domingo, 13 de abril de 2008

L'Italiano vero


Dizia Toto Cotugno (lembram-se?) na sua magnifica música (arghh...): suono l'italiano, l'italiano vero. Acho que foi isso mesmo que aconteceu hoje em Itália. Itália é o reino dos contrastes, tem a Vespa, o Fiat 500, os Persol, os Fratelli Rosseti, a Acqua di Parma, Portofino, a Dolce Vita e depois, a estragar tudo, o italiano típico, como dizia Cotugno, l'italano vero.
Hoje, a confirmar a minha tese, os italianos foram às urnas escolher um dos seus para regressar ao comando dessa coisa que Ezra Pound definiu como "dificilmente um país, nunca uma nação". Ilustrativo do país e do seu sistema político é que Berlusconi será o 62º presidente desde a II Grande Guerra, estamos esclarecidos.
Não me vou repetir sobre o contributo que acredito que Fini poderia dar para a "normalização" de Itália, poderão ler aqui.
Quem vai presidir a Itália nos próximos tempos, se não for preso entretanto, será Berlusconi. Torna-se difícil dizer algo de novo sobre Berlusconi, tudo foi dito, exposto, repetido, mas pouca análise se faz sobre a evidente identificação entre o povo italiano e este líder politicamente inviável em qualquer outro país civilizado. É preciso voltar a Mussolini, também disso já falei aqui , para perceber a estranha relação dos italianos com a política e consigo mesmos. O problema e o interesse desta análise, que deve ser de todos, é que a lingua de terra em forma de bota Mediterrâneo adentro, é parte da Europa, uma parte importante, relevante na composição dos diversos equilíbrios de poder; será Berlusconi de novo o protagonista, o homem com quem tem de se falar. O povo italiano impõe pelas regras do jogo um player de dúbias regras na mesa do poker europeu. Infelizmente, Itália não é uma excentricidade inócua.

1 comentário:

Anónimo disse...

Saia uma calabrese com muito picante, prego!