A NATO tem 60 anos. A cimeira de Estrasburgo foi um momento de significativa vitalidade, de recuperação de algum prestigio perdido, afinal, do reencontro da América com os seus aliados. Foi o primeiro grande momento da administração Obama e um sinal necessário e responsável dos países da UE e da Turquia. O Afeganistão é o ponto de convergência destas vontades, o motivo do reforço da união da aliança, é vital que tenha um desfecho satisfatório.
A eleição de Rasmussen é sinal dos novos tempos que se vivem, contribuirá para a coesão e reforço das políticas atlantistas.
O facto da administração Bush ter condicionado o prestígio e estatuto da NATO, não deve, nem pode, fazer esquecer o papel fundamental da organização ao longo dos últimos 60 anos. A sua importância perpetua-se e reforça-se com as mudanças geo-políticas e com a redefinição das novas ameaças aos principios que defende.
Se hoje vivemos em democracia e liberdade, em grande parte, devemo-lo à NATO. O desenho do mundo que resultou de Ialta traduziu-se num bloco de homens livres e noutro bloco totalitário, nas mãos de Stalin e dos seus herdeiros. A sorte de estarmos do lado certo, só a podemos agradecer; felizmente não tivemos a experiência da opressão sofrida pelas vitimas do comunismo.
Há uma nova tentativa de reescrever a história, equivalente ao negacionismo do holocausto. A crise a que chegamos por causa do neo-liberalismo selvagem é, dolosamente, confundida com a morte do capitalismo. Por todo lado, os ressabiados da história tentam reabilitar a memória do marxismo, obliterando os seus horrores.
Hoje as ameaças são novas e diferentes, os saudosos de Marx e de Stalin ficarão onde estavam antes, quando a saída para a crise for encontrada. As verdadeiras ameaças são o terrorismo trans-nacional, o fundamentalismo religioso, algumas tentações imperialistas que renascem. É bom que o bloco NATO saiba sempre identificar estas ameaças e assegure a segurança dos seus, como tem feito nos últimos 60 anos.
Se queremos continuar homens livres, é bom não esquecer a história.
Sem comentários:
Enviar um comentário