quinta-feira, 17 de janeiro de 2008


Não temos gostos parecidos em questões de humor, a minha mulher reprova a minha fixação por Little Britain e League of Gentlemen, encara como uma extravagância algo aborrecida os diálogos que sei de cor dos Monty Python e diz-me que ficava deprimida a cada episódio do The Office. Eu, como sempre, secretamente, achava que estava certa e que, por azar do destino, eu encontrava um prazer pouco saudável a ver coisas que só um punhado de lunáticos que conduzem do outro lado da estrada apreciavam. Sentia-me frequentemente perturbado quando me perguntavam por um personagem de referência e só me vinha á cabeça David Brent. Fiquei podre quando se lembraram de fazer um The Office americano, profanando a obra prima do mestre. David Brent aka Rick Gervais é "o personagem", nem me quero pôr com dissertações sobre ele, é indefinivel, a única definição de David Brent é David Brent.
O que me faz deixar aqui este post é aquela conflituosa sensação de gostarmos do underground ou cult e, ao mesmo tempo, sentirmos felicidade quando o underground é reconhecido pelo mainstream, logo, sendo duvidoso se continuará ou não a ser underground ou cult. Trocando por miudos, apesar do sentimento de isolamento, saber que The Office só era apreciado por alguns dava uma agradável sensação de exclusivo, de secret of a few; agora que Rick Gervais e Merchant foram distinguidos com um Globo de Ouro de Holywood acabou. Resta agora saber se resistem ao processo "gato" e conseguem manter a qualidade.
Com todas estas ideias baralhadas, resta um conforto, a mim e á imensa minoria fã daquele escritório, uns senhores sérios e entendedores de Holywood, na América, chancelaram aquilo que afinal não passa do nosso extremo bom gosto!

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