terça-feira, 24 de junho de 2008

Casa da Musica


O numero dois de Burmester, António Jorge Pacheco, passa a numero um, deixando antever uma política de continuidade. É mau.
Burmester, consolidou a Casa da Música como um espaço de privilégio para privilegiados. A uma programação marcadamente elitista, a CM aliou uma política de preços estratosférica; assim, só uma elite cultural diferenciada e de alto poder financeiro a pode frequentar. A Casa da Música só é da cidade e do povo em termos arquitetónicos, porque não podem cobrar a quem a vê na sua altivez, a começar a Avenida da Boavista.
Gosto muito da CM, por fora e por dentro, sou dos que têm imensa pena de perder alguns dos espectáculos, mas, nos dias que correm, um casal pagar 120 euros por um concerto é caro, muito caro. Pior, é revoltante quando para o mesmo evento a Aula Magna de Lisboa disponibiliza os lugares a metade do preço! Sabendo que a demanda cultural é mais alta em Lisboa, nem as leis de mercado se aplicam.
Mesmo agora, com o lançamento do festival mestiço, muito interessante de resto, verificamos que os preços são mais acessíveis, mas se procurarmos a sala: nada. Os concertos são na praça exterior. Lá dentro só para quem paga, e muito. Pagando menos, só mesmo cá fora, em pé e ao frio!
É a esquerda no seu melhor, depois queixem-se da cultura popularucha do Rio, é a que há.
Resta esperar que um dia a Casa seja devolvida à sua cidade...

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