Agora que Barack Obama já assegurou a nomeação como candidato presidencial democrata, a questão dominante é saber se deve escolher Hillary Clinton para vice presidente ou não.
A ironia é que quando Obama ficou finalmente livre para conduzir a sua campanha presidencial, vê-se envolvido numa outra luta divisionária com Hillary: a batalha da vice presidência.
A senadora fez assinalar claramente o seu desejo e interesse em sê-lo, e os seus apaniguados já sugeriram que qualquer outra opção de Obama correria o risco de fazer alienar as legiões de apoiantes de Hillary.
Mas, depois da verdadeira "guerra" entre Obama e Hillary nestas primárias, e dos momentos muito duros entre ambos, da gravidade das acusações trocadas, e das frases contundentes e quase maldosas da senadora sobre o seu rival, Obama não quer engolir o sapo "Hillary for vice-president". Mas não é só isso.
Obama bem sabe que os Clinton são mestres na arte de captar para si próprios os focos da atenção pública. Que a atenção dos media fermenta a ambição e a sede de protagonismo de Hillary, ou melhor, da dupla Billary, pois também Bill não prescinde do mediatismo, tal como noutros tempos Hillary nunca se confinou á figura decorativa de First Lady. E que seria difícil a convivência com o casal Clinton ocupando a meias a vice presidência.
A verdade é que se Hillary Clinton poderia eventualmente fazer um bom trabalho no cargo de vice presidente, não é menos verdade que ela não tardaria a virar a mesa e transformar Obama no presidente DELA.
Sabendo tudo isto, a candidatura de Obama já anunciou que está em campo uma equipa de "batedores", liderados por Caroline Kennedy, com a missão de identificar um bom candidato a vice-presidente de Obama.
A escolha de Obama não passa, pois, por Hillary. A não ser que ela ainda consiga transformar essa escolha num dilema....
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