Muito rapidamente, alguns pontos a reter para reflexão sobre a entrevista de Sócrates ontem na SIC.
Com um enorme atraso, depois de afirmações ridículas e irresponsáveis, o primeiro-ministro assume que Portugal entrará em recessão. É oficial.
Como receita para a crise, o primeiro-ministro joga tudo no investimento público como forma de relançar a economia. Falou da rede escolar, da energia, mas todos sabemos que virá aí o TGV, o aeroporto, a ponte e auto-estradas que não precisamos, que nos endividarão e que não colmatarão a brecha especifica de desemprego que a recessão criará.
Disse que salvará todas as empresas realmente viáveis! As empresas viáveis são isso mesmo, não precisam de ser salvas! As que precisam de ajuda são as que atravessam dificuldades e precisam de planos de reestruturação e apoios que as tornem viáveis.
Não ouvimos planos concretos de incentivo à dinamização do tecido empresarial, à captação de mais investimento estrangeiro, ao reforço da competitividade.
Do ponto de vista político, os dois factos da noite foram o pedido da maioria absoluta e a intenção de manutenção da tensão política com Belém.
O pedido de maioria absoluta revela a fragilidade de Sócrates e a sua percepção clara de que já a perdeu.
A tensão com Belém revela uma tentativa de afirmação forte e potenciadora de factos que distraiam os portugueses do essencial. Resta saber se Cavaco alinhará no jogo. Para já, o jackpot das eleições antecipadas parece fora de causa.
Esta entrevista, ao contrário do seu objectivo, ainda nos deixou mais preocupados e apreensivos quanto ao futuro.
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