terça-feira, 20 de janeiro de 2009


Ontem ao elaborar um trabalho e após uma crítica de alguém mais próximo apercebi-me que em nome da dita verdade científica, que tanto critico, estava a por em causa a minha “verdade ética.” Todo o meu erro girou à volta do conceito de preconceito. Na tentativa de me livrar dos ditos preconceitos que habitam o meu ser, inconscientemente, caí num território pantanoso. O preconceito sempre existiu e sempre existirá. É fruto da cultura, das diferenças que caracterizam o ser humano no espaço e no tempo em que está inserido, é baseado na prudência ou no instinto humano de autoprotecção. Na cultura ocidental, em nome da igualdade e do politicamente correcto, quem demonstra alguma forma de preconceito é sumariamente crucificado pelos restantes membros da sociedade, que não se apercebem que ao faze-lo estão a ser igualmente preconceituosos. Há que distinguir entre o “bom preconceito” e o”mau preconceito”; o primeiro é o que nos leva praticar a discriminação injusta e precipitada, contra o nosso próximo; o segundo é sinónimo de prevenção e de prudência e permite-nos fazer a separação entre o certo e o errado e o bem e o mal. Se desejamos combater o preconceito injusto e a discriminação indevida, a solução não é impor uma igualdade mascarada e fictícia. A solução é admitir e esclarecer as diferenças e perceber que situações e pessoas diferentes exigem tratamentos diferentes, até porque o suposto “tratamento igual” pode gerar muitas injustiças.


Tentar destruir preconceitos à força é cultivar um relativismo moral que nos impede de distinguir entre o certo e o errado. Livres de preconceitos não temos de nos comprometer e não necessitamos de prestar contas a ninguém.

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