quarta-feira, 25 de junho de 2008

Irresponsabilidade

Esta malta de esquerda procura sempre arranjar argumentos para defender as suas causas, mesmo que os mesmos caiam pela base com um pequeno exercício de argumentação.
Vem isto a propósito do post publicado pelo ex-comunista, actual socialista Vital Moreira, a propósito da posição defendida pela nova liderança do PSD relativamente às obras do regime.
Não vou aqui defender as posições do PSD, eles que tratem disso, mas, neste caso específico também eu concordo que este TGV que no squerem impingir não interessa a Portugal, especialmente numa situação económica como aquela que o País atravessa (excluindo a zona delimitada por um círculo de 100 metros de raio calculado a partir do gabinete do Eng. Sócrates, onde tudo está a correr bem).
Diz Vital Moreira que o projecto foi um compromisso do PSD com a Espanha. Do PSD? Ou do Governo Português liderado na altura pelo PSD? E o projecto era este? Ou seria o esquecido T deitado em que havia uma ligação única a Espanha? A memória por vezes é curta e selectiva.
Mas diz ainda Vital Moreira que a rede TGV é essencial para a modernização e para o desenvolvimento económico. Relativamente ao desenvolvimento económico é óbvio que uma obra desta envergadura gera emprego e movimenta muito dinheiro, do qual, naturalmente, algum caberá a empresas portuguesas. Mas será alguma empresa portuguesa a fornecer os comboios? E a construção será feita exclusivamente por empresas portuguesas?
Agora dizer que o TGV é essencial para a modernização de Portugal é tão bacoco como dizer que que os Mercedes que os nossos emigrantes traziam nas suas férias há 20 anos atrás eram essenciais para a modernização das aldeias deles.
Por fim, e este argumento parece-me ridiculamente fabuloso, que o TGV irá poupar enormes gastos em combustível e em emissões de dióxido de carbono.
Mas será que este TGV vai andar a empurrão como o autocarro da selecção?
É evidente que o comboio em si terá emissões de CO2 reduzidas ou nulas. Mas a energia eléctrica necessária para o alimentar é produzida como? Será que as nossas albufeiras e centrais termoeléctricas estão assim tão sobredimensionadas que vão chegar para tudo sem qualquer necessidade de recorrer a outras fontes de energia? E a construção da linha e de todas as infraestruturas necessárias vai ser feita a pá e picareta?
E o défice de exploração que o TGV irá certamente ter, vai ser pago por quem?
É pena que este senhores comentadores que gostam de opinar sobre tudo o que se passa, e às vezes também sobre o que não se passa, não se calem de vez e se dediquem aos seus estudos académicos, pois aí serão certamente um bom contributo para o desenvolvimento de Portugal.

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