terça-feira, 22 de abril de 2008

Billary 2008


Faltam poucas horas para sabermos o resultado das primárias na Pennsylvania. A obstinação de Billary em não aceitar a evidência dos factos pode perdurar, ainda que o resultado de hoje lhe possa dizer para parar já. Sou apreciador da resistência e da resiliência em política, tenho, ao mesmo tempo, dificuldade em respeitar os que arrogantemente ignoram os acontecimentos sacrificando todos à sua vaidade pessoal. O drama de Billary é o sindrome fatal dos que têm do poder uma ideia de direito adquirido e irrevogável; é-lhe intolerável que Obama seja o preferido, o que melhor performance tem tido. Na cabeça de Billary, Obama não tem esse direito, pura e simplesmente. Assim, Billary continuará na corrida para, de acordo com a sua mundivisão, repor a ordem natural das coisas e permitir aos democratas corrigir este erro grosseiro. Há em todo o mundo gente assim, do democrata Soares ao ditador Mugabe. O tempo, a dependência do exercício do poder, as cortes de aduladores que se vão formando, o isolamento do dia a dia comum, são fatais para o homem político; até em ditadura, o compromisso, o elo de confiança e identificação com o povo são fundamentais. Não perceber isto é letal.

Do outro lado, Barack Obama é o contrário de tudo isto, é um homem próximo, "in tune", que arrasta consigo uma multidão de gente diversa e empenhada, gente nova na política, em sintonia com um líder inspirador. Também nós deste lado do mar nos sentimos contagiados, seduzidos e com vontade de gritar: YES WE CAN!

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