O ambiente político em Portugal está a tornar-se irrespirável. O Presidente da Republica e o Governo andam de costas voltadas. No PSD, MFL continua a debater-se entre as suas próprias ineficiências, as espertezas ousadas de Pedro Santana Lopes, e as vozes que, crescentemente se opõem á (falta de) estratégia da líder. A oposição não marca pontos, limita-se a fazer barulho – algum – e a ser ultrapassada pela maioria parlamentar do PS. Os militares mostram-se descontentes com a tutela, ao ponto de uma alta patente ter o topete de vir a publico ameaçar veladamente com eventuais acções antidemocráticas da tropa, para logo a seguir, desmentir qualquer tentativa de golpe de Estado. Perturbador, no mínimo. Mas a paz social está definitivamente perturbada com o recrudescer da guerra entre os professores e a Senhora Ministra da Educação: está anunciada para amanhã nova manifestação de mais de 100 mil docentes nas ruas de Lisboa. Também os estudantes já se manifestaram na rua contestando o regime de faltas previsto no Estatuto do Aluno. Entretanto debate-se o Orçamento de Estado para 2009 na Assembleia da Republica, com acusações recíprocas entre o Governo e os partidos da oposição em vozearias que raiam a grosseria. A maioria da população nem sequer percebe o que está ali em causa. O BPN foi nacionalizado, (ou assim se espera logo que Cavaco Silva promulgue o diploma aprovado apenas pelo PS), com o objectivo declarado de branquear a incompetência do Banco de Portugal e do seu Governador para exercer a supervisão. O Banco de Portugal anda a dormir na forma há anos, e continuará pelos vistos impunemente. O BPN estava envolvido em operações clandestinas, dispunha de uma contabilidade paralela que chegou aos 700 milhões de euros de prejuízos. Não obstante, o BdP nada viu, nada podia saber e o Governador Vítor Constâncio vem mesmo afirmar que sem a colaboração dos supervisionados o Banco de Portugal não consegue fiscalizar a actividade bancária. É incrível, se não fosse inadmissível, por ser precisamente essa a missão do Banco de Portugal. Claro que, protegido pelo seu partido de eleição, Vítor Constâncio continuará como até aqui fingindo que faz sem fazer, e não será chamado á responsabilidade. Nem de propósito, ontem a Caixa Geral de Depósitos revelou uma quebra de 35% nos lucros nos primeiros nove meses do ano, não obstante o facto de nos últimos 12 meses, o Estado (único accionista da CGD) já ter realizado duas injecções de capital, no valor de 550 milhões de euros, " tendo em vista assegurar níveis de solvabilidade adequados ao desenvolvimento do Grupo face aos constrangimentos provocados pela presente crise financeira". De repente até parecia que se estava a falar do BPN, mas não, ainda era só da Caixa...
Irrespirável....
Irrespirável....
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