quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Money makes the world go round


Ando até hoje perplexo com esta história do financiamento dos partidos. Pelos vistos, o regime legal em vigor só teve utilidade para fazer um escândalo á volta de um tal Jacinto Rego, e lançar mais uma sanha contra os que teimam em dizer que não tem de haver só bloco central.
Por artes misteriosas, a medida de abertura do regime legal ia entrar com pézinhos de lã via Orçamento de Estado. O ministro não sabia, o primeiro-ministro não imaginava, é um enigma sem resolução. Quantos mais enigmas não detectados haverão neste O.E.? Qual o grau de permeabilidade a estas supostas mãos invisíveis?
Entretanto, soube-se que, na maior das discrições, o PS e o PSD já reuniam há algum tempo para encontrarem uma formula vantajosa para ambos de rever a lei. Ou seja, criaram uma lei apertada para propagandear moralidade; agora que precisam de dinheiro a sério para as campanhas que aí vêm, negoceiam discretamente a flexibilização da lei para o dinheiro poder entrar sem grandes filtros nem regras. Extraordinário!
A crise em curso ajuda a que as pessoas não dediquem muita atenção a manobras como esta. O bloco central aproveita, as estruturas agradecem, os autarcas aplaudem. Das Morgados da vida, nem uma palavra...

A frente ribeirinha de Lisboa está prestes a transformar-se, substituindo as vistas de rio por imenso amontoado de contentores. A empresa que lucrará está ligada a Jorge Coelho. Aliás, a mesma empresa viu a referida concessão portuária renovada por muitos e bons anos, sem concurso público nem outros empecilhos. Mais, imune a qualquer crise, vimos hoje o ministro Lino adjudicar a nova auto-estrada do Douro interior, adivinhem a quem? Mota-Engil, claro está!
Se ao menos a Mota-Engil fizesse hospitais...

Sem comentários: