura
Que viveu,
E sofreu,
E cantou,
E nunca se dobrou
À dura tirania que o venceu.
Fica dentro de vós a consciência
De que ali onde o mundo é mais vazio
Havia um homem.
E sabeis que se comem
Os frutos acres da recordação…
Fantasmas invisíveis que atormentam
O sono leve dos que se alimentam
Da liberdade de qualquer irmão.
in Miguel Torga, Poesia Completa, Publicações Dom Quixote
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