sábado, 21 de março de 2009

Angola


A visita do Papa Bento XVI a África começou francamente mal. Não caio na esparrela de discutir o conteudo das declarações papais, mas, com a experiência acumulada que tem, Bento XVI tinha obrigação de saber que aquelas palavras iriam abafar qualquer declaração importante que tivesse a fazer.
Em Angola começou um novo capítulo.
Tal como Portugal precisa de Angola para expandir a sua economia, o Vaticano sabe que o país poderá ser o mais determinante ponto de difusão da fé católica no continente. José Eduardo dos Santos confirmou-o pela importância que deu á visita e pela declaração de Angola como república laica de homens animados pelos valores cristãos.
Contudo, se há uma semana J.E. dos Santos teve Portugal em peso a lamber-lhe as botas sem coluna, nem pudor; hoje, Bento XVI foi bem diferente. O Papa que precisa estratégicamente de Angola, não sacrificou o interesse dos mais desfavorecidos. Corajosamente, o discurso desmascarou a cosmética do regime e mostrou que a Igreja continua sempre ao lado dos mais pequeninos, dos que mais sofrem, dos que mais precisam.
A resposta de J.E. dos Santos foi positiva, esperemos que minimamente verdadeira, porque a coragem merece respeito.
Especula-se frívolamente sobre os sapatos Prada de Bento XVI, hoje ficamos com a certeza que tem calçadas as sandálias do Pescador.

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