quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

UNIDOSE


Não é uma palavra tão complexa nem com tantas implicações filosóficas como a Unimultiplicidade de que falei abaixo. UNIDOSE é uma palavra mais pequena, mais prática e mais fácil de usar. Nessa perspectiva, porque a vida do dia a dia deve ser vivida de forma descomplicada, porque poupar e racionalizar custos são um imperativo, o CDS resolveu levar hoje ao nosso parlamento o projecto da UNIDOSE.

Podemos começar por dizer que este conceito de UNIDOSE tem o seu expoente máximo nos Estados Unidos e no Reino Unido. Se adicionarmos que a proposta é do CDS e revelarmos que todos os partidos da oposição a votam favorávelmente, sim até o PC e o BE, temos de nos interrogar. O que gera tanto consenso? O bom senso.

A UNIDOSE não tem cor política, tem cor de defesa do consumidor.

Consumidor regular de medicamentos americanos, e acidentalmente em Inglaterra, conheço o sistema há alguns anos. Compro os medicamentos certos para uns dias, um, dois meses, a duração exacta do tratamento, ou o periodo convencionado em casos crónicos. Lá vem o célebre frasquinho alaranjado, rótulo colado com o meu nome impresso, posologia diária personalizada, composição e nome do genérico, farmacêutico responsável e estabelecimento fornecedor. Desperdício: zero! Poupo de duas formas, compro a quantidade exacta sem desperdício e compro genéricos com garantia de qualidade, mas mais baratos. Cada vez que dou os dados do Visa para pagamento, penso na poupança vital que esta forma de venda representaria na vida, por exemplo, de um reformado.

Hoje, PS e Apifarma, embrulhados em não argumentos, acusam o CDS de demagogia. Limitam-se a dizer que não é bem assim! Que os numeros do desperdício não podem ser cientificamente comprovados de forma exacta, portanto, na dúvida, continua a gastar-se mais! Lá vai o PS de braço dado com o lobby farmacêutico, com a maioria absoluta que o povinho lhe deu, rejeitar a UNIDOSE. Quem paga? O povo. As usual.

Disse-me um dia um senhor de grande simplicidade e sabedoria, do alto dos seus oitenta e tantos: "Meu caro, o Soares descobriu para o seu PS a formula perfeita para exercer o poder neste país. Governar para os poderosos com os pobres sempre na boca." Se entendo que o país nada deve a Soares, o PS deve-lhe certamente este principio que ainda hoje tão bem põe em prática.

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