Partiu Dorival Caymmi. A par de Jorge Amado, Caetano e Dias Gomes, um dos grandes Baianos de sempre. Obviamente, a idade fazia adivinhar esta perda; contudo, o encerramento definitivo de uma obra tão rica deixa sempre um sabor de saudade.
Tendo vivido no Rio, era conhecido como o carioca mais baiano de sempre. De facto, a Bahia transborda sempre das suas canções, até quando canta o intimista Copacabana, há um travo de Bahia que trespassa toda a melodia.
Cuidadoso nas letras, plenas da melhor literatura, senhor de melodias mornas e preguiçosas que transmitem calor e sensualidade. Caymmi, tendo-nos deixado a nobre descendência com obra, Nana, Danilo e Dori, deixará uma nostalgia em cada um de nós que vez que ouvirmos uma e outra vez cada uma das suas músicas.
Para além da música, há a pintura e a literatura, provas da versatilidade e multidisciplinaridade do artista; prefiro manter Caymmi ligado à sua obra maior e continuar a ouvi-lo com prazer sempre renovado.
Deixo aqui uma deliciosa Maricotinha (petit-nom que depois colou a Bethânia) em parceria com Chico Buarque.
Para os que não resistem ao disquinho post-mortem, sugiro "Familia Caymmi em Montreux" gravado durante o festival, uma obra prima da música popular.
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