O tempo que dediquei à entrevista de ontem a Manuela Ferreira Leite foi tempo perdido. MFL não consegue ir alem de justificações e de um discurso que não mobiliza rigorosamente ninguém, confunde pessimismo com rigor, não percebe a necessidade de uma ideia que possibilite horizontes menos negros. Seriedade não é mau agoiro.
No plano partidário interno, não queria acreditar no que ouvi: "É o PSD no seu melhor!". O quê? A líder faz uma critica letal ao partido que lidera? Declara publicamente que o seu partido, em vez de ser oposição credível, se perde nas jogadas internas? Inacreditável!
Bem sei que é verdade. Bem sei que se refere a uma parte do PSD. Mas, quando alguem vota no PSD, vota em todo o PSD, no que MFL gosta e no que MFL acusa publicamente. Com que cara pedirá MFL o voto aos portugueses, se nem ela própria se sente confortável com parte dos benificiários desse voto?
Houve recentemente um líder partidário que seguiu este registo. O seu grande trunfo era uma mítica credibilidade. Só gostava de uma parte do partido que liderava, denunciando publicamente os parentes menos queridos. Os portugueses não perceberam então, como não percebem hoje. O tal líder passou, não deixou marca, caiu no esquecimento geral.
Ferreira Leite é, cada vez mais, uma questão de tempo. As apostas já devem ferver.
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