quarta-feira, 24 de junho de 2009

Para onde vamos?


Devias fazer aquilo que te faz feliz. Não podes preocupar-te tanto com os outros. Pára de pensar em seguir sempre o que está correcto. São conselhos destes que ouvimos cada vez mais. O princípio do duty before self caiu irremediavelmente em desuso.
Perdeu-se o sentido de reserva, de intimidade, a reflexão faz-se com os muitos amigos superficiais que estão sempre prontos a largar um chorrilho de banalidades para afagar o potencial mal-estar dos nossos egoísmos.
Se largamos a namorada na esquina, já o deveríamos ter feito, era um peso que nos impedia de evoluir. Se deixamos os filhos para trás, é melhor para eles saberem que o pai está feliz e realizado. Se um amigo nos critica, é inveja, frustração. Se negligenciamos os pais, é o supremo direito ao nosso espaço. Se nos endividamos, a culpa é da banca.
É mesmo assim, só estamos no caminho certo quando decidimos em função do nosso prazer, do nosso sucesso, da nossa conveniência. Se sentirmos uma pitada de dúvida, há sempre um amigo do ginásio ou do reiki que entre duas cigarradas e três banalidades de ocasião nos cita o Paulo Coelho e nos reconduz ao caminho certo.
O caminho certo é o “nosso caminho”, um passeio onde vamos trocando de companhia ao sabor do momento, onde trabalhamos uma ideia de passado agradável sem lugar para os que nos foram alguma vez inconvenientes, onde o futuro será sempre risonho porque os únicos que dele farão parte são os tais que nos dizem o que queremos ouvir.

Para onde vamos?

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