quarta-feira, 17 de março de 2010

Quo vadis?

O candidato a presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, diz que consigo o partido vai recuperar os seus eleitores habituais que nas últimas eleições votaram no CDS-PP.
Primeiro, interessante esta ideia de encarar os eleitores como propriedade de um partido ou de um candidato. Daí a sua fé cega na supremacia do domínio dos caciques locais sobre o primado das ideias.
Segundo, tendo em conta a divisão que se vive no PSD e a sua vocação autofágica, a primeira preocupação de Passos Coelho, na eventualidade de ganhar as directas, deveria ser segurar os votos dentro do PSD. Não será tarefa fácil.
Terceiro, os votos no CDS acontecem por adesão a ideias, a valorização da constância, a reconhecimento da credibilidade. Em nenhum destes vectores Passos Coelho é concorrencial com o CDS.
Quarto, é curioso que a preocupação de Passos Coelho seja o partido á sua direita. Mais do que o PS e o governo socialista, onde estão os votos que fariam o PSD ganhar eleições, Passos Coelho atira na direcção errada, mostrando que dificilmente ganhará o partido e nem lhe passa pela cabeça chegar ao governo.

1 comentário:

António Maria disse...

Certíssimo! Por isso eu digo que o CDS tem de ser forte em várias ideias, fugindo à tão já desgastada conversa em defesa do apoio do estado. Para mim o CDS tem de ultrapassar o PSD mostrando que é diferente e bem diferente:
1º Porque defende uma clara economia de mercado, onde o estado aparece apenas a regular alguns sectores (regular e não intervir)
2º Porque defende os valores da familia, casamento e da vida. Afinal assistimos ao Congresso do PSD no passado fim de semana e não ouvimos ninguém que mudasse a tónica do discurso Economia, dinheiro, economia, finanças. Nada mais. E os valores? E acultura de um povo que está a ser destruida pelo governo PS?
Hoje em dia, ou se radicaliza um pouco o discurso e se vai ao encontro de uma maioria que existe no País o então ninguém quer acreditar já em nenhum partido.
A campanha do CDS foi muito boa porque passou mensagens curtas e com grande conteúdo. Agora é manter a mesma linha, mas realçando e defendendo o que atrás defendi.