segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Congresso V


Este congresso com promessas de tanta renovação, revelou também a renovação da oposição dentro CDS. Ar Novo no CDS era anunciado em outdoor ousado na entrada do congresso; uma ideia interessante, não fosse a maioria dos congressistas achar que se tratava de marketing institucional da direacção de Paulo Portas.
Lá dentro, liderados por Filipe Anacoreta Correia e Pedro Pestana Bastos, um grupo de congressistas lutava por uma moção, perdão Popes, elaborada com cuidado e com seriedade. A dinâmica do grupo é evidente e refletiu-se na boa articulação demonstrada. O grupo, denominado Alternativa e Responsabilidade, apoiou-se nalgumas intervenções bem estruturadas, com destaque para Gonçalo Maleitas Correia e Gonçalo Moita.
Como colectivo, passaram razoavelmente para um primeira actuação em maior escala. Contudo, ficou no ar aquele ideia de Pirandello das personagens à procura de um autor, neste caso de um líder. Se Filipe Anacoreta Correia foi o coordenador desta primeira prestação, também ficou claro que o grupo terá de encontrar um verdadeiro líder com potencial, se quer arriscar vôos mais ambiciosos.
Como todas as renovações ficam aquém do desejado, esta não resistiu a carregar alguns passivos do passado. Não tenho dúvidas que erros estratégicos, como a inclusão de Martim Borges de Freitas na lista do Conselho Nacional, foram decisivos para o mau resultado obtido. O caminho futuro, para ter viabilidade, terá de ser de maior abrangência por um lado, e de corte com modelos falidos por outro.
Para já, ajudaram a tornar mais interessante este congresso, são a oposição mais credível que a direcção tinha dificuldade em encontrar, mas falta ainda muito caminho a percorrer. O futuro dirá.

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