segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Piscinas do Beira-Mar (continuação)

Como o meu artigo sobre o assunto teve continuação no Facebook, aqui deixo mais uns considerandos.
Em resposta ao José Carlos Mota que disse:
"É de facto preocupante que a cidade corra o risco de perder um equipamento desportivo com as valências que este tem e com a localização privilegiada que dispõe. Será que a comunidade aveirense não se pode organizar para encontrar uma solução para o problema?",
respondi-lhe:
"Para mim e sem conhecer detalhes do processo, sempre achei que a Universidade deveria ter tido algum papel neste caso. Afinal de contas, o complexo de piscinas está "dentro" do campus e mesmo ao lado do pavilhão e do estádio universitário, e a UA não tem piscinas.
Resta saber se o custo da recuperação se justificará e se para salvar um equipamento obsoleto não se irá por em causa a sobrevivência do Beira-Mar."
Entretanto a conversa continuou entre o José Carlos Mota o João Oliveira e o António Granjeia.
Diz o José Carlos Mota:
"Infelizmente, há decisões (absolutamente) legítimas mas que se podem tornar lamentáveis equívocos! O que temos de pensar é se cidade se pode dar ao luxo de perder um equipamento desportivo na sua zona central, quando estes equipamentos são factores de atractividade da função residencial ('trazer as pessoas para o centro'). E por isso temos de perguntar - Para onde vão as piscinas? Abdicamos delas? Ou vamos pagar em segurança e transportes a localização numa eventual 'periferia'?".
Esquece-se o José Carlos que, no centro, já há duas piscinas a funcionar e que muitos dos seus utentes, são das freguesias periféricas. Mas será que alguém que mora em S. Bernardo ou em Esgueira se iria mudar para a Glória ou para a Vera-Cruz para estar mais perto de uma piscina?
Certamente que não, pois preferirão viver numa zona mais afastada do centro e ter equipamentos perto de casa. Quanto ao que temos a pagar em segurança e transportes, não entendo em que é que o facto dos equipamentos estarem situados na periferia pode influir em condições de segurança. Já quanto aos transportes, essa é a realidade do desporto aveirense. Quem quer praticar desporto, seja a título individual ou em equipas, tem de deslocar até ao local onde se encontram as instalações para esse fim, as quais, muitas vezes, estão já fora dos limites do concelho. E nem por isso as pessoas deixam a sua prática desportiva.
Outro aspecto que já referi, é o estranho silêncio da UA em todo este processo.
Será que a piscina seria interessante como elemento integrante do campus de forma a proporcionar aos seus 15000 utentes um equipamento complementar aos já existentes? Certamente que sim, e a UA, tendo uma piscina a funcionar também a poderia (deveria) colocar ao serviço da comunidade.
Por último, quanto seria o investimento necessário para colocar as piscinas a funcionar, respeitando todas as obrigações legais, e tornando-a um equipamento o mais possível auto-sustentável de acordo com as boas práticas de construção que se devem exigir? E quanto custa fazer um complexo de piscinas novo?
Será que a deslocalização das piscinas para Taboeira, junto do estádio e do futuro pavilhão não faz sentido? Mais do que o interesse do Beira-Mar, não será do interesse concelhio que se coloque em funcionamento um verdadeiro Parque Desportivo como o que está projecto há já alguns anos e sobre o qual não me lembro de a comunidade, como diz o José Carlos, ter manifestado qualquer opinião? Ou será que a comunidade só se "move" e quer tomar posição quando o poder político está mais à direita?
Em conclusão, espero que Aveiro tenha capacidade de ter as piscinas, pavilhões e relvados sintéticos em número suficiente para que a população os possa usufruir, e que não se faça de cada decisão legítima um folhetim politiqueiro.

1 comentário:

Unknown disse...

Não fui eu que comecei por lamentar a situação a que chegámos. E como achei pertinente a questão levantei questões, que deram origem a muitas outras. O que demonstra a pertinência de se discutir o assunto.
Mais dúvidas: O equipamento está mesmo obsoleto (são necessários 200.000€ de obras)? Os equipamentos estão devidamente rentabilizados (existe um déficit anual de exploração de 60.000€ mas temos 13.000 potenciais utentes mesmo ali ao lado; contudo, por exemplo os docentes da UA pagam o preço de tabela)? Não haverá outras formas de se ajudar o Beira-Mar sem prejudicar a cidade?
JCM