Pode alguém ser quem não é? Aparentemente, sim.
Damos uma vista de olhos pelas redes sociais e ficamos impressionados. Se no Hi5 não há quem não inflacione as maminhas com o famoso push-up, já no Linkedin são muitos os que introduzem os mais variados upgrades no seu historial de vida. Concluindo, é difícil encontrar fotografias de gente com óculos de dez dioptrias e canudos de escolas mais manhosas.
O que me intriga é o mecanismo mental associado a esta atitude, esta transição dos mecanismos mentais do chat para as redes sociais. No chat podíamos construir um personagem e sermos primos do Clark Kent, não havia problema, dificilmente se descobriria. A nossa interlocutora era tal e qual a Sharon Stone e assim se construía uma mundo de alter-egos, sem tradução real, uma teatrada que viciou muita gente e desiludiu outra tanta.
Nas redes sociais a coisa impressiona porque há uma cara e um nome, há factores de identificação concretos e facilmente se percebe o embuste. Rapidamente se descobre que a menina se fotografa sempre de boca fechada para escapar a comparações equídeas, que o jovem dinâmico e empertigado não andou na FEUP e conclui o ISEP com custo e anos de sobra; que o técnico de expedição postal é o mesmo carteiro de sempre.
O Portugal real vive em bicos de pés. De relógio falso no pulso, roupinha contrafeita, e cartão dourado para exibir. O dinheiro dos livros vai para o telemóvel de última geração, o dos legumes para o fast-food do shopping.
Agora, o Portugal das redes sociais, esse sim, enche-nos de orgulho! Um paraíso na terra!
Damos uma vista de olhos pelas redes sociais e ficamos impressionados. Se no Hi5 não há quem não inflacione as maminhas com o famoso push-up, já no Linkedin são muitos os que introduzem os mais variados upgrades no seu historial de vida. Concluindo, é difícil encontrar fotografias de gente com óculos de dez dioptrias e canudos de escolas mais manhosas.
O que me intriga é o mecanismo mental associado a esta atitude, esta transição dos mecanismos mentais do chat para as redes sociais. No chat podíamos construir um personagem e sermos primos do Clark Kent, não havia problema, dificilmente se descobriria. A nossa interlocutora era tal e qual a Sharon Stone e assim se construía uma mundo de alter-egos, sem tradução real, uma teatrada que viciou muita gente e desiludiu outra tanta.
Nas redes sociais a coisa impressiona porque há uma cara e um nome, há factores de identificação concretos e facilmente se percebe o embuste. Rapidamente se descobre que a menina se fotografa sempre de boca fechada para escapar a comparações equídeas, que o jovem dinâmico e empertigado não andou na FEUP e conclui o ISEP com custo e anos de sobra; que o técnico de expedição postal é o mesmo carteiro de sempre.
O Portugal real vive em bicos de pés. De relógio falso no pulso, roupinha contrafeita, e cartão dourado para exibir. O dinheiro dos livros vai para o telemóvel de última geração, o dos legumes para o fast-food do shopping.
Agora, o Portugal das redes sociais, esse sim, enche-nos de orgulho! Um paraíso na terra!
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