Evo Morales mascou uma folha de coca na reunião de ontem do comité anti-droga da ONU, em Viena. Com este gesto, Morales exige a retirada da coca da lista de substâncias ilícitas que vigora desde 1961. O argumento é que coca e cocaína são coisas diferentes; uma coisa à iraniana, tipo urânio enriquecido e armas nucleares também são coisas muito diferentes.
O que quererão então fazer com a produção desenfreada de coca? Chá infofensivo para o mundo inteiro? Dá-la a mascar a toda a população, dado criar a ilusão de matar a fome? Comercializar a nível global as mézinhas indigenas para os calos e dores de cabeça?
Não me parece.
Todos conhecemos o perfil deste senhor e de quem o apoia. Temos sérios motivos para estar preocupados com a expulsão da DEA do país. Tudo leva a crer que apenas queira passar a fazer na legalidade aquilo que já faz na clandestinidade. O mercado para a folha de coca é local e limitado, a sua exploração em grande escala só se justifica económicamente com o mercado de estupefaccientes em vista.
Para além deste desafio insolente e grave à ONU, Morales disse: "Eu consumi folhas de coca durante dez anos e se realmente ela tivesse os efeitos aqui descritos eu jamais teria chegado a presidente da República". Pois, olhando para Morales e para a Bolívia, eu permito-me achar precisamente o contrário!
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