Nos últimos dias, o governo desencadeou uma operação de marketing para tentar ficcionar alguma acção contra a criminalidade galopante. Para mascarar a flagrante falta de efectivos no terreno, concentrou-os em mega operações stop com dezenas de agentes cada! Os telejornais entusiasticamete noticiaram estas super-produções governamentais. Segundo o governo, o objectivo seria a apreensão de armas ilegais e a detecção e detenção de imigrantes ilegais, factores potenciadores do aumento de criminalidade a que assistimos.
Primeiro tive esperança de nao ter ouvido bem, depois a coisa repetiu em vários canais. O governo socialista de Sócrates vem dizer-nos duas coisas muito simples: por ineficácia do Estado, anda aí um caudal de armas ilegais brutal a que só agora o governo se lembrou de tentar pôr mão. Mas, o pior desta mensagem do governo é o anátema xenófobo que lança sobre os imigrantes ilegais, relacionando-os directa e públicamente com esta onda de criminalidade. Fazer tal coisa é de uma irresponsabilidade criminosa, de uma injustiça inominável; é patrocinar um clima de xenofobia e suspeição generalizados sem razão nem fundamento.
Não percebo se isto é apenas a ansia de criar factos que desviem a atenção da absoluta incompetência do governo, se são ordens da maçonaria ao irmão Rui Pereira, se é pura e simples estupidez. O resultado é péssimo e perigosíssimo.
Fosse Portas ou alguém de direita a dizer um quarto do que foi dito, seria condenado e proscrito sem regresso possível. Como são os camaradas, ninguém pia. Mais um silêncio ensurdecedor e a democracia que se afunda.
Sem comentários:
Enviar um comentário