sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Ainda a teia política na imprensa...

22 Novembro 2009
Entrevista: José António Saraiva "Não falimos por um milagre"

José António Saraiva, director do semanário 'Sol', revela ao CM que o
Governo o pressionou para não publicar notícias do Freeport e que depoispassou aos investidores.

"Correio da Manhã - O 'Sol' foi coagido pelo Governo para não publicar notícias do Freeport?*
*José António Saraiva -* Recebemos dois telefonemas, por parte de pessoas próximas do primeiro-ministro, dizendo que se não publicássemos notícias sobre o Freeport os nossos problemas se resolviam.
*- Que problemas?*
- Estávamos em ruptura de tesouraria, e o BCP, que era nosso sócio, já tinha dito que não metia lá mais um tostão. Estávamos em risco de não pagar ordenados. Mas dissemos que não, e publicámos as notícias do Freeport.
Efectivamente uma linha de crédito que tínhamos no BCP foi interrompida.
*- Depois houve mais alguma pressão política?*
- Sim. Entretanto tivemos propostas de investimentos angolanos, e quando tentámos que tudo se resolvesse, o BCP levantou problemas.
*- Travou o negócio?*
- Quando os angolanos fizeram uma proposta, dificultaram. Inclusive
perguntaram o que é que nós quatro - eu, José António Lima, Mário Ramirez e Vítor Rainho - queríamos para deixar a direcção. E é quando a nossa advogada, Paula Teixeira da Cruz, ameaça fazer uma queixa à CMVM, porque achava que já havia uma pressão por parte do banco que era totalmente ilegítima.
*- E as pressões acabaram?*
- Não. Aí eles passaram a fazer pressão ao outro sócio, que era o José Paulo Fernandes. E ainda ao Joaquim Coimbra. Não falimos por um milagre. E, finalmente, quando os angolanos fizeram uma proposta irrecusável e encostaram o BCP à parede, eles desistiram.
*- Foi um processo longo...*
- Foi um processo que se prolongou por três ou quatro meses. O BCP, quase ironicamente, perguntava: "Então como é que tiveram dinheiro para pagar os
salários?" Eles quase que tinham vontade que entrássemos em ruptura financeira. Na altura quem tinha o dossiê do 'Sol' era o Armando Vara, e nós tínhamos a noção de que ele estava em contacto com o primeiro-ministro.
Portanto, eram ordens directas.
*- Do primeiro-ministro?*
- Não temos dúvida. Aliás, neste processo 'Face Oculta' deve haver conversas entre alguns dos nossos sócios, designadamente entre Joaquim Coimbra e Armando Vara.
*- Houve então uma tentativa de ataque à liberdade de imprensa?*
- Houve uma tentativa óbvia de estrangulamento financeiro. Repare-se que a Controlinveste tem uma grande dívida do BCP, e portanto aí o controlo é fácil. À TVI sabemos o que aconteceu e ao 'Diário Económico' quando foi comprado pela Ongoing - houve uma mudança de orientação. Há de facto uma estratégia do Governo no sentido de condicionar a informação. Já não é especulação, é puramente objectiva. E no processo 'Face Oculta', tanto
quanto sabemos, as conversas entre o engº Sócrates e Vara são bastante
elucidativas sobre disso.
*- Os partidos já reagiram e a ERC vai ter de se pronunciar. Qual é a sua
posição?*
- Estou disponível para colaborar."

Sem comentarios...
TOCA A IR COMPRAR O SOL QUE BEM MERECE !


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