Tento, o mais possível, evitar trazer a vida do CDS para o blog, por motivos que se prendem com o exercício de cargos de direcção no partido. Assim, a minha visão e opinião dos factos da vida interna do partido, é a visão, assumidamente, de alguém de dentro. Não pretendo fazer o malabarismo de me colocar na pele de um comentador externo, a minha posição é a de militante e dirigente.
Esclarecido este ponto prévio, e porque já falei para diversos orgãos de informação sobre o caso, deixo aqui a minha interpretação do caso "demissão de Luis Nobre Guedes".
1. Luis Nobre Guedes é uma referência incontornável da direita portuguesa. Como foi público e notório, LNG foi vitima de uma perseguição inédita visando destruir o seu bom nome e, por arratso o do CDS. Contra a calúnia infâme de que foi vitima, foi ilibado pela justiça e decidiu lutar com tenacidade contra os agentes da mentira e difamação. Entendeu que o partido, também atacado, deveria fazer o mesmo e trazer este intolerável estado de coisas para o centro do debate político. A tese de LNG foi sufragada e entusiásticamente aprovada pelo Conselho Nacional do Partido.
Como não foi seguido o rumo que LNG preconizara, decidiu afastar-se, entregando a Paulo Portas a dita carta, onde anunciava a sua vontade de afastamento do cargo de Vice-Presidente. A bem da estabilidade do Partido, guardou reserva e aceitou manter silêncio sobre esta matéria.
2. Paulo Portas tem, mais do que ninguém, noção do valor político de LNG. Compreensívelmente, empreendeu um processo que visava a reversão da intenção de LNG. Nada mais natural. Caso as coisas se tivessem concluido favorávelmente, tudo não teria passado de um episódio privado entre cavalheiros que teriam, acima de tudo, salvaguardado a estabilidade da instituição a que pertencem.
3. Resulta claríssimo que, tanto LNG como PP, assumiram as suas posições tendo sempre em consideração o interesse maior do CDS. Um quis afastar-se em silêncio para, não violando os seus pricípios, não perturbar a estabilidade institucional; o outro, manteve a expectativa do regresso do primeiro por ser o mais desejável para a instituição.
4. Internamente, não percebo com que legitimidade alguns militantes se afirmam tão ofendidos com um facto protagonizado por dois militantes que o geriram de forma a salvaguardar o melhor interesse do CDS. Pior, sabem bem esses militantes que episódios do género terão acontecido em anteriores direcções do Partido e são prática comum noutros partidos.
5. Externamente, não entendo o ruido em volta do caso. Luis Nobre Guedes nunca usou indevidamente o cargo a que renunciara, nem o CDS lhe atribuiu posições políticas que não tivesse chancelado. Não se enganou nem defraudou ninguém.
Concluindo, espero que o assunto se encerre em definitivo no Conselho Nacional de hoje e o Partido se dedique por inteiro à ajuda que os portugueses precisam para sobreviver à catástrofe socialista.
1 comentário:
Concordo consigo.
Ao menos é coerente posto que tenho a certeza que considera o LNG um dos rostos de uma nova e fresca direita.
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