Sou da geração Perry Mason em reprise; bebia ávidamente cada episódio onde Raymond Burr, sério, astuto e duma agilidade mental impressionante, usava a lei para fezer justiça a quem dela precisava. Perry Mason defendia os casos mais difíceis, com base em convicções sérias, por imperativo moral. Ajudou muita gente a apaixonar-se pela advocacia, criou no imaginário colectivo uma imagem de altissimo padrão da classe. A ajudar, os advogados que conhecia eram homens de principios, profissionais sérios, gente em quem se podia confiar. Felizmente, ainda conheço bastantes assim.
Andei por direito uns anos até perceber que a realidade era, já na altura, bem diversa da que nos apresentava Erle Stanley Gardner e que ainda que fosse a mesma, definitivamente, eu não era o Perry Mason. Não foi tempo perdido, desfiz equivocos, fiz bons amigos e, melhor de tudo, conheci a minha mulher. Se nos anos oitenta senti na pele que já não havia lugar para Mason, hoje dou graças a Deus por não ser advogado.
É lastimável que, com tantos advogados sérios, credíveis e capazes, a classe tenha descido ao ponto de se fazer representar por quem faz. Lamento pelos meus amigos que, de qualidades intactas e sólidas, estão representados na sociedade portuguesa por tal criatura. Não vou, porque não tenho autoridade para tal, fazer considerações sobre a involução da classe e a crise em que mergulhou; mas sinto-me, como cidadão, com legitimidade para comentar afirmações públicas de uma figura pública. A sucessão de disparates públicos do Dr. Márinho (porque não Marinho???), que culmina hoje com a entrevista a Judite de Sousa, desafia a boa disposição e benevolência de qualquer português. O tom de impunidade e desafio permanente com que difama as instituições do estado de direito, da PJ ao Governo; a irresponsabilidade com que põe em causa casos já julgados e arquivados pelo sistema de justiça que integra os próprios advogados, tornam a criatura verdadeiramente insuportável.
O dr. Márinho (outra vez, porque não Marinho???), na sua cega ambição de protagonismo e notoriedade, escolheu a via da demagogia insolente e da calunia rasteira para atingir os seus pequeninos objectivos pessoais. Não passa a ser uma pessoa melhor nem respeitável, mas domina o espectro dos media protugueses e uma ou outra conversa de tasca em final de noite. Ser-lhe-á suficiente, entretanto o país paga por mais este ataque à credibilidade das suas instituições.
Que saudades de Perry Mason...
Andei por direito uns anos até perceber que a realidade era, já na altura, bem diversa da que nos apresentava Erle Stanley Gardner e que ainda que fosse a mesma, definitivamente, eu não era o Perry Mason. Não foi tempo perdido, desfiz equivocos, fiz bons amigos e, melhor de tudo, conheci a minha mulher. Se nos anos oitenta senti na pele que já não havia lugar para Mason, hoje dou graças a Deus por não ser advogado.
É lastimável que, com tantos advogados sérios, credíveis e capazes, a classe tenha descido ao ponto de se fazer representar por quem faz. Lamento pelos meus amigos que, de qualidades intactas e sólidas, estão representados na sociedade portuguesa por tal criatura. Não vou, porque não tenho autoridade para tal, fazer considerações sobre a involução da classe e a crise em que mergulhou; mas sinto-me, como cidadão, com legitimidade para comentar afirmações públicas de uma figura pública. A sucessão de disparates públicos do Dr. Márinho (porque não Marinho???), que culmina hoje com a entrevista a Judite de Sousa, desafia a boa disposição e benevolência de qualquer português. O tom de impunidade e desafio permanente com que difama as instituições do estado de direito, da PJ ao Governo; a irresponsabilidade com que põe em causa casos já julgados e arquivados pelo sistema de justiça que integra os próprios advogados, tornam a criatura verdadeiramente insuportável.
O dr. Márinho (outra vez, porque não Marinho???), na sua cega ambição de protagonismo e notoriedade, escolheu a via da demagogia insolente e da calunia rasteira para atingir os seus pequeninos objectivos pessoais. Não passa a ser uma pessoa melhor nem respeitável, mas domina o espectro dos media protugueses e uma ou outra conversa de tasca em final de noite. Ser-lhe-á suficiente, entretanto o país paga por mais este ataque à credibilidade das suas instituições.
Que saudades de Perry Mason...
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