Todos os meios políticos europeus e a comunicação social foi invadida, de forma avassaladora, por uma repentina preocupação relativamente à escassez de bens alimentares e subida dos preços dos cereais. Confesso que estou um pouco baralhada e até atónita! Só agora é que repararam? Sobre esta situação: as suas causas, as consequências económicas e humanitárias, já falei num post anterior.
Percebo muito pouco de agricultura, embora, em tempos, tenha sonhado em ser agrónoma. É o meu lado bucólico. Como a vida dá muitas voltas, acabei numa função mais "pastoral", o que se pensarmos bem, tem tudo a ver com "pastoreio". Bem, voltando ao problema, já na altura da entrada de Portugal para a União Europeia e, com o advento da chamada “politica agrícola comum”, lentamente a nossa incipiente agricultura foi desaparecendo. Até compreendo que uma agricultura baseada no minifúndio dificilmente subsistiria numa Europa competitiva mas, não se deveria ter investido mais na modernização agrícola em vez de dar subsídios para fazer “abates”, reduzir a produção por causa das “quotas” e, entretanto, deixar os terrenos abandonados, provocando a desertificação de largas zonas do país? Agora, depois do mal feito, um grupo de iluminados, talvez os mesmos que tiveram as "brilhantes ideias" anteriormente enunciadas, vêm dizer que é preciso investir mais na agricultura e produzir mais para fazer face à escassez mundial de alimentos. Eu, da pequenez da minha ignorância, sempre achei que um país deveria ter uma agricultura moderna e produtiva para não depender das importações de bens alimentares. O nosso país tem uma diversidade geográfica que permite a produção de inúmeros bens alimentares essenciais. Porquê desperdiçar essa riqueza?
E, como diz o velho ditado: "Casa em que não há pão, todos ralham e ninguém tem razão".
E, como diz o velho ditado: "Casa em que não há pão, todos ralham e ninguém tem razão".
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