Desde que o Senhor Presidente da República lançou a interrogação, muito se tem falado e escrito ultimamente sobre o tema das remunerações elevadíssimas dos gestores de topo portugueses.
Levantam-se vozes indignadas daqui e dacolá, uns insurgindo-se contra a intolerável intromissão na vida interna das empresas privadas, outros contra os exemplos nacionais de salários e reformas milionários, ao nível dos mais elevados da Europa.
Não tenho nada contra os bons salários, as remunerações que premeiam o mérito e a excelência do desempenho. Bem pelo contrário. E, para evitar equívocos, esclareço já que sou a favor de uma economia concorrencial, livre e aberta.
O que me choca inevitavelmente é o facto de que em Portugal, onde os gestores de topo são dos mais bem pagos da Europa, o salário mínimo é dos mais baixos da Europa. O que me choca é o abismo da diferença no mesmo país, na mesma sociedade, dentro da mesma empresa.
A remuneração dos gestores disparou enquanto a de outros trabalhadores qualificados – com licenciatura e mestrado - não aumentou nada que se pareça. É evidente o excesso de injustiça daquele abismo.
É patente a sofreguidão egoísta do limiar superior e as consequências nefastas que acarreta, a prazo, para a própria empresa e a sociedade. Nefastas para a própria empresa porque não é possível existir uma consciência de comunidade nem cultura corporativa na empresa quando o CEO ganha 100 e 1000 vezes o salário do trabalhador médio. Nem quando a selecção dos CEO's é determinada pela visibilidade e pela rede de contactos. E nem quando os gestores recebem chorudas reformas mesmo quando falham estrondosamente, ou ao cabo de escassa meia duzia de anos de serviço. E acarreta consequências nefastas também para o exterior porque os gestores, guiados pela ambição de poder e pela consideração social, tendem a empolar resultados, manipular o preço das acções, valorizar as suas stock options, montar golden parachutes.
Até à Mrs. Thatcher e ao Presidente Reagan, os governos intervinham muitas vezes para apoiar as posições sindicais as negociações salariais e para limitar excessos nas administrações, com os objectivos de garantir a harmonia social e evitar pertubações. Hoje já não é assim e o resultado está à vista.
Justifica-se uma intervenção legislativa ou reguladora? Pensar numa intervenção desse tipo não agrada, de forma alguma. Mas, há que pensar que numa economia em que os gestores de topo são racionalmente egoístas e apenas procuram o seu interesse próprio e o beneficio pessoal, não se atinge o bem estar da sociedade; é preciso uma ajuda adicional.
Levantam-se vozes indignadas daqui e dacolá, uns insurgindo-se contra a intolerável intromissão na vida interna das empresas privadas, outros contra os exemplos nacionais de salários e reformas milionários, ao nível dos mais elevados da Europa.
Não tenho nada contra os bons salários, as remunerações que premeiam o mérito e a excelência do desempenho. Bem pelo contrário. E, para evitar equívocos, esclareço já que sou a favor de uma economia concorrencial, livre e aberta.
O que me choca inevitavelmente é o facto de que em Portugal, onde os gestores de topo são dos mais bem pagos da Europa, o salário mínimo é dos mais baixos da Europa. O que me choca é o abismo da diferença no mesmo país, na mesma sociedade, dentro da mesma empresa.
A remuneração dos gestores disparou enquanto a de outros trabalhadores qualificados – com licenciatura e mestrado - não aumentou nada que se pareça. É evidente o excesso de injustiça daquele abismo.
É patente a sofreguidão egoísta do limiar superior e as consequências nefastas que acarreta, a prazo, para a própria empresa e a sociedade. Nefastas para a própria empresa porque não é possível existir uma consciência de comunidade nem cultura corporativa na empresa quando o CEO ganha 100 e 1000 vezes o salário do trabalhador médio. Nem quando a selecção dos CEO's é determinada pela visibilidade e pela rede de contactos. E nem quando os gestores recebem chorudas reformas mesmo quando falham estrondosamente, ou ao cabo de escassa meia duzia de anos de serviço. E acarreta consequências nefastas também para o exterior porque os gestores, guiados pela ambição de poder e pela consideração social, tendem a empolar resultados, manipular o preço das acções, valorizar as suas stock options, montar golden parachutes.
Até à Mrs. Thatcher e ao Presidente Reagan, os governos intervinham muitas vezes para apoiar as posições sindicais as negociações salariais e para limitar excessos nas administrações, com os objectivos de garantir a harmonia social e evitar pertubações. Hoje já não é assim e o resultado está à vista.
Justifica-se uma intervenção legislativa ou reguladora? Pensar numa intervenção desse tipo não agrada, de forma alguma. Mas, há que pensar que numa economia em que os gestores de topo são racionalmente egoístas e apenas procuram o seu interesse próprio e o beneficio pessoal, não se atinge o bem estar da sociedade; é preciso uma ajuda adicional.
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