Infelizmente a morte de Ivan Cameron, o filho de David Cameron, não fez parte das manchetes dos jornais nem da abertura de telejornais nacionais. Até compreendo… O que é a morte de uma criança deficiente perante a novela do Freeport? É pena, pois esta morte poderia ser uma boa oportunidade de pensarmos sobre o significado da VIDA/MORTE. Se calhar, Em vez de andarmos ocupados a discutir a eutanásia porque não olharmos para estas vidas “desfiguradas, anormais”, e encontrarmos nelas a essência da vida. É difícil, pois é. É que estas pessoas confrontam-nos com a nossa imperfeição e a nossa finitude.
Ivan Cameron esteve neste mundo apenas 6 anos mas o seu legado com certeza perdurará. Vale a pena ler a crónica de Dominic Lawson publicada no Times. Não fala dos efeitos políticos da morte de Ivan Cameron mas confronta-nos sobre o significado da vida. Sabemos que a vida é um valor em si mesmo, mas quantos de nós não a pesou, não a quantificou, ou lhe atribuiu um número ou um valor. A verdade é que todas as vidas são vidas, todas são feitas da mesma matéria: os sonhos. No entanto continuamos a desprezar algumas e a valorar outras com base em índices como o dinheiro, a capacidade intelectual, a beleza…
Depois, em nome destes indicadores, decidimos sobre a vida dos outros, fazemos de Deus, e achamos que certas vidas não têm significados nem podem ter “qualidade”. Dominic Lawson dá como exemplo a história de uma menina com severa incapacidade devido a uma alteração do cromossoma 21 e que foi hospitalizada com uma infecção num dente. O hospital não lhe forneceu um tratamento médico adequado, nem comida e água em quantidades suficientes, e quando ela começou a ter problemas respiratórios informaram os pais que iriam transferi-la para os cuidados intensivos. Tal nunca aconteceu. Ela acabou por morrer de uma infecção pulmonar. O hospital actuou no pressuposto de que esta menina, a Daisy, “had a life not worth living and therefore not worth fighting to preserve.”
Perante o desespero da mãe, um médico tentou ser caridoso e exprimiu-se da seguinte maneira : “It must be awful; it’s almost like losing a child.”
A maior luta das pessoas que sofrem de um qualquer tipo de deficiência não é contra a sua deficiência, mas é uma luta para demonstrar que a sua vida é completamente humana.
Depois, em nome destes indicadores, decidimos sobre a vida dos outros, fazemos de Deus, e achamos que certas vidas não têm significados nem podem ter “qualidade”. Dominic Lawson dá como exemplo a história de uma menina com severa incapacidade devido a uma alteração do cromossoma 21 e que foi hospitalizada com uma infecção num dente. O hospital não lhe forneceu um tratamento médico adequado, nem comida e água em quantidades suficientes, e quando ela começou a ter problemas respiratórios informaram os pais que iriam transferi-la para os cuidados intensivos. Tal nunca aconteceu. Ela acabou por morrer de uma infecção pulmonar. O hospital actuou no pressuposto de que esta menina, a Daisy, “had a life not worth living and therefore not worth fighting to preserve.”
Perante o desespero da mãe, um médico tentou ser caridoso e exprimiu-se da seguinte maneira : “It must be awful; it’s almost like losing a child.”
A maior luta das pessoas que sofrem de um qualquer tipo de deficiência não é contra a sua deficiência, mas é uma luta para demonstrar que a sua vida é completamente humana.
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