Num jornal deste fim de semana, numa mesma página e na mesma coluna, constavam estes 3 casos da política actual:
1.
António Preto, ainda com um processo a correr nos tribunais contra ele, por fraude fiscal e falsificação, no ‘caso da mala’ de dinheiro, foi nomeado pelo Parlamento relator do novo projecto de transposição da Directiva Europeia de Combate ao Branqueamento de Capitais.
Parece piada, mas não, é mesmo a descarada realidade do poder politico com assento parlamentar.
2.
A Câmara de Oeiras, liderada por Isaltino Morais entretém-se a pressionar, com pequenos processos e embargos a obras triviais na sua habitação, o Juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (que é munícipe de Oeiras, por azar), e que tem em mãos a investigação judicial a Isaltino e que o pronunciou pelos crimes de participação económica em negócio, corrupção e branqueamento de capitais.
Parece anedota do terceiro mundo, mas não, são mesmo as veleidades soberbas do poder autárquico na nossa terra.
3.
A nova Ministra da Saúde tem pendente contra si um processo de milhões de euros a pagar ao Estado, por actos praticados no exercício de um cargo público e consubstanciados, alegadamente, em gestão danosa e pagamentos indevidos ao Grupo Mello, nos anos de 1996 a 2002. O processo de natureza criminal foi arquivado, mas a Senhora Ministra enfrenta ainda um julgamento no Tribunal de Contas, em sede de responsabilidade civil perante o Estado Português.
É por demais evidente o embaraço e incómodo que impendem e subsistem sobre a Senhora Ministra, até á resolução final desse processo.
Apesar disso, o Primeiro Ministro não viu qualquer inconveniente em convidá-la para o Governo, e a Dra. Ana Jorge também não teve qualquer inconveniente em aceitar o cargo ministerial.
Parece distração, mas não, é mesmo falta de sentido de Estado.
Reacção pública a estas 3 noticias ?
Nada. Nenhuma. Zero.
Faz-se de conta, espera-se que passe, e que o povo esqueça depressa, sem ecos.
Nem sequer se ouve um "Á mulher de César não basta ...."
A estes 3 casos espantosos junta-se, na mesma onda, a questão dos projectos de arquitectura e de engenharia de edificios no distrito da Guarda, na mesma época em que José Sócrates era engenheiro técnico ao serviço da vizinha Câmara da Covilhã, e que o Primeiro Ministro simplesmente reduziu à categoria de insulto.
Ao ignorar o efeito corrosivo das suspeitas que assim deixa generalizar sobre os politicos, ao destruir a confiança dos eleitores nos deputados e no Governo, ao desacretizar o funcionamento da Justiça, o poder político está a substituir a integridade e a exigência ética pela normal permissividade e pela habitual promiscuidade.
Depois queixem-se dos "Márinhos Pintos" e das suas denúncias inflamadas de indignação justiceira contra os políticos corruptos.
1.
António Preto, ainda com um processo a correr nos tribunais contra ele, por fraude fiscal e falsificação, no ‘caso da mala’ de dinheiro, foi nomeado pelo Parlamento relator do novo projecto de transposição da Directiva Europeia de Combate ao Branqueamento de Capitais.
Parece piada, mas não, é mesmo a descarada realidade do poder politico com assento parlamentar.
2.
A Câmara de Oeiras, liderada por Isaltino Morais entretém-se a pressionar, com pequenos processos e embargos a obras triviais na sua habitação, o Juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (que é munícipe de Oeiras, por azar), e que tem em mãos a investigação judicial a Isaltino e que o pronunciou pelos crimes de participação económica em negócio, corrupção e branqueamento de capitais.
Parece anedota do terceiro mundo, mas não, são mesmo as veleidades soberbas do poder autárquico na nossa terra.
3.
A nova Ministra da Saúde tem pendente contra si um processo de milhões de euros a pagar ao Estado, por actos praticados no exercício de um cargo público e consubstanciados, alegadamente, em gestão danosa e pagamentos indevidos ao Grupo Mello, nos anos de 1996 a 2002. O processo de natureza criminal foi arquivado, mas a Senhora Ministra enfrenta ainda um julgamento no Tribunal de Contas, em sede de responsabilidade civil perante o Estado Português.
É por demais evidente o embaraço e incómodo que impendem e subsistem sobre a Senhora Ministra, até á resolução final desse processo.
Apesar disso, o Primeiro Ministro não viu qualquer inconveniente em convidá-la para o Governo, e a Dra. Ana Jorge também não teve qualquer inconveniente em aceitar o cargo ministerial.
Parece distração, mas não, é mesmo falta de sentido de Estado.
Reacção pública a estas 3 noticias ?
Nada. Nenhuma. Zero.
Faz-se de conta, espera-se que passe, e que o povo esqueça depressa, sem ecos.
Nem sequer se ouve um "Á mulher de César não basta ...."
A estes 3 casos espantosos junta-se, na mesma onda, a questão dos projectos de arquitectura e de engenharia de edificios no distrito da Guarda, na mesma época em que José Sócrates era engenheiro técnico ao serviço da vizinha Câmara da Covilhã, e que o Primeiro Ministro simplesmente reduziu à categoria de insulto.
Ao ignorar o efeito corrosivo das suspeitas que assim deixa generalizar sobre os politicos, ao destruir a confiança dos eleitores nos deputados e no Governo, ao desacretizar o funcionamento da Justiça, o poder político está a substituir a integridade e a exigência ética pela normal permissividade e pela habitual promiscuidade.
Depois queixem-se dos "Márinhos Pintos" e das suas denúncias inflamadas de indignação justiceira contra os políticos corruptos.
1 comentário:
Resumido, sintético ou, numa palavra, excelente.
Agora, queixar-me? A quem? Eu até gostava de o fazer, mas apenas me lembro de uma instituição bancária...
Cumps.
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