Regresso aos posts regulares depois de alguns dias de silêncio.
Os últimos dez dias foram para mim de particular intensidade. Fiz 40 anos, regressei a Fatima e acabo hoje os meu primeiros Exercícios Espirituais.
Partilho aqui o possível, sem entrar no strip-tease da intimidade.
Os 40 anos têm sido mais fáceis do que imaginei; a lembrança dos amigos de sempre, a família e o relativismo de uma data no calendário obliteram os anúncios de cataclismo que o aproximar da data encerra. Não quero com isto dizer que o par de vezes que já tive de respoder alto "idade? 40 anos." não me tenha soado algo estranho e alheio. Vamos dar tempo.
A Fatima, regressamos em família, como sempre a 12, a tempo de ver o dia escoar-se no santuário e a noite trazer os peregrinos que o enchem por completo. São momentos de maravilha sempre renovada, o olhar fraterno que se troca com um peregrino desconhecido, a amiga que se encontra casualmente, todos comungando no mesmo espirito, acima de tudo, Nossa Senhora. Naquele momento, naquele lugar, as tias de Lisboa são iguais às Josefas de Argoncilhe, os Mellos misturam-se com os Silvas e os cavaleiros apeiam-se sem se distinguirem dos forcados. Ali, perante Nossa Senhora mãe da Igreja, todos nos reduzimos à nossa essência e, nem que seja só por um bocadinho, todos somos iguais, ninguem ousa sentir-se diferente, está ali a verdade última do homem. Isto são os factos; da experiência pessoal de partilha e de fé permitam que aqui não fale. Para o ano, se Deus quiser, regressaremos.
Last but not least, os Exercícios Espirituais. Precisei de amadurecer muito a ideia, confesso que a ideia de três dias completos de silêncio me assustava. A fronteira dos 40 como pretexto e a felicidade dos amigos que os fizeram antes, deram-me o empurrão que precisava, en hora buena! O entusiasmo ainda é fresco, mas enorme; posso dizer que foram três dias dos mais marcantes e intensos da minha vida. Não sei se estarei melhor ou pior, estou seguramente diferente. Uma nota obrigatória: a eloquência, a profundidade e a sabedoria do Pe. António Vaz Pinto foram determinantes para a forma como vivenciei esta experiência. A repetir sem dúvida.
Agora vamos á vida, esperando manter o ânimo e os propósitos a que me comprometi.
P.s.: No regresso a casa, momento desejado de reencontro com a K. e a P., a P. diz-me que o meu Sporting ganhou a taça. 2-0! A taça, o único trofeu que realmente interessa! Yesss! Há dias perfeitos, não há?
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