Não é novidade, é uma constante triste da história de Israel e da Palestina. Mas, de cada vez, a cada promessa, tenho tido uma vontade imensa de acreditar, tão imensa como a minha incapacidade para compreender ou encontrar um lado inocente neste conflito.
São dois povos martires e resistentes, sovados pela história, maltratados pelo tempo, ainda assim, afirmam-se sem medos, reclamam o direito ao futuro, inscrevem-se na história.
Desde a fundação recente, que Israel prometeu existir e resistir a ferro e fogo. Líderes carismáticos como Golda Meir, assumiram esta postura estratégica muito clara de "dois olhos por um olho, dois dentes por um dente"; a crença que o seguro da sua sobrevivência estaria ligado a respostas massivas e brutais a qualquer ofensa sofrida.
Do outro lado, o povo pelestiniano. Empurrado, expulso, humilhado. Sem amigos, nem aliados fiáveis, resiste por todos os meios, em particular, com a fortíssima e simbólica intifada.
O conflito é quase insanável. Ambos os povos merecem uma pátria a que possam chamar sua, a história deu-lhes esse direito. O futuro, espero, trará respostas de compromisso que acolherão as soluções possíveis.
O drama, entretanto, é que neste ponto da Terra as leis inverteram-se. Se em todo o mundo a guerra chega quando se esgota e falha a diplomacia, neste caso é ao contrário: tem sido a guerra a alavancar a diplomacia. Um diplomacia complicadíssima, de avanços parcos e recuos notórios, que vai semeando morte e destruição.
É fácil de ver que Israel está, mais uma vez, a enviar um sinal claro a toda a região. A Mossad, a melhor e mais eficaz força do género em todo o mundo, teria facilmente resolvido o problema concreto. Mas, o problema, para Israel, é bem mais amplo e esta foi uma oportunidade de afirmar a sua determinação e impiedade.
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