Na semana passada houve algum alarido com a notícia de que a Standard & Poor's classificou como negativa a estimativa de evolução da dívida pública nacional.
A notícia aparentemente não surpreendeu ninguém, políticos ou analistas, e foi rapidamente "abafada" pela situação na Grécia, bem pior do que a nossa.
No entanto, ao ler com atenção a notícia publicada no Económico, chamou-me a atenção, no penúltimo parágrafo, a terminologia utilizada pela S&P que, a estar correctamente traduzida, reflecte aquilo que no estrangeiro pensam das contas públicas portuguesas e de quem as elabora.
Diz a S&P que as contas poderão voltar a estabilizar, ou seja, voltar ao nível anterior de estimativa, se o Governo Português apresentar um plano credível, compreensivo e significativo para a redução do défice.
Significa isto que, não tendo sido o combate ao défice a opção da política económica portuguesa face à crise que atravessamos, o que se compreende, e visto que o Governo já é bem conhecido, parece que os analistas estão com alguma dificuldade em esperar de Portugal algo mais do que medidas pouco credíveis, incompreensíves e insignificativas.
Afinal, aquilo que também em Portugal já se sabe há muito. Muito show-off, medidas fantásticas, mas que, na prática, não resultam.
Pode ser que desta vez, visto que não foi a oposição ao Governo que utilizou esta terminologia, alguém ouça estas palavras, medite sobre o significado das mesmas e aja em conformidade, a bem de todos nós.
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