Quem assistiu à transmissão dos Jogos Olímpicos hoje, na RTP, deve ter ficado como eu: incrédulo.
O comentador, Jorge Lopes, limitou-se a acompanhar a transmissão pelas imagens da televisão. Mas ele não está em Pequim? A fazer o quê?
Só um exemplo.
Quando Nelson Évora fez o 4º salto, que lhe viria a dar a medalha de ouro, estava a ser transmitida uma cerimónia protocolar. Mas era possível ver a pista do triplo-salto e o marcador que estavam por trás do pódio. Viu-se o nome de Nelson Évora, viu-se a corrida dele e depois viu-se Rk. 1, ou seja, 1º lugar.
Na RTP, só quando foram passadas as imagens em diferido é que houve comentários.
E depois, aquando do último salto, sabendo-se já que a medalha de ouro era de Nelson Évora, o entusiasmo do comentário era semelhante ao da transmissão em directo do funeral da Princesa Diana. Nem um bocadinho de exaltação, de contentamento. Nada.
É pena que assim seja.
Quem tem oportunidade de ver transmissões de eventos deste género na televisão espanhola vê algo diametralmente oposto. Além de interromperem as transmissões oficiais para darem provas ou entrevistas de atletas espanhóis, nota-se a emoção e o orgulho dos comentadores com os resultados obtidos pelos seus atletas.
Penso que já é altura, passados que foram 34 anos do 25 de Abril, de a televisão pública passar a ser de Portugueses para Portugueses. E de mostrarem orgulho e contentamento com os feitos dos Portugueses.
Quanto ao Jogos Olímpicos, vou esperar pelo fim para também eu poder dar uns bitaites sobre o assunto.
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1 comentário:
Sobre o Jorge Lopes acompanhar a prova pela televisão: talvez a RTP não tenha querido "desperdiçar" dinheiro numa das cabinas do estádio.
Sobre os relatos entusiasmados do Jorge Lopes: nunca existiram. Ele nunca foi muito expansivo. Nos bons velhos tempos, ele deixava essa tarefa para o também excelente Luis Lopes (que cobriu agora a transmissão na Eurosport).
Mas isso não o impede de sempre ter tido um conhecimento enciclopédico sobre atletismo. E entre um relato mortiço e competente e um outro frenético e inane (como é frequente em alguns jogos de futebol), prefiro mil vezes o primeiro.
Que diabo, nem todos podem ser hiperactivos como o Carlos Barroca.
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