sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A "cooperação estratégica" acabou

Cavaco Silva escolheu uma conferência de imprensa na Polónia para defender o aumento do orçamento do Ministério dos Negócios Estrangeiros, justificando a necessidade de reforço de verbas com o investimento na diplomacia económica, pois, disse, «sem aumento das exportações, o endividamento externo tornar-se-á insustentável».

Numa penada, Cavaco Silva fez tudo aquilo que repetidamente afirmou que o PR não faz: falou de política interna quando se encontrava no estrangeiro; interveio em matérias do Governo e falou precisamente no momento em que o ministro das Finanças estará a tratar da distribuição de verbas do Orçamento do Estado.
Somando esta ao discurso sobre os Açores em directo em todas as televisões e ao veto à lei do divórcio, são já demasiados os sinais de que a “cooperação estratégica” findou, e que o PR não vai facilitar ao Governo a etapa eleitoral que se aproxima....

Notava ontem Marina Costa Lobo, num artigo de opinião, é o Presidente da República quem marca as eleições legislativas e o Governo que agenda as autárquicas, e a sequência não é arbitrária para os resultados...

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