O risco de pobreza das crianças portuguesas é dos mais elevados e mais duradouros.
Um relatório da Comissão Europeia sobre pobreza infantil coloca Portugal entre os oito países da União Europeia com níveis mais elevados de pobreza entre as crianças, e também entre aqueles com mais probabilidades de se manter nesta posição.
Na UE, Portugal está em penúltimo lugar e é apenas ultrapassado pela Polónia – mais de 20% de risco - numa uma tabela liderada pela Finlândia e Suécia - com 7% de risco.
Em Portugal há mais de 20 por cento de crianças (uma em cada cinco) expostas ao risco de pobreza. O risco abrange tanto crianças que vivem com adultos desempregados como as que vivem em lares onde não há desemprego. A análise da pobreza entre as crianças permitiu identificar factores que são potenciadores desta situação.
Entre os principais, segundo o relatório figuram a dimensão do agregado, bem como o nível de escolaridades e a situação profissional dos pais.Uma conclusão: quanto menor a escolaridade dos pais, maior o risco de pobreza das crianças. É, talvez, um dos dados mais chocantes presentes no relatório europeu:
- em Portugal, 68 por cento (contra 16 de média eu-ropeia) das crianças vivem com pais que não concluíram os estudos secundários.
- - 88% por cento das crianças portuguesas em risco de pobreza vivem em agregados com estas baixas qualificações.
É o patamar mais elevado de desqualificação na UE. Apenas Malta, com66 por cento, se aproxima. E há situações tão distantes da nacional como esta: a percentagem de crianças a viverem em agregados com níveis baixos de escolaridade é de dois por cento na Eslováquia, seis por cento na Polónia, sete por cento em França.
Amélia Bastos, do Instituto Superior de Economia e Gestão de Lisboa, com um doutoramento em pobreza infantil e um livro sobre o tema a ser publicado em breve, confirma Portugal "na cauda da UE". Tanto pela análise dos recursos monetários, como pela observação da "privação", em que a criança é olhada directamente: "O insucesso escolar é grande, encontramos uma dieta alimentar desequilibrada e muito frequentemente a ausência total de comida. Muitas crianças não têm qualquer vigilância médica. Muitas delas continuam a viver também numa situação de estigmatização auto-alimentada. Por fim, residem muito frequentemente em casas sobrelotadas, nas quais não dispõem de um quarto. Quem anda no terreno constata que existe uma grande fatia destas crianças condenadas a reproduzir a pobreza das famílias. A quebra do ciclo intergeracional não está a ser feita", afirma esta investigadora.
Em reacção oficial a este relatório, o Senhor Ministro do Trabalho e da Segurança Social prefere considerar que o cenário retratado neste Relatório não corresponderá "certamente" à situação de hoje: os abonos foram reforçados, criado o rendimento social de inserção, os subsídios de maternidade. Pois...... o Ministro fala de outro país certamente, que não este em que vivemos.
Um relatório da Comissão Europeia sobre pobreza infantil coloca Portugal entre os oito países da União Europeia com níveis mais elevados de pobreza entre as crianças, e também entre aqueles com mais probabilidades de se manter nesta posição.
Na UE, Portugal está em penúltimo lugar e é apenas ultrapassado pela Polónia – mais de 20% de risco - numa uma tabela liderada pela Finlândia e Suécia - com 7% de risco.
Em Portugal há mais de 20 por cento de crianças (uma em cada cinco) expostas ao risco de pobreza. O risco abrange tanto crianças que vivem com adultos desempregados como as que vivem em lares onde não há desemprego. A análise da pobreza entre as crianças permitiu identificar factores que são potenciadores desta situação.
Entre os principais, segundo o relatório figuram a dimensão do agregado, bem como o nível de escolaridades e a situação profissional dos pais.Uma conclusão: quanto menor a escolaridade dos pais, maior o risco de pobreza das crianças. É, talvez, um dos dados mais chocantes presentes no relatório europeu:
- em Portugal, 68 por cento (contra 16 de média eu-ropeia) das crianças vivem com pais que não concluíram os estudos secundários.
- - 88% por cento das crianças portuguesas em risco de pobreza vivem em agregados com estas baixas qualificações.
É o patamar mais elevado de desqualificação na UE. Apenas Malta, com66 por cento, se aproxima. E há situações tão distantes da nacional como esta: a percentagem de crianças a viverem em agregados com níveis baixos de escolaridade é de dois por cento na Eslováquia, seis por cento na Polónia, sete por cento em França.
Amélia Bastos, do Instituto Superior de Economia e Gestão de Lisboa, com um doutoramento em pobreza infantil e um livro sobre o tema a ser publicado em breve, confirma Portugal "na cauda da UE". Tanto pela análise dos recursos monetários, como pela observação da "privação", em que a criança é olhada directamente: "O insucesso escolar é grande, encontramos uma dieta alimentar desequilibrada e muito frequentemente a ausência total de comida. Muitas crianças não têm qualquer vigilância médica. Muitas delas continuam a viver também numa situação de estigmatização auto-alimentada. Por fim, residem muito frequentemente em casas sobrelotadas, nas quais não dispõem de um quarto. Quem anda no terreno constata que existe uma grande fatia destas crianças condenadas a reproduzir a pobreza das famílias. A quebra do ciclo intergeracional não está a ser feita", afirma esta investigadora.
Em reacção oficial a este relatório, o Senhor Ministro do Trabalho e da Segurança Social prefere considerar que o cenário retratado neste Relatório não corresponderá "certamente" à situação de hoje: os abonos foram reforçados, criado o rendimento social de inserção, os subsídios de maternidade. Pois...... o Ministro fala de outro país certamente, que não este em que vivemos.
1 comentário:
Pois é, a cada análise do primeiro ministro ou de um dos seus ministros, parece que a geração play-station chegou ao poder. Falam sempre de uma realidade virtual, nunca do país real.
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