Eu, que não sou dada a grande patriotismo, quando ouvi falar do eminente fecho das Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro, corri a comprar algumas peças deste grande artista. Não as mais emblemáticas, até porque os sapos, lagostas e couves, não me convencem esteticamente. Fiquei-me por algumas peças, um pouco mais "soft". Não foi uma compra racional, mas afectiva: o desejo de possuir um pouco do nosso património cultural. Visitei por duas vezes o museu Bordalo Pinheiro e foi uma experiência inesquecível. O kitsch destas peças é esteticamente imponente.
Centenas de moldes centenários das peças de cerâmica de Rafael Bordalo Pinheiro estão guardados numa cave da Fábrica de Faiança das Caldas da Rainha. Com a fábrica em risco de fechar, o que irá acontecer à vespa, às rãs, aos golfinhos mitológicos e a toda a fauna e flora criados por Bordalo? Há quem apele ao Estado para que ajude a manter vivo este património.
Interrogado sobre o assunto, na sexta-feira, o ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, disse à Rádio Renascença que considera muito importante conservar os moldes, mas que o mais importante é "manter aquela fábrica viva" e que isso não passa pelo seu ministério. "Ultrapassa-me completamente enquanto ministro da Cultura." Sabe-se que o governo de José Sócrates tem ajudado algumas empresas que consideram ter “viabilidade económica”. Talvez valesse a pena olhar com mais atenção para este caso porque o que está em causa não é só o aumento do número de desempregados mas a perda de um património nacional que poderá ser irrecuperável.
Centenas de moldes centenários das peças de cerâmica de Rafael Bordalo Pinheiro estão guardados numa cave da Fábrica de Faiança das Caldas da Rainha. Com a fábrica em risco de fechar, o que irá acontecer à vespa, às rãs, aos golfinhos mitológicos e a toda a fauna e flora criados por Bordalo? Há quem apele ao Estado para que ajude a manter vivo este património.
Interrogado sobre o assunto, na sexta-feira, o ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, disse à Rádio Renascença que considera muito importante conservar os moldes, mas que o mais importante é "manter aquela fábrica viva" e que isso não passa pelo seu ministério. "Ultrapassa-me completamente enquanto ministro da Cultura." Sabe-se que o governo de José Sócrates tem ajudado algumas empresas que consideram ter “viabilidade económica”. Talvez valesse a pena olhar com mais atenção para este caso porque o que está em causa não é só o aumento do número de desempregados mas a perda de um património nacional que poderá ser irrecuperável.
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