sexta-feira, 7 de março de 2008


Já tinha ouvido falar muito destas coisas mas, no tempo do prec era eu pequenino e do Estado Novo nem tenho memória. Enquanto o submundo se substitui ao Estado e tem feito diáriamente justiça com calibre variável, o Estado tem a policia entretida a listar os malandros dos professores que vão a Lisboa importunar o sr. presidente do concelho, perdão, o sr. primeiro-ministro.

Não me acredito que Rui Pereira tenha mandado a policia fazer o que fez, com o detalhe e zêlo que fez. O que é grave e Rui Pereira não pode escamotear, é que, manifestamente, este governo cauciona um estado de bufos e delatores. Ao ter dado cobertura, impunidade e reforçado a confiança na protagonista do DRENgate, o primeiro-ministro e o seu governo instituiram e estimularam um clima de delação lastimável, indigno da democracía que a custo fomos construindo. Agora, provávelmente, pagarão os guardas zelozos que, mais não quiseram do que estar em sintonia com o ambiente que se vive nas instituições. Tal e qual como fizeram os responsáveis escolas que se preparavam para fazer depender a avaliação dos professores do tom róseo com que encaravam a profissão e a vida.

Alegre vai fazendo a oposição que Menezes reconheceu ontem não estar aínda apto a fazer. Cavaco, declaradamente, gosta da ministra e do estilo...

Manifestações contra o governo com 50.000 pessoas são tratadas pela imprensa de forma a dar origem um produto final muito semelhante ao que se vefificava no Estado Novo, quase não aconteciam...

Vamos ver o que acontece amanhã. O governo não pode governar ao sabor da "rua", só que a "rua" já vai longa e grande demais para ser considerada sectorial ou oportunista. Quem será a vávula desta panela de pressão?

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