A propósito da distinção que o cirurgião Eduardo Barroso foi alvo em Pequim, vi, num canal de televisão que não posso precisar, os lamentos do médico quanto às exigências a que os profissionais da sua equipa estão obrigados, nomeadamente em fazer as famosas urgências de 24 horas como qualquer outro profissional da área da medicina.
Julgo que não há ninguém, em nenhuma profissão, que consiga trabalhar 24 horas consecutivas mantendo os mesmos níveis de concentração e de eficácia. Mas também nunca ouvi a Ordem dos Médicos ou os sindicatos da classe a manifestarem-se contra este aspecto.
Voltando ao caso em apreço.
Se a equipa de Eduardo Barroso é verdadeiramente especialista em cirurgia e transplantes hepáticos, fará algum sentido que os seus elementos tenham de prestar serviços de cirurgia geral?
Qual é o receio de se assumir a excelência, como parece ser o caso, criando um estatuto especial adequado à situação?
Lamentavelmente, não me pareceu ouvir qualquer opinião da Ministra da Saúde relativamente a esta situação, ao contrário do que fez, recentemente, a propósito do hospital sem camas de Seia.
E foi pena, pois gostava de saber se o serviço é realmente tão bom como se diz e, sendo assim, qual a razão pela qual esta situação acontece.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
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