Um consórcio internacional vai sequenciar na integra o ADN de 1000 pessoas, criando um mapa de alta resolução para estudar as raízes de muitas doenças. Os genomas de duas pessoas distintas são idênticos em mais de 99% .O que sobra, fruto da variabilidade genética faz de cada um de nós o que somos individualmente. Sabe-se que algumas variações pontuais do ADN aumentam o risco de diabetes, doença coronária ou cancro da mama e que poderão ser a causa de doenças como o autismo.
Não posso deixar de ficar fascinada com estes avanços científicos. Se por um lado, as conquistas humanas são uma maravilha que nos assombra, por outro, corremos sérios riscos de hipervalorizar tais conquistas e esquecer os limites da dimensão humana. Surgem, questionamentos éticos e mesmo existenciais aos quais não poderemos furta-nos de responder.
Sei que a maioria dos cientistas são movidos , nas suas pesquisas cientificas, por motivos verdadeiramente nobres. O conhecimento do corpo humano e do seu funcionamento pode abrir caminho para a cura de inúmeras doenças. No entanto, esta avidez de conhecimento está arreigada a uma convicção de que através da ciência poderemos controlar os mecanismos de funcionamento do corpo, poderemos saber de onde vimos e para onde vamos.
Mas nós não somos somente um amontoado de células, nós não somos só uma questão de genes.
O que nos define verdadeiramente como seres humanos, é a nossa liberdade, a nossa indomável vontade e a nossa infinita esperança. São estas forças que são capazes de mudar toda as as regras do jogo e mostrar que a nossa vida não é pré-determinada.
Num futuro, não muito longínquo, a decisão de ter ou não um filho, a nossa orientação vocacional, e até o conseguir um emprego poderá ser determinado pelo mapeamento do nosso ADN. Se a nossa vida fosse determinada desta forma provavelmente nunca teríamos conhecido as obras de grandes génios, de grandes estadistas, de poetas e mesmo de cientistas, pessoas que à partida seriam consideradas como fracas, como geneticamente imperfeitas.
Se não houver o cuidado de estabelecer limites éticos para o uso destas descobertas cientificas pode-se abrir a “Caixa de Pandora”: o caminho para a selecção de seres humanos considerados mais fortes e mais perfeitos. Afinal, parece que o “Admirável mundo novo”, descrito por Aldous Huxley , não está assim tão longe de se concretizar.
“Física e mentalmente, cada um de nós é único. Qualquer cultura que, no interesse da eficiência ou em nome de qualquer dogma político ou religioso, procura estandardizar o indivíduo humano, comete um ultraje contra a natureza biológica do homem” ( ALDOUS HUXLEY)
Não posso deixar de ficar fascinada com estes avanços científicos. Se por um lado, as conquistas humanas são uma maravilha que nos assombra, por outro, corremos sérios riscos de hipervalorizar tais conquistas e esquecer os limites da dimensão humana. Surgem, questionamentos éticos e mesmo existenciais aos quais não poderemos furta-nos de responder.
Sei que a maioria dos cientistas são movidos , nas suas pesquisas cientificas, por motivos verdadeiramente nobres. O conhecimento do corpo humano e do seu funcionamento pode abrir caminho para a cura de inúmeras doenças. No entanto, esta avidez de conhecimento está arreigada a uma convicção de que através da ciência poderemos controlar os mecanismos de funcionamento do corpo, poderemos saber de onde vimos e para onde vamos.
Mas nós não somos somente um amontoado de células, nós não somos só uma questão de genes.
O que nos define verdadeiramente como seres humanos, é a nossa liberdade, a nossa indomável vontade e a nossa infinita esperança. São estas forças que são capazes de mudar toda as as regras do jogo e mostrar que a nossa vida não é pré-determinada.
Num futuro, não muito longínquo, a decisão de ter ou não um filho, a nossa orientação vocacional, e até o conseguir um emprego poderá ser determinado pelo mapeamento do nosso ADN. Se a nossa vida fosse determinada desta forma provavelmente nunca teríamos conhecido as obras de grandes génios, de grandes estadistas, de poetas e mesmo de cientistas, pessoas que à partida seriam consideradas como fracas, como geneticamente imperfeitas.
Se não houver o cuidado de estabelecer limites éticos para o uso destas descobertas cientificas pode-se abrir a “Caixa de Pandora”: o caminho para a selecção de seres humanos considerados mais fortes e mais perfeitos. Afinal, parece que o “Admirável mundo novo”, descrito por Aldous Huxley , não está assim tão longe de se concretizar.
“Física e mentalmente, cada um de nós é único. Qualquer cultura que, no interesse da eficiência ou em nome de qualquer dogma político ou religioso, procura estandardizar o indivíduo humano, comete um ultraje contra a natureza biológica do homem” ( ALDOUS HUXLEY)
2 comentários:
Alvin Tofler adiantou-se uns anos, mas a "coisa" está aí como muito bem escreveu. Parabéns!
Preocupante e perturbante, dá que pensar
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